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A importância das medidas dos governadores brasileiros na contenção do coronavírus

    Com o pico da doença previsto para os meses de maio e abril desse ano, quais as medidas que estão sendo tomadas para que o Brasil possa enfrentar a pandemia do melhor jeito possível?

    É de conhecimento geral que estamos em um período delicado, tentando combater uma pandemia que já fez mais de 51 mil vítimas em todo o mundo, e temos mais de 1 milhão de casos confirmados da doença. No Brasil, o vírus chegou e já tomou proporções absurdas, em uma velocidade maior que a de países como a Itália, que está em uma situação crítica.

    Porém, o presidente brasileiro fez alguns pronunciamentos menosprezando a gravidade da situação, sem nenhum tipo de prova científica ou dados verdadeiros, e entrando em oposição com o Congresso e os governadores dos Estados, que estão tomando as medidas necessárias para reverter o cenário. Nessa briga entre os poderes, os governadores seguem com seus planos de contenção do vírus, e são nossa melhor chance de controlarmos essa grave doença.

São Paulo vazia pela quarentena   - Foto:  Eduardo Frazão| EXAME
São Paulo vazia pela quarentena – Foto: Eduardo Frazão| EXAME

    Na grande maioria dos estados, foi implementado o sistema de isolamento social. Essa é, nesse primeiro momento, a medida mais importante de todas. Sabe como ela funciona? Vou te explicar:

    Bom, primeiro deve-se entender que ela é uma medida preventiva. Ela não é sinônimo de quarentena, que por sua vez é uma medida administrativa, que visa restringir as pessoas com casos já confirmados ou que estejam sob suspeita, sintomáticas ou assintomáticas. Já o isolamento, ele propõe a restrição das atividades rotineiras de toda a população, menos aqueles que trabalham com serviços considerados essenciais – médicos, policiais, enfermeiras, etc -, com a finalidade de achatar a curva de epidemia.

Mas, que curva é essa? E por que ela deve ser achatada?

    Não é novidade que o sistema de saúde pública brasileiro enfrenta graves problemas por conta da falta de investimentos e o sucateamento da área. Agora, que esse sistema é o mais essencial de todos para poder tratar de todos os enfermos e evitar eventuais mortes, não temos capacidade suficiente para abrigar todo mundo de uma vez só.

    Sem as medidas de isolamento social, todos ficariam doentes juntos, ao mesmo tempo, por conta da facilidade de transmissão do Covid-19. Assim, todos procurariam os hospitais e, aqueles que precisam de internação em casos mais graves, teriam que ser admitidos todos ao mesmo tempo.

Quando se põe em prática as medidas de isolamento social, essa contaminação ocorre no mesmo grau, com o mesmo número de infectados, porém em um espaço de tempo muito maior. Assim, nosso sistema de saúde atual teria conta de abrigar a todos, e o sistema não ficaria sobrecarregado, o que faz com que o número de mortalidade caia.

    Esse processo pode ser melhor visualizado a partir desse gráfico, publicado pela BBC:

    Além dessa ação, outras foram tomadas para evitar que a situação brasileira se torne mais caótica. No dia 27 de março, o Ministério da Saúde afirmou que as medidas de isolamento devem ser mantidas, e que estão construindo mais de 20 mil leitos para o próximo mês, que é para quando está previsto o pico no número de casos, também com o objetivo de não sobrecarregar os hospitais e evitar que pessoas que necessitam de respiradores e uma atenção maior fiquem sem leitos.

    No dia 25 de março, ocorreu uma reunião entre 26 governadores, por videoconferência, para discutir ações emergenciais em meio à atual conjuntura. Na pauta de reunião, alguns pedidos foram feitos ao governo federal, como um maior auxilio na compra de insumos e de equipamentos médicos para a preparação de mais leitos hospitalares, como novos respiradores. O governador de Rondônia, Marcos Rocha, afirmou que:

“Precisamos de uma estrutura adequada, temos poucos leitos de UTI [unidades de Terapia Intensiva]. A gente precisa de mais teste para o coronavírus”

    Situação essa que se repete em diversos outros estados brasileiros, e é um dos fatores que podem agravar ainda mais o cenário da pandemia no Brasil.

    Além dessa reivindicação, as lideranças discutiram também medidas como a suspensão de pagamentos de dívidas e empréstimos com a União e de outros bancos federais, que foi aprovada, e a imediata aprovação do chamado Plano Mansueto, que implementa um novo programa de auxílio econômico aos estados e cidades, que será votado na próxima semana.

    Outra problemática crucial nesse momento é a questão do emprego e da renda da população, principalmente os informais e terceirizados. Assim, na mesma reunião de governadores, Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte, afirmou que:

“O coronavírus mata e a fome também, por isso nosso foco de estarmos todos empenhados na saúde da população e na sobrevivência dos setores mais vulnerabilizados da nossa sociedade. Faço coro ao que foi dito, garantir os empregos e proteger as milhões de pessoas que trabalham na informalidade, que estão desamparados”

    Para tentar contornar essa situação, o Senado aprovou um auxílio emergencial de até R$600 para trabalhadores informais e de baixa renda por três meses, mas podendo ser prorrogada caso a situação de isolamento ainda não tenha acabado. Para conseguir o auxílio, alguns requisitos devem ser preenchidos:

    Com esse auxílio, é possível complementar a renda daqueles que não recebem uma renda fixa por mês, e que necessitam trabalhar para poder sobreviver. Caso essa medida não fosse aprovada, dois cenários seriam possíveis: os trabalhadores não obedeceriam as medidas de isolamento social e os casos continuariam a subir, ou eles parariam de trabalhar e sofreriam com a fome e a falta de saneamento básico. Dessa forma, o governo visa prevenir que outras enfermidades se desenvolvam ao mesmo tempo que a pandemia de Covid-19.

   Portanto, podemos observar que uma série de medidas já estão sendo tomadas para controlar a situação do vírus no Brasil. Devemos, então, confiar nas providencias tomadas pelos governadores e prefeitos, além de obedecer as imposições de isolamento social, principalmente se somos, ou moramos com alguém que seja, do grupo de risco da doença e que pode desenvolver os sintomas mais graves desta. Somente assim, será possível proteger as pessoas mais queridas para nós. Por favor, fiquem em casa!

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Por Anna Casiraghi – Fala! Cásper Líbero

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