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Como a falta de interação presencial afeta os jovens?

O momento em que as pessoas tiveram que estar totalmente isoladas socialmente foi com a pandemia, desde o começo de 2020. Em casa, assistindo aulas e trabalhando de forma remota, a internet foi a única saída que a sociedade achou para manter alguma relação social. Essa falta de contato agravou uma série de problemas como ansiedade, depressão, angústias e inseguranças em várias pessoas. 

Os mais jovens foram os que mais sofreram com o isolamento social.
Os mais jovens foram os que mais sofreram com o isolamento social. | Foto; Reprodução.

Entenda como o isolamento afetou os mais jovens

Os jovens, por mais que não sejam o principal alvo do Coronavírus, foram um dos grupos mais afetados mentalmente na pandemia, pois é importante que as crianças e adolescentes tenham esse contato físico para o desenvolvimento comunicativo, emocional e de aptidões sociais, segundo a psicóloga Catarina Moreira Meireles em sua tese de mestrado “Crescer em pandemia: implicações do confinamento no ajustamento socioemocional das crianças e jovens”

As escolas e faculdades eram os principais lugares que os jovens tinham de encontrar com outras pessoas e desenvolver essas habilidades. De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), 1,6 mil milhões de crianças não estavam frequentando as escolas durante o período pandêmico. 

Segundo Meireles, essa mudança do ensino influenciou em sono irregular, fim das atividades físicas, além de muitos estudantes terem acompanhamento psicológico das escolas encerrado durante o período: “Embora o encerramento das escolas seja a forma mais visível de impacto para as crianças, não é o único fator que as afeta. Quando combinado com os fatores de stress que advém de viver em isolamento, pode ter consequências como atraso no desenvolvimento cognitivo, emocional e social, sendo que pode inclusive aumentar o risco de problemas mentais nos adolescentes”

Uma pesquisa realizada com jovens de 16 a 24 anos mostrou que quase 94% sentiram que a falta de interação social os afetou de alguma maneira, a grande maioria foi muito afetada, pois mais de 50%  preferem socializar presencialmente, ressaltando essa problemática.

Além disso, o mergulho constante em redes sociais e notícias podem influenciar na saúde mental dos adolescentes, causando mais ansiedade, preocupações ou agravando distúrbios. Como foi aconselhado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na cartilha à população orientando sobre as questões psicossociais durante a quarentena “evitar notícias que possam gerar ansiedade”. 

Em um momento de angústia e caos como foi os últimos 20 meses, é muito difícil não ficar nervoso com as notícias. Assim, em uma situação de isolamento, perda de parentes queridos e sem acompanhamento psíquico, muitos jovens tiveram quadros de depressão, ansiedade ou ainda intensificaram seus distúrbios. 

A esperança é que esse período de pandemia se encerre, com os casos diminuindo e a população vacinada. O processo de cuidar da mente será longo após quase dois anos sem o contato físico, porém de extrema urgência, para a sociedade.

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Por Julia Takahashi – Fala! PUC-SP

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