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‘A Morte Te Dá Parabéns’ – Leia a crítica do filme

Viver repetidamente o mesmo dia e, além do mais, o dia do seu aniversário. Esse é o drama vivido por Tree Gelbman, interpretada pela atriz Jessica Rothe. Talvez você se lembre dela em La La Land, quando interpretou uma das amigas da Mia (Emma Stone) que a convencem de ir à festa, logo no início do filme, cantando Someone in the Crowd. Os dois filmes foram lançados no mesmo ano, 2017, que, inclusive, é considerado por muitos críticos como o melhor ano cinematográfico do século XXI. Sem mais delongas, vamos para o filme! 

A Morte Te Dá Parabéns
Filme A Morte Te Dá Parabéns. | Foto: Reprodução.

Crítica de A Morte Te Dá Parabéns

A vinheta clássica da Universal Pictures já faz uma brincadeira com o tema do filme, recomeçando 2 vezes antes de passar por inteiro. Acho muito divertido essas alusões que as distribuidoras fazem nas vinhetas dando alguma referência do filme que vai começar. Podemos lembrar da abertura de Bohemian Rhapsody (2018), em que o tema musical da 20th Century é tocada com o timbre da guitarra do Brian May. 

O longa dirigido por Christopher B. Landon conta com a participação da Companhia produtora Blumhouse, bem famosa por filmes de terror e suspense, como Corra!, Sobrenatural, Uma Noite de Crime, entre muitos outros. A parceria do diretor com a empresa foi marcada pela pentalogia de Atividade Paranormal. Confesso que não é meu estilo de terror preferido, mas teve seu sucesso, até porque se não tivesse, não teriam feito 5 filmes da série. 

Mas voltando para o filme em questão, A Morte Te Dá Parabéns é classificado como Suspense/Terror, o que é bem válido, já que o filme tem diversos momentos de tensão e de susto, e até algumas cenas de luta entre os personagens bem interessantes. No entanto, deve-se destacar os fortes traços de humor que o filme apresenta, além de um pouco de drama em relação à história pessoal da Tree.

Ela reforça desde o início aquele estereótipo de “patricinha” da faculdade: é arrogante com as pessoas, faz parte do grupinho das garotas populares, vai a todas as festas. Porém, após esse ”feitiço”, se vendo forçada a reviver repetidamente o mesmo dia com as memórias sendo mantidas, isso faz com que ela repense nas suas atitudes e nas posturas com outras pessoas, principalmente com seu pai.

Os amantes da sétima arte podem ter percebido que a temática da “prisão no mesmo dia” já foi abordada. Em Feitiço do Tempo (1993), o personagem de Bill Murray vive exatamente o mesmo drama de Tree. Apesar da pegada mais romântica, o protagonista também é posto em xeque em relação à sua personalidade e sua atitudes, tendo que repensá-las para se ver livre dessa espécie de prisão cármica.

filmes de comédia
Filme Feitiço do Tempo. | Foto: Reprodução.

Em A Morte Te Dá Parabéns 2, lançado dois anos depois, nota-se uma tentativa de explicar de maneira racional/científica essa prisão temporal em que Tree vive no primeiro. Talvez até essa carência de explicação lógica no primeiro tenha sido a motivação para produzir um segundo filme.

Entretanto o espectador, pelo menos foi assim comigo, acaba entrando naquele universo da verossimilhança interna, isto é, o que faz sentido dentro do filme podendo ou não fazer na nossa realidade, e  acabamos não apontando isso como um defeito do primeiro.

Como a crítica aqui não é sobre o segundo (pretendo escrever uma em breve), não vou entrar em tantos detalhes, mas vale só ressaltar que ele traz menos os aspectos de terror e susto, e puxa mais para o lado humorístico e dramático. Apesar de gostar mais do primeiro, eu acho que o segundo passa uma mensagem bacana. Então, vale a pensa assistir aos dois.

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Por Pedro Tavares – Fala! UFRJ

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