Os anos 80 foram marcados pelo surgimento de diversas músicas e artistas extraordinários que fazem sucesso até os dias de hoje e que estão no coração de várias gerações. Então, aumente o volume e seja muito bem-vindo a essa viagem na história para conhecer ou relembrar 5 músicas que fizeram sucesso na década de 80.
Músicas que fizeram sucesso nos anos 80
1- Sweet Child O’ Mine
Essa icônica canção foi gravada pela banda estadunidense de hard rock Guns N’ Roses no ano de 1987 e compõe a 9ª faixa do álbum Appetite for Destruction. A banda tocou a música pela primeira vez em 23 de agosto de 1986 no “Whisky a Go Go” em Los Angeles, também marcando a estreia do guitarrista Slash utilizando sua característica cartola nos palcos.
Surgiu como uma homenagem amorosa do vocalista Axl Rose a sua primeira esposa Erin Everly, que participou do videoclipe da música, assim como as namoradas dos outros integrantes da banda, e foi o primeiro clipe dos anos 80 a bater 1 bilhão de acessos. Foi o primeiro single da banda a atingir o primeiro lugar da Billboard Hot 100 em 1988, conquistou a 198º colocação entre as 500 maiores canções de todos os tempos (revista Rolling Stone), além da sexta posição na lista dos 50 melhores solos de guitarra de todos os tempos (revista Guitar World).
Já nos cinemas, fez parte da trilha sonora dos créditos do filme Bad Dreams (Sonho Mortal) e também marcou presença em State of Grace (Um Tiro de Misericórdia), The Wrestler (O Lutador), Gulliver’s Travels (As Viagens de Gulliver), Step Brothers (Quase Irmãos) e The Big Short (A Grande Aposta).
2- Girls Just Want To Have Fun
Esse grande símbolo feminista foi originalmente composto em 1979 pelo músico americano Robert Hazard, mas fez bastante sucesso com a popular versão da descontraída artista Cyndi Lauper, que modificou ligeiramente a canção, que a desagradava por não enaltecer certas posições femininas como gostaria e lançou sua versão no ano de 1983, em seu álbum de estreia She so Unusual, questionando as imposições de comportamento feitas às mulheres.
O single alcançou a primeira posição nas paradas de 10 países, dentre eles Brasil, Japão, Canadá e Austrália, além de duas semanas na segunda posição do Billboard Hot 100 e ficou entre o top 10 de 15 países. A artista também se destaca como ativista da causa LGBTQ, onde seu segundo álbum True Colors teve parte do faturamento de suas vendas destinado a pesquisas sobre o tratamento da AIDS e, em 2008, fundou a ONG “True Colors Fund”, que visa a educação das pessoas sobre questões de gênero e busca combater a falta de moradia entre adolescentes LGBTQ.
3- Andar Com Fé
Esse clássico da MPB foi lançado em 1982 e compõe a sexta faixa do álbum Um Banda Um, de Gilberto Gil, na qual foi lançado enquanto Gil estava fascinado pela música jamaicana e pela Disco Music International, apontando para o mercado internacional e propondo essa comunhão rítmica com o estilo brasileiro.
A história da música é retratada no livro Todas as letras, escrito pelo próprio artista e organizado por Carlos Rennó, onde também comenta o uso da expressão “faiá”:
O uso do ‘faiá’ é assumido com a intenção de legitimar uma forma popular contra a hegemonia do bem-falar das elites. É uma homenagem ao linguajar caipira, ao modo popular mineiro, paulista, baiano – brasileiro, enfim – de falar ‘falhar’ no interior. É quase como se a frase na canção não pudesse ser verdade se o verbo fosse pronunciado corretamente – o que seria um erro. Outro dia cometeram esse ‘deslize’ na Bahia, ao utilizarem a expressão na promoção de uma campanha de cinto de segurança. Nos outdoors, saiu: ‘a fé não costuma falhar’ (a propaganda associava o cinto à fitinha do Senhor do Bonfim). Eu deixei, mas achei a correção desnecessária.
4- Bad
A música está presente no sétimo álbum solo de Michael Jackson, que foi lançado em 1987 e atingiu a primeira posição nas paradas de 6 países. Em sua biografia, Michael afirmou que a inspiração para compor Bad surgiu da história de um jovem que foi enviado para uma escola particular longe de onde vivia e, ao retornar ao seu lugar de origem, teria despertado a inveja de seus antigos colegas, que não aceitaram as mudanças do jovem e decidiram matá-lo.
Em entrevista à edição especial do álbum em 2001, o produtor Quincy Jones afirmou que a canção seria originalmente um dueto entre Michael e Prince, com o objetivo de aproveitar a suposta competição entre eles para promover a música, mas Prince rejeitou o projeto. Questionado sobre a música lançada 5 anos após o álbum anterior, Michael comentou:
Por que levei tanto tempo para fazer ‘Bad’? A resposta é que Quincy Jones e eu decidimos que este álbum tinha que ser tão próximo à perfeição quanto humanamente possível. Um perfeccionista tem que respeitar seu tempo: dar forma, moldar e esculpir essa coisa até que seja perfeita.
As incríveis realizações da música inspiraram Michael a fazer sua primeira turnê solo internacional. Ele permaneceu na jornada por 16 meses, participou de 123 shows e foi assistido por 4,5 milhões de fãs, entrando para o Guiness como a maior bilheteria da história.
5- Redemption Song
A canção foi lançada em 1980 pela banda jamaicana de reggae Bob Marley & The Wailers, constituindo a décima faixa do álbum Uprising e foi composta em tom melancólico por Bob no ano anterior, durante um momento conturbado, onde já havia descoberto que estaria doente e poderia não ter muito tempo de vida, como relatado por sua esposa Rita Marley:
Ele já estava secretamente em grande dor e a lidar com a sua mortalidade, uma característica que é evidente no álbum, mas especialmente nesta canção.
A letra do “canto do cisne” foi influenciada pelos ideais do jamaicano Marcus Garvey, muito admirado por Bob e um dos principais ativistas do movimento negro e diferentemente da maioria das outras canções, a sua primeira versão gravada foi uma criação única com apenas o violão e a voz do artista. Bob faleceu aos 36 anos, um ano após o lançamento do disco, devido a uma metástase, já que teria sido diagnosticado com um melanoma maligno no dedo do pé, mas, de acordo com seus ideais de vida, se recusou a seguir um tratamento adequado.
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Por Glícia Santos – Fala! Cásper