Quentin Jerome Tarantino, o diretor que possui uma identidade bem definida e fãs ao redor do mundo, nasceu dia 27 de março de 1963, no Tennessee e completa, hoje, 57 anos.
O diretor, ator, produtor, diretor de fotografia e roteirista não fez faculdade de cinema, não veio de família rica e nem possuía conhecidos na indústria do cinema, tinha apenas sua paixão pela 7ª arte desde criança.
Isso é fundamental para entendermos como Tarantino chegou a ser o artista que é hoje, sendo, até mesmo, eleito o 19º maior diretor de cinema dos últimos 25 anos, segundo o levantamento da Quartz através do Metacritic.
Carreira de Tarantino
Desde pequeno, Tarantino amava ver filmes, se encantava pelos filmes franceses da nouvelle vague e os filmes de faroeste. Como um amante do cinema, trabalhou anos em uma locadora chamada Video Archives, onde conheceu Roger Avary que, posteriormente, seria um colaborador em Pulp Fiction. O diretor credita grande parte de sua criatividade aos inúmeros filmes que tinha possibilidade de assistir devido ao emprego na locadora.
Antes de se tornar diretor, Tarantino sonhava em ser ator, estudou e fez cursos por anos se dedicando a isso. Porém, como escrevia suas próprias falas para atuar, foi notando seu verdadeiro talento: escrever. Tarantino, mesmo sendo reconhecido pela maior parte do público como cineasta, possui mais trabalhos como roteirista e produtor do que como diretor.
Com o tempo foi aprimorando essa técnica, porém a luta para conseguir compradores para seus roteiros durou 10 anos. No entanto, conseguiu vender seus dois primeiros roteiros, “True Romance” e “Natural Born Killers”. Mesmo o diretor declarando que não é um grande fã do que Natural Born Killers se tornou, ambos os roteiros foram de extrema importância para a carreira, do, até então, roteirista, tomar um rumo e ganhar nome.
Com o incentivo de Lawrence Bender, que posteriormente seria o produtor de alguns de seus filmes, Tarantino percebe que possui as inúmeras histórias em sua cabeça e que, ao dirigir um filme, há a possibilidade de transmitir exatamente sua ideia para a tela.
Com isso, Quentin Tarantino tem sua primeira experiência na direção, Cães de Aluguel, de 1992. O filme, estrelado por Harvey Keitel, fez sucesso ao ser exibido no Festival de Cinema de Sundance e, por ter sido sucesso de crítica, o nome de Tarantino passou a ser reconhecido agora como diretor também.
Seu filme posterior foi o famoso Pulp Fiction: Tempo de Violência, com roteiro não linear, longos diálogos e muita violência gráfica, o filme foi lançado no Festival de Cannes e ganhou a Palma de Ouro.
Tarantino não parou por aí e conquistou inúmeras indicações durante sua elogiada e popular carreira. Ganhou duas vezes o prêmio de Melhor Roteiro Original no Oscar por Pulp Fiction: Tempo de Violência e Django Livre e, seu filme mais recente, Era uma vez em… Hollywood, ganhou o Globo de Ouro de Melhor Filme na categoria comédia ou musical.
Ao todo, seus filmes possuem 35 indicações ao oscar e 28 no Globo de Ouro. Tarantino se considera diretor e roteirista, ao mesmo tempo, de 9 filmes e, já falou em entrevista, que pretende parar de dirigir ao chegar no 10° filme. Sua filmografia conta com Cães de Aluguel, Pulp Fiction: Tempo de Violência, Jackie Brown, Kill Bill (Volume 1 e 2), À Prova de Morte, Bastardos Inglórios, Django Livre, Os Oito Odiados e, o mais recente, Era uma vez em… Hollywood.
Particularidades do diretor
Ao pensar em Quentin Tarantino rapidamente vem à cabeça violência e sangue, closes no rosto, muitos diálogos e roteiros estruturados. O diretor possui suas particularidades ao dirigir e escrever seus filmes.
Ele já revelou ser metódico ao escrever, costuma escrever pela manhã e passar a tarde relendo e se imaginando nos diálogos escritos. O diretor, considerado um ótimo diretor de atores, diz que todas as composições encontradas em seus filmes são feitas por ele mesmo e que não costuma filmar com mais de uma câmera ao mesmo tempo.
Além de não usar monitores para visualizar as cenas durante a gravação, Tarantino comenta que já escreve seus roteiros pensando nas músicas que serão tocadas nos filmes, outro ponto que sempre chama a atenção em seus projetos.
Seus filmes possuem muitas referências a trabalhos de outros diretores, sendo assim, uma polêmica do diretor, já que muitos resumem seu trabalho a cópias e referências. Mas Quentin sempre deixou claro seu amor ao cinema e que ama fazer homenagens aos grandes clássicos da 7ª arte em seus filmes.
Além de sua fixação por pés femininos, Tarantino é envolvido em uma outra polêmica, bem mais séria, em que o diretor revela saber o que ocorria com Harvey Weinstein, produtor de muitos de seus filmes, que foi acusado de assédio, agressão sexual e estupro. Tarantino conta que sabia o suficiente e que se arrepende de não ter denunciado Weinstein, que recentemente foi condenado a 23 anos de prisão.
Mesmo envolvido em tais questões, o público não deixou de aclamar e admirar o diretor, que continua muito querido por suas obras para com o cinema.
Um acerto do diretor é escolher suas parcerias, sendo famosas as parcerias que o diretor fez com Uma Thurman, Kurt Russel, Tim Roth, Leonardo Dicaprio, Brad Pitt e Christoph Waltz, porém, a melhor parceria em seus filmes foi Sally Menke. Sally era editora e montadora dos filmes de Tarantino e merece reconhecimento já que o próprio diretor a reconhece como alguém que controlava seus anseios e que sempre compreendia o que ele queria passar em suas obras. Sally faleceu em 2010 deixando uma eterna marca “tarantinesca”.
Tarantino, com certeza, conquistou uma carreira incrível e admiradores ao redor do mundo, tem sua marca registrada e acabou criando um estilo próprio, sendo admirado por amantes do cinema ou por pessoas que buscam seus filmes apenas para entretenimento.
Com uma vida dedicada a sua grande paixão que é o cinema e a contar suas histórias Tarantino diz que “ama ser aluno de cinema o tempo todo” e que “filmar é uma loucura criativa”, espero que possamos embarcar nessa loucura mais uma vez.
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Por Vitória Campos – Fala! Mack