Uma mulher que teve três maridos, rainha de dois grandes reinos, morta pela prima em um ato de extremo ciúme e que inspirou produções de Hollywood. Essa é Mary Stuart, que viveu no século XVI e que, até hoje, faz os boatos reais virarem contos infantis.
História da Rainha Mary
No ano de 1542, nasce no Palácio de Linlithgow, a única filha do rei da Escócia, Jaime V, fruto da união com a francesa Marie de Guise. Sua história já não começa fácil. Aos 6 anos, seu pai morre e ela acaba herdando o trono. Por ser muito nova, um grupo de regentes e sua mãe passam a tomar as decisões até sua fase adulta.
Entretanto, como uma boa história real, a confusão começa muito antes da futura rainha chegar ao trono, uma vez que sua avó, Margaret Tudor, era irmã do rei da Inglaterra, Henrique VIII. O inglês via no matrimônio de seu filho com a Stuart uma oportunidade de juntar as duas coroas, tornando a Inglaterra mais forte e, para fugir da situação, Mary se refugia no Castelo de Stirling.
Aproveitando da situação, o rei francês Henrique II propõe a união da jovem com seu filho Francisco, herdeiro do trono francês, e a menina é levada para a França, local ao qual termina seus estudos e se casa na famosa Catedral de Notre Dame, em 1558, tornando-se rainha consorte da França.
Eventos após o casamento de Mary
Alguns quilômetros distante, na Inglaterra, sua prima Elizabeth se torna rainha e tenta juntar forças para tomar a fronteira da Escócia e dar início a uma era marcada pela sanguinolência e progresso.
Quando sua mãe e seu marido morrem, com meses de diferença, Mary se vê viúva e obrigada a voltar para Escócia, com apenas 18 anos, a rainha católica tenta apaziguar os conflitos religiosos com os protestantes.
Mas as fofocas dentro da corte não param por aí, pois, 5 anos após a morte de seu primeiro marido, Marie casou-se e teve um filho com seu primo Henrique Stuart, conde de Damley, que reivindicava a coroa inglesa.
Porém, ao que tudo indica, a jovem que vivia seu segundo casamento se encontrava insatisfeita e daria início a um caso com seu secretário privado, o músico italiano David Rizzio. No momento em que a informação chegou aos ouvidos de Henrique, ele se juntou com os protestantes e matou o amante da atual esposa.
O rei não sai impune, morrendo tempo depois em uma explosão na sua própria casa, em Kirk O’Field. Muitas fontes da época desconfiam que não foi um simples acidente, mas, sim, algo causado pelo novo admirador de Mary e futuro marido, o conde de Bothwell.
A revolta popular foi tamanha que a rainha foi obrigada a assinar sua abdicação ao trono, deixando-o para seu filho e consecutivamente sendo presa no castelo de Loch Leven. Ela não aceitou a situação de braços cruzados e fugiu levando um exército, que logo é derrotado.
Stuart foge, pela última vez, para a Inglaterra e pede ajuda a sua prima Elizabeth I, que com muito amor, a manteve prisioneira, o que de certa forma acabou protegendo-a dos inúmeros pedidos de morte.
Morte e legado
Durante 19 anos Elizabeth recusou os pedidos de morte, até ser informada do envolvimento de sua prima em uma rebelião para assassiná-la, algo muito visado pelos católicos que viam a rainha atual como ameaça pelo fato de ser protestante. A escocesa foi culpada de traição e condenada à morte, sendo brutalmente decapitada em 1587.
Depois de tantos maridos e intrigas familiares, Mary passou seus últimos suspiros com seu companheiro mais leal, o cão de estimação, que se encontrava debaixo de seu vestido e se recusou a sair do local, permanecendo deitado ao lado da dona na poça de sangue, até o corpo ser retirado.
É assim que, aos 44 anos, Mary Stuart termina seu legado em vida, detendo uma legião de fãs e servindo de inspiração para filmes, como o Maria, rainha dos escoceses, disponível no Amazon Prime, e a série Reign, disponível no Globoplay.
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Por Barbara Contini – Fala! Cásper