Sexo, drogas e rock ‘n’ roll versão pagode. Essa não é a premissa da carreira de um rockstar brasileiro, e, muito menos, da saga cinematográfica American Pie. É a premissa da Copavet, um jogo universitário muito louco, que nos faz sentir um adolescente americano dos anos 90 e 2000, com uma pitada generosa de zoeira brasileira, durante alguns dias no interior de Sampa.
Entre esportes sérios e esportes alternativos, a Copavet NÃO é para qualquer estudante de Medicina Veterinária. Precisa ter voz para gritar: “C* no p*u da USP” a cada instante, tinta Guache para usar como protetor solar debaixo de um solzão ardido, forças para integrar sem fim com os demais alunos durante o evento na piscina e, por último, mas não menos importante, ter o sistema imunológico em dia, nunca se sabe a hora de conhecer Deus pessoalmente.
Por isso, ATENÇÃO: o texto, a seguir, não é recomendado para dependentes de jogos universitários, usuários de passinhos de dança dos anos 2000 e funcionários da empresa VASP (Vagabundos Anônimos Sustentados pelos Pais). Recomendações dadas, pegue a caneca, a tinta e o abadá da sua facul porque #jáéjogos.
Copavet: A prescrição médica para o aluno de medicina veterinária
American Vet – A primeira vez é inesquecível
Lançado nos cinemas, sem grandes pretensões, em 1999, ‘American Pie – A Primeira Vez é Inesquecível’ marcou várias gerações ao nos mostrar a saga de quatro adolescentes, mais virgens que a Santa Maria, do último ano do high school, em busca pela perda da virgindade antes de entrar na faculdade com estilo, incentivados pelo grande amigo sem noção Stifler, o único transante da turma.
Com o enorme sucesso de bilheteria e de identificação do público com essa trama, principalmente, pela cena inesquecível da torta de maçã americana sendo destroçada a “pauladas”, American Pie fez um boom de filmes besteirol aparecer e conquistar o nosso coração pela vergonha alheia que, claramente, poderia ser a gente nessas situações inusitadas, anos mais tarde, na faculdade.
Sendo assim, a Copavet – Jogos Universitários de Medicina Veterinária – surgiu, oficialmente, há 20 anos, unindo mais de 5.000 estudantes em mais de 50 atléticas de Med. Vet. de diversas faculdades dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná para se divertirem, sob poucas regras, jogando para valer ou não e criarem histórias únicas e loucas durante uma brecha, de 5 a 4 dias, no semestre puxado, dando o que falar na volta desse rolê, alimentando as fofocas e os boatos na facul – que não são poucos –, para preparar os calouros a tocarem o terror na próxima Copa.
O evento idealizado, anos atrás, pelo Vulva, da Wolf Produções, e uns amigos do tempo de faculdade, veio para melhorar um evento que já existia, mas que vinha parando de atender as expectativas do público universitário da época.
Mas engana-se quem pensa que a Copavet é só isso. “Esse evento também promove o networking entre os ex-estudantes e estudantes de biológicas e agrárias, de todos os graus do ensino superior, que querem seguir e se aprofundar cientificamente em um determinado assunto ou trabalhar nas diversas áreas de vet.”, concluiu Vulva, o ex-atleticano da Atlética InVocada – UFRRJ.
Jogos universitários… do Stifler?
Tudo na Copavet álcoontece em um mesmo lugar muito bem distribuído: o alojas (que pode ser em barraca ou em chalé), as festas diurnas (na piscina, na espuma, na lama), a balada open bar, o food park de respeito, os jogos sérios, os temidos banheiros químicos, os containers de chuveiro (Chernobyl), o badalado ambulatório e, os mais esperados, jogos alternativos.
Quando o hino da Copavet começa entre os estudantes: “Veeeterinááária… lê, lê, lê, lê-lê-lê, lê, lê, bota pra f*deeer”, é porque os jogos alternativos vão começar e você não vai querer ficar de fora dessa vergonha alheia, porque, afinal, só se vive uma vez com essa idade na faculdade e, principalmente, nesse rolê.
Durante o evento mais esperado do ano pelos veteranos, os jogos alternativos – que são levados a sério – oscilam entre leve, moderado e pesado. Na categoria peso leve, temos (atualmente) Vet Quenga, disputa de Sarrada no Ar (só com atletas treinados) e Flip Cup. Na categoria peso moderado, temos (atualmente) a Banheira do Anão, para homenagear a nostálgica Banheira do Gugu, e a competição de Tapa Sem Bochecho (profissional).
Já na categoria peso pesado, temos (atualmente) a famigerada Corrida 4 por 100 Roupa, que, nada mais, nada menos, os atletas correm sem roupa durante as atividades, enquanto escutam os desestímulos da plateia (haja autoestima). Porém, é terminantemente proibido o uso de celulares durante essa categoria, sim, iPhones já foram destruídos SEM DÓ por causa de delatores.
Já nos jogos sérios – que não são tão levados a sério – temos (atualmente) as modalidades (feminino e masculino) de basquete, handebol, futsal, vôlei e tênis de mesa. A Atual campeã é a Atlética Rino, da Anhembi Morumbi, com quatro títulos seguidos, mas a faculdade mais odiada continua sendo a USP, esse título ninguém tira da Atlética Vet USP.
A torta é americana, mas a zoeira é brasileira
Ao som dos DJs residentes mais queridos do rolê, DJ Rique Sales e DJ Pana não deixam a galera desanimar em momento algum nas festas diurnas e noturnas da veterinária, transformando todo mundo em uma “bailarina” com seu hit Rabethoven e fazendo todo mundo rir ao tocar paródias pornográficas de aberturas de desenhos infantis da nossa infância – a Pantera Cor de Rosa nunca mais foi a mesma depois dessa versão.
A Festa da Espuma se tornou um clássico da Copavet e não sai da programação diurna do rolê por nada, assim como a Pool Party e a micareta. Já na programação noturna do rolê, o “chernobaile” rola solto, assim como a adorada festa à fantasia com artistas ao vivo do momento que não saem da nossa cabeça por nada.
Mas se você ainda está em dúvida se vale a pena ter histórias únicas de jogos para contar, já que essas lembranças são eternas (querendo ou não, depende do que você fez no evento), a Copavet além de não ser um rolê caro, disponibiliza brinquedos infláveis para a sua criança interior se soltar sem repreensão! Duvido você não fazer amizade rápido para montar um time, ao som de Malha Funk, e jogar Futebol de Sabão com os “moleque dengoso” e a “tchuthuca linda”. Então fique atento, porque logo mais tem Copavet para marcar o seu semestre!
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Por Giovanna Vegas – Fala! FGV