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Desmatamento da Amazônia: Após Bolsonaro, queimadas aumentam em 82%

O dia que virou noite na última segunda feira (19) intrigou os cidadãos de São Paulo. Uma frente fria, nuvens baixas e carregadas somadas a fumaça das queimadas por conta do desmatamento da Amazônia ocasionaram o escurecimento do céu por volta das 16h. O tempo em SP deve permanecer nublado nesta terça-feira (20).

queimada
São Paulo, dia vira noite por conta do desmatamento da Amazônia

Queimadas e Desmatamento da Amazônia

As queimadas no Brasil aumentaram 82% após a entrada do governo de Jair Bolsonaro (PSL), se comparadas a um ano atrás. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), esta é a maior alta dos últimos sete anos e diversas regiões do Brasil sofreram com o desmatamento da Amazônia.

Os incêndios acontecem principalmente nos Estados do Acre, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, alcançando a fronteira do Brasil com a Bolívia e o Paraguai. O corredor de fumaça proveniente das queimadas na Amazônia vem descendo pela América do Sul desde a semana passada.

Além disso, a cidade de São Paulo se encontra dentro de uma nuvem por conta da convergência de massas diferentes: a frente fria da capital, junto com as temperaturas amenas que vêm do oceano e do vento quente do interior.

Nos últimos dois dias, o Brasil teve 5.253 focos de queimadas detectados pelo sistema do Inpe. Bolívia, Peru e Paraguai seguem com 1.618, 1.166 e 465, respectivamente. Os índices altos não ultrapassam os do ano de 2016, quando ocorreu 66.622 focos de queimadas entre essas mesmas datas.

Incêndio em Rondônia: Queimada dura 15 dias

No último fim de semana (18) ocorreu em Rondônia um grande incêndio na Reserva Ambiental Margarida Alves. A queimada durou 15 dias, tornando o ar denso e dificultando a respiração. Especialistas alertaram sobre o perigo do crescente desmatamento da Amazônia, apesar do presidente Jair Bolsonaro ter acusado os dados do INPE (Institutos de Pesquisas Especiais) de mentirosos.

A questão do Inpe, eu tenho a convicção que os dados são mentirosos, e nós vamos chamar aqui o presidente do Inpe para conversar sobre isso, e ponto final nessa questão”,

afirmou o Presidente durante café da manhã com jornalistas estrangeiros.
desmatamento da amazonia
Fumaça espessa que se formou na região por conta do incêndio em Rondônia
Foto: Evans Fitz

O então diretor do Inpe, Ricardo Galvão, havia indicado que 6,8 mil km² poderiam estar sob desmate, e esse número se confirmou pelos balanços anuais feitos também pelo Inpe. Em comparação, de agosto de 2017 a julho de 2018, os alertas mostraram um desmate em 4,5 mil km². Em agosto, o número também cresceu de acordo com o MetSul:

A taxa oficial para 2019 ficou em 7,5 mil km², sendo um aumento de 64,8%, em uma tendência de desmate crescente com o passar dos anos. Ricardo Galvão foi excomungado de seu cargo no INPE.

O Inpe destaca que sua política de transparência dos dados permite o acesso completo a todas as informações geradas pelos seus sistemas de monitoramento. Este acesso possibilita avaliações independentes pela comunidade usuária, incluindo o governo em suas várias instâncias.

A transparência e a consistência da metodologia do Inpe para monitorar o desmatamento na Amazônia são reconhecidas internacionalmente. O Prodes (projeto que monitora o desmatamento da Amazônia), nosso sistema pioneiro, possui mais de mil citações na literatura científica pela excelência de seus dados.

O Inpe monitora constantemente a qualidade dos dados sobre desmatamento, que atualmente apresentam índice superior a 95% de precisão.

afirmou o Instituto, por meio de sua assessoria de imprensa.
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