Nos últimos meses, países do mundo todo têm enfrentado um “grande” inimigo invisível em comum: o Covid-19. Enquanto a corrida para conseguir uma vacina eficaz não chegou ao fim, outras maneiras para evitar o contágio do novo vírus foram encontradas, uma delas foi a quarentena. Nas primeiras semanas, foi tranquila, afinal, era apenas ficar em casa, não é mesmo? Estamos indo para o terceiro mês de quarentena e começamos a perceber que não é tão fácil quanto achávamos e o estresse se tornou uma grande companhia na vida dos brasileiros nesse tempo.
É cada vez mais comum escutarmos nos noticiários ou até mesmo nas redes sociais sobre o impacto da pandemia na economia, mas pouco se tem escutado sobre o seu efeito na saúde mental da população.
Em uma pesquisa feita por Samantha K. Brooks e sua equipe, para a renomada revista científica The Lancet, podemos ter uma noção do quanto a quarentena pode afetar psicologicamente as pessoas. No estudo, foram analisadas inúmeras pesquisas a respeito das sequelas deixadas na população durante as quarentenas que ocorreram devido ao H1N1, SARS e ebola.
O que gera o estresse na quarentena
Na pesquisa de Brooks, foram analisados alguns fatores que desenvolvem o estresse durante a quarentena. A começar com o medo que sentimos em contrair o vírus a qualquer momento e de infectar algum outro membro da família. Durante a quarentena, o convício com familiares aumentou e os laços se fortaleceram. Devido a isso, a preocupação e o medo de transmitir o vírus para um ente querido tem sido um dos grandes geradores do estresse.
Tédio e demais frustrações também são fatores consideráveis para o estresse. Pelo fato de termos muito o que fazer no dia a dia, a ideia de quarentena, talvez, não soasse tão ruim, e tédio seria a última coisa da lista a ser riscada. Entretanto, não foi o que aconteceu. Ter a rotina quebrada e perder aquela liberdade de poder sair para algum lugar para, como Brooks afirma, suprir necessidades básicas ou apenas para descontrair um pouco com a presença dos amigos e familiares, acabou deixando os dias cada vez mais frustrantes e tediosos.
Para por um fim a todas essas frustrações e o tédio, inúmeras empresas e influenciadores começaram a interagir mais com seus consumidores através das redes sociais, como YouTube e Instagram. Diariamente lives com shows, palestras, entrevistas e outros ocorrem nas plataformas e tudo precisa de apenas um click pra começar.
Brooks também menciona que outro fator crucial para o estresse é a falta de informações. Ainda que a mídia bombardeie informações a respeito do novo coronavírus, muitos ainda não têm acesso a elas. Com isso, milhares de famílias ficam mais vulneráveis à contaminação que poderia ser facilmente evitada.
Outro fator que estimula o estresse é a frustração originada com a falta de suprimentos básicos, como comida. Nesse caso, as populações mais pobres são as mais afetadas, pois grande parte perdeu a sua renda e a ajuda governamental não é suficiente para suprir suas necessidades básicas.
Para amenizar esse quadro, ONGs, como Solidariedade Para Mudar SP e A Rocinha Resiste, criaram uma rede de solidariedade para ajudar aqueles que mais precisam. Qualquer um pode ser voluntário! Para isso, só é preciso acessar os respectivos endereços, pela web mesmo, ler as instruções e doar!
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Por Eduarda Knack – Fala! UFRJ