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Automobilismo: Os brasileiros na Fórmula 2 e Fórmula 3

A Fórmula 1 é a principal categoria do automobilismo, e é o sonho de muitos jovens espalhados pelo mundo, que começam muito jovens no Kart e almejam um dia estarem guiando um monoposto que passa dos 300 km/h. A jornada é muito difícil, e o sonho da maioria destes jovens acaba não se concretizando, mas um grande passo para que se torne possível é a participação do piloto nas categorias de acesso à Fórmula 1: a Fórmula 2 e a Fórmula 3.

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Gianluca Petecof, piloto da Campos na Fórmula 2. | Foto: ge.

Na última temporada, muitos nomes brasileiros figuraram no Grid dessas duas categorias, porém, nem todos tiveram um grande destaque e acabaram deixando-as para esta temporada que está por vir.

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Fórmula 2

Na F2, Guilherme Samaia e Pedro Piquet, filho de Nelson Piquet, correram pela primeira vez na categoria, e possivelmente pela última vez. Samaia foi piloto da Campos Racing, uma das piores equipes do grid, mas o seu desempenho foi muito abaixo dos demais e figurou quase sempre entre as últimas posições, terminando o ano de 2020 com nenhum ponto conquistado.

Já Piquet, correu pela Charouz-Racing System, que também não está entre os melhores carros da categoria, mas não conseguiu ter um grande destaque, e terminou a temporada com apenas 3 pontos e evidentemente, nenhum pódio ou vitória. Recentemente, Pedro anunciou, em seu Instagram, que estaria deixando o automobilismo, por acreditar que não seja um esporte justo, e que só vai chegar à Fórmula 1 quem tiver dinheiro, e não necessariamente, um talento acima da média.

Se dois, dos três brasileiros que fizeram parte do grid da Fórmula 2 no ano passado não tiveram um grande desempenho, um deles se destacou e muito na principal categoria de acesso à F1. Felipe Drugovich não é apenas o principal nome brasileiro da categoria, é também um dos nomes mais promissores no geral, e possui expectativas de todos por um grande segundo ano.

No ano passado, o piloto de Maringá, correu pela MP Motorsport, uma equipe mediana, e teve um ano simplesmente dos sonhos. Depois de um ano não muito bom na Fórmula 3, recebeu uma oportunidade na Fórmula 2 e colocou seu nome no radar de todos que gostam de automobilismo.

Foram três vitórias, quatro pódios, uma pole position, 121 pontos e a 9ª colocação geral do campeonato de categoria base mais disputado e de alto nível do planeta. Todo o talento demonstrado no ano passado, já rendeu grandes frutos para Drugovich, pois o piloto foi contratado pela UNI-Virtuosi. A equipe é a atual vice-campeã da categoria, e dará para Felipe a oportunidade de brigar por grandes resultados e, inclusive, pelo título. Para muitos, Felipe Drugovich é o piloto brasileiro atual com maior possibilidade de estar na Fórmula 1 em um futuro próximo.

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Felipe Drugovich na UNI-Virtuosi. | Foto: ge.

Ao lado dele, mais um brasileiro integrará o grid da Fórmula 2: Gianluca Petecof. O atual campeão da Fórmula 4 Regional e ex-piloto da academia da Ferrari, correrá pela equipe espanhola Campos Racing. Gianluca é um dos grandes talentos do automobilismo brasileiro, porém, vinha sofrendo com dificuldades financeiras, e mesmo após vencer Arthur Leclerc, irmão de Charles Leclerc e ex-companheiro de Prema na F4 Regional, a vaga para a Fórmula 3 da FIA ficou com o monegasco, por possuir uma maior capacidade de investir em sua equipe. Infelizmente, está é cada vez mais a realidade do esporte.

Após meses de angústia e incertezas, por se tratar de um dos grandes talentos brasileiros e que ainda tinha um futuro indefinido, nesta semana, o piloto e seus fãs tiveram uma grande notícia. Pulando a Fórmula 3 pela falta de assentos, o paulistano foi contratado pela ex-equipe de Guilherme Samaia na F2, a Campos Racing. Este salto é inegavelmente arriscado, porém, ao mesmo tempo, é uma grande oportunidade para o piloto de apenas 18 anos mostrar o seu talento e valor na principal categoria de acesso à Fórmula 1.

Fórmula 3

Já na Fórmula 3, ano passado, o Brasil contou com Enzo Fittipaldi e Igor Fraga representando sua bandeira. Nesta semana, de maneira até que surpreendente, o neto de Emerson Fittipaldi anunciou que não correria na F3 na próxima temporada, e estaria mudando de categoria. Enzo correrá na Indy Pro 2000, uma categoria de acesso à Fórmula Indy, mas declarou que segue sonhando em um dia pilotar na Fórmula 1. Igor Fraga, um dos grandes jovens talentos brasileiros nas pistas, ainda não teve seu futuro definido e um anúncio pode ser feito em breve sobre onde irá correr em 2021.

Com a saída de Fittipaldi e a incerteza sobre o futuro de Fraga, o Brasil ficou momentaneamente sem nenhum nome na Fórmula 3. Porém, também nesta semana, foi anunciada a chegada de um grande destaque brasileiro das categorias de base do automobilismo: o piloto da academia Alpine/Renault, Caio Collet.

Atual vice-campeão da Fórmula Renault Eurocup, receberá uma oportunidade na equipe holandesa da F3, MP Motorsport. Caio tem apenas 18 anos e um talento ímpar, e vê esta vaga na Fórmula 3 como um grande passo rumo ao sonho de um dia representar o Brasil na principal categoria do automobilismo mundial.

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Caio Collet, novo piloto da MP Motorsport. | Foto: ge.

Estou muito animado para esta temporada com a MP Motorsport. A Fórmula 3 faz parte da programação da Fórmula 1, então, naturalmente, tem mais pessoas observando os pilotos e será importante mostrar o seu melhor todo final de semana. É um campeonato muito competitivo, com alguns dos melhores jovens pilotos do mundo, então vai ser uma luta do começo ao fim. O objetivo, como sempre, é lutar pelo título.

Declarou em entrevista ao site Caio Collet, o portal de notícias sobre o jovem piloto. 

Desde 2017, o Brasil não tem um representante na Fórmula 1, e desde 2009, quando Rubens Barrichello venceu em Monza com a sua Brawn GP, não ouvimos o hino nacional tocar na cerimônia do pódio. Ainda é muito cedo para dizer quando voltaremos a ter um brasileiro na F1, porém, estes jovens talentos da Fórmula 2 e 3, tem tudo para fazer bonito em 2021, e em um futuro próximo, trazerem de volta a bandeira verde e amarela para o local de onde nunca deveria ter saído: no topo mais alto do pódio da Fórmula 1.

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Por Filipe Saochuk – Fala! PUC

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