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Onda de calor gera debate sobre mudanças climáticas

Giovanna Campos – Fala!Cásper


Desde a última semana de julho um assunto sobre o hemisfério norte é comum: as ondas de calor que atingiram a Europa, o Canadá, a Califórnia e o Japão. Neste último, 138 mortes foram contabilizadas e 70 mil deram entrada em hospitais com sintomas de insolação.

Os termômetros chegaram a 40ºC e trouxeram o debate sobre as mudanças climáticas para o centro da discussão novamente. A onda de calor não pode ser considerada uma mudança climática, já que para afirmar que houve uma mudança no clima são feitas análises com intervalos de 30 anos, mas é uma consequência dessas alterações.


Além do calor, o ar seco e o clima que se instala é favorável a queimadas, que devastam ainda mais a fauna e flora. Nesse cenário, a necessidade de mudança de comportamento e a redução do dióxido de carbono na atmosfera surgem como assuntos urgentes.

Climatologistas advertem que condições meteorológicas extremas – que incluem tempestades severas, inundações inesperadas e imprevisíveis ondas de calor e ondas de frio fora de época – podem se multiplicar e se tornar mais frequentes, caso as emissões de gases de efeito estufa não sejam controladas.

O acordo de Paris

Em 2015, durante a 21ª Conferência das Partes (COP21) em Paris, foi adotado um acordo com o objetivo central de fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do clima, além de reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos decorrentes dessas mudanças.  

195 países se comprometeram a  manter o aumento da temperatura média global em menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais e de envidar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Outro ponto importante é que para entrar em vigor, os países responsáveis por 55% das emissões de GEE (gases de efeito estufa) precisavam ratificar o acordo de 2015 – o que aconteceu em 2017.

Para conseguir atingir o objetivo comum, cada país definiu os próprios compromissos. No Brasil, o ministério do meio ambiente explica as metas: “o país se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005, em 2025, com uma contribuição indicativa subsequente de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 43% abaixo dos níveis de 2005, em 2030. Para isso, o Brasil se comprometeu a aumentar a participação de bioenergia sustentável na sua matriz energética para aproximadamente 18% até 2030, restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas, bem como alcançar uma participação estimada de 45% de energias renováveis na composição da matriz energética em 2030”.

Para que a situação atual e futura sejam minimamente controláveis, os países precisarão levar o acordo de Paris a sério e urgentemente. Muito se fala das possíveis iniciativas empresariais e do governo, mas pouco é feito. As mudanças climáticas estão impactando diversos aspectos da vida, incluindo segurança alimentar, saúde e gestão hídrica, além de acabar com a vida de inúmeras pessoas.

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