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Conheça 5 questões sociais presentes na saga ‘Star Wars’

O primeiro filme da saga Star Wars foi lançado em 1977 com a premissa de um filme futurístico, que se passa em outros planetas. O longa, no entanto, apresentou um grande roteiro que, além de ser um marco para a cultura, aborda temáticas políticas de grande relevância. Entre os inúmeros aliens, as disputas de poder e os sabres de luz, questões sociais, que ainda permanecem atuais, são abordadas.

A seguir, separamos 5 questões sociais presentes na saga Star Wars para você se aprofundar.

Confira 5 questões sociais abordadas em Star Wars.
Confira 5 questões sociais abordadas em Star Wars. | Foto: Reprodução.

A Franquia Star Wars

Star Wars foi lançado em 25 de maio de 1977. O criador da saga, George Lucas, contribuiu para o início da chamada “era dos blockbusters”, ou seja, superproduções cinematográficas de alto sucesso de bilheteria e grandes efeitos especiais aclamados pelo público e crítica. Na época de sua estreia, Star Wars Episódio IV se tornou a maior bilheteria de todos os tempos e ganhou sete prêmios no Oscar. “May the 4th be with you”. Inclusive, porque o quatro de maio é tão importante? Confira resumidamente, a seguir.

4th Star Wars Day: Que a força esteja com você!  

4th Star Wars Day: Que a força esteja com você!  

O 4 de maio é conhecido pelo Star Wars Day, devido ao trocadilho em inglês “May the 4th be with you”, em referência a frase popular do filme “May the Force be with you – em português, que a força esteja com você”. Nesta data, os fãs celebram os filmes, séries, livros e a cultura da franquia, além do mês ser de grande relevância aos produtores de Star Wars – os seis primeiros filmes foram lançados em maio e também é o aniversário do criador, George Lucas (14 de maio de 1944).

A primeira celebração oficial ocorreu em 2011, através de um encontro organizado pelos fãs adeptos de Chewbacca, Obi-Wan Kenobi, Han Solo, Darth Vader, Princesa Leia e Luke Skywalker na cidade de Toronto, Canadá e repetidas anualmente, exceto em 2020 e 2021. em virtude da pandemia do novo coronavírus.  

Muito além da ficção, espadas Jedi e viagens interplanetárias, Star Wars aborda problemáticas políticas e sociais vivenciadas no mundo real.

5 questões sociais em Star Wars

1 – A “Força” da política econômica

O Império Galáctico é a classe dominante que detêm o controle da sociedade e meios de produção, bem como as instituições políticas e jurídicas. Logo, o Estado sempre pertencerá economicamente à classe majoritária, objeto de imposição de uma classe sobre a outra.

A ficção expressa uma situação de conflito: os rebeldes são intimados e muitas vezes dominados por armas de destruição em massa e, consequentemente, eliminam os inimigos que lutam contra a opressão econômica, desenvolvida pelo Império Galáctico.

Assim, o embate entre os rebeldes e o Império se torna maior que o “bem e o mal”, ou Sith e Jedi. Estão sob o pano de fundo os acordos comerciais intergalácticos, econômicos, vivência e sobrevivência da sociedade como um todo.

2 – Exemplificação de República e Império

O domínio da força pode ocorrer tanto para o bem, quanto para o mal. Os rebeldes reivindicam o estabelecimento da paz e justiça social, enquanto o Império segue a ideia de escravidão e domínio opressor.

Os Jedi são sacerdotes guerreiros que receberam capacidades sobre-humanas do estudo da força, participando das funções diplomáticas do governo. Em contrapartida, existem os Senhores Seith, que derivam de um poder voltado ao ódio e fanatismo e que colaboram posteriormente à queda da República Galáctica.

A maior parte dos planetas tinham seu próprio sistema político constituído e respectivamente, sistemas de leis e um chefe de estado (reis, rainhas, primeiro ministro ou chanceler). A ideia de criação de um governo justo e pacífico se dissolveu a uma política com potenciais irregularidades, derrubada pelo então chanceler Palpatine, em um golpe de Estado e o tornando Imperador.

Após o golpe, o Império Palpatine é marcado pelo autoritarismo, dominado pelo lado sombrio da Força e abrangendo uma versão totalitária da justiça. Com a queda da República, é instaurada certa resistência por parte dos rebeldes que lutam contra o Império. Assim nasce uma guerra civil, cujo objetivo é libertar a galáxia de um governo que vai em desencontro com os ideais da nação.

3 –  Representatividade Feminina

Star Wars tem um grande público feminino, sobretudo do universo geek, que se identifica com as personagens presentes na ficção e que lutam contra o sistema desfavorável a sua nação. Impossível mencionar a Princesa Leia, diplomata que demonstra coragem e firmeza em seus atos; Seus conhecimentos da esfera política e estratégias de ataque deixam Han Solo e Luke SkyWalker em desvantagem.

Leia é construída a partir de uma imagem independente e leal ao seu povo, quebrando paradigmas tradicionais pré-estabelecidos para a realeza. Entretanto, a narrativa dada a personagem no decorrer da saga, aborda a sensualidade e a constante necessidade de ser salva, o que causou uma certa “má utilização” da personagem. Porém, a Princesa Leia é considerada destemida e transparente. Não tinha medo. De princesa, chegou ao posto de General da Resistência. 

Outros nomes como Padmé Amidala, princesa nomeada, assume o papel de uma das principais fontes de esperança por seu pensamento em maioria teórico, do que prático durante suas metodologias para salvar o seu povo. Também passou por cargos altos como o de Senadora do Senado Galáctico.

4 – Crise na Democracia

A ficção também aborda a crise democrática que a República Intergaláctica sofre devido à transição do poder, uma vez em que a sociedade luta por uma autoridade maior que possa atribuir soluções  ao problema que impacta os meios de sobrevivência entre comunidades.

Nesse contexto, os envolvidos na nova conjuntura de governo autoritarista surgem em momentos de crise, propondo prejudicar uma determinada sociedade e apoiando em discursos baseados na justiça, princípios conservadores e frases de efeito, logo o “salvador da pátria”.

Assim, criou-se a figura de Palpatine, que deu início a guerra intergaláctica com a seguinte afirmativa: “eu amo a democracia, eu amo a República e , por isso, criarei o exército da República para impedir os avanços dos separatistas. As mesmas palavras ditas pelo presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, ao entrar na Guerra de Secessão, em 1861.

De acordo com o criador George Lucas, o Imperador Palpatine foi inspirado em líderes que instauraram ditaduras e guerra à democracia em nome da ordem, como Napoleão Bonaparte e Adolf Hitler.

5 – Queda do Império e a Nova República

A estrutura ditatorial de Star Wars se assemelha a realidades do mundo real. A crueldade e egocentrismo dos Imperadores são rapidamente difundidos aos seus soldados, cujo lema são os valores tradicionais. Apoiando-se nesses discursos, o Império conquista mais fiéis, defensores da causa e conquista mais territórios. 

Dentro da estrutura de Palpatine, existem os Stormtroopers que compõem o império galáctico: uniformizados, equipados, com armas de alta tecnologia e rígidos a ponto de cumprir ordens sem questionamentos. Fato esse que a história nos revela durante o período da Itália fascista e o surgimento do nazismo, na Alemanha.

Contudo, a queda do Império na saga ocorreu na Batalha de Endor. Sob forte influência da força, a Aliança Rebelde dispersa os Exércitos Imperiais. Um dos principais fatores-chave foi a ascensão de Luke SkyWalker que libertou Darth Vader do lado sombrio. 

Após a queda do Império, os antigos rebeldes trataram de fundar a Nova República e iniciaram a dispersão das antigas forças militares e instalando a nova sede republicana. Coruscant foi reconstruída e o senado restabelecido. Assim como a antiga, a Nova República é parlamentarista e anos mais tarde, a Princesa Leia é nomeada Chefe de Estado.

Muitas destas narrativas são encontradas nos filmes da franquia Star Wars. Além de uma ficção intergaláctica, a saga traz assuntos de relevância na história mundial e conscientiza a não repetir os mesmos feitos do passado. Se você gosta de filmes e sagas, não deixe de assistir Star Wars e contar pra gente o que achou. #PartiuMaratonar

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Por Erica Silva – Fala! Anhembi

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