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A história REAL por trás de “Era Uma Vez em… Hollywood”

Era Uma Vez em… Hollywood, o novo filme de Quentin Tarantino chegou nos cinemas na última quinta-feira, 15 de agosto, no Brasil. Antes mesmo de ser lançado, o longa estava causando preocupações entre as pessoas, devido a maneira que o diretor é conhecido, por contar histórias sangrentas e violentas nas telonas – e o fato desse novo filme ser baseado em um acontecimento real foi mais um motivo de inquietação para o público.

Apesar de Tarantino ter impressionado a crítica internacional com o modo como recriou a história, o caso Tate-LaBianca foi um dos eventos que horrorizaram Hollywood nos anos 60 e, até hoje, causa calafrios em muita gente. Conheça a seguir o triste episodio que deu inspiração a esse filme.

A tragédia aconteceu no dia 9 de agosto de 1969, 50 anos atrás, quando o líder de uma seita hippie, que tinha princípios da supremacia branca, Charles Manson, mandou quatro de seus mais fiéis seguidores (Charles “Tex” WatsonPatricia KrenwinkelSusan Atkins e Leslie Van Houten) à casa alugada onde Sharon Tate, grávida de oito meses, e quatro de seus amigos que a acompanhavam naquela noite, Abigail FolgerWojciech FrykowskiJay Sebring (ex-namorado e cabeleireiro de Tate) se reuniam. Porém, o alvo principal de Manson não era Sharon, e sim o produtor musical Terry Melcher, que se recusou a trabalhar com Charles após um conflito em um bar.

A confusão toda foi iniciada um ano antes da catástrofe, em 1968, quando Manson conheceu o vocalista e guitarrista da banda The Beach Boys, Dennis Wilson, que o apresentou ao produtor musical Terry Melcher, que se interessou pelo trabalho de Charles e se propôs a ajudá-lo a lançar um álbum e até um documentário sobre a família Manson.

Porém, após uma briga de bar muito feia entre Manson e um moço bêbado, onde Manson berrou calamidades e até o ameaçou de morte, Melcher ficou horrorizado ao presenciar a situação e decidiu desistir de fazer qualquer produção sobre Manson


Apesar disso, Charles Manson nunca superou esse “término” e decidiu voltar na casa de Melcher para procurá-lo. No entanto, Terry já havia se mudado da casa onde residia, pois só a tinha alugado por algumas semanas pra ficar com sua esposa, e em seguida comprou uma casa definitiva em Malibu. Logo depois, o renomado diretor Roman Polanski e a atriz Sharon Tate alugaram-na para passar alguns dias enquanto Polanski viajava à Europa a negócios, e Tate repousaria de uma gravidez de oito meses.

Manson não acreditou ao conversar com o inquilino da casa para procurar Melcher, quando lhe disse que o produtor havia se mudado, mandando então os quatro membros de sua família (seita) para invadirem a residência e serem o mais cruéis possíveis com todos que lá estivessem presentes.

E assim foi feito: Jay Sebring levou um tiro e sete facadas; Abigail Folger, apesar de tentar fugir, levou 28 facadas; seu namorado, Wojciech Frykowski, tentou brigar com uma das assassinas, porém Tex o parou com severas coronhadas com a arma em sua cabeça, quebrando até o gatilho da mesma e, encerrando com 51 facadas em seu corpo; e por fim, Sharon Tate foi assassinada com 16 facadas (muitas delas na barriga), apesar de implorar por sua vida e pela de seu bebê.

Na noite seguinte, os assassinos voltaram aos arredores do primeiro massacre e mataram os donos de um mercado por perto, Leno e Rosemary LaBianca, terminado o trágico caso.


Anos após o ocorrido, Manson ainda comentou que o genocídio era necessário para evitar o apocalipse. Essa ideia apocalíptica teria vindo de uma música dos Beatles, “Helter Skelter”, a qual Manson acreditava conter mensagens subliminares que contavam que o apocalipse estava chegando, sendo ele o único ser vivo na Terra que tinha entendido o aviso, e assim precisava cometer esses crimes para depois emergir como um líder social por um único motivo: sua cor de pele ser branca.

Isso ainda levou aos assassinos a escreverem palavras com os sangues das vitimas nas portas e paredes dos locais dos delitos, rabiscando os termos “Pigs” (porcos), “War” (guerra) e “Helter Skelter”.

Dessa forma, o filme mostra o momento de ascensão de Sharon na década de sessenta que, infelizmente, ficou mais conhecida por seu triste fim do que pelos seus trabalhos em si, e uma parte ficcional escrita pelo próprio Tarantino sobre um ator, Rick Dalton, e seu dublê, Cliff Booth, tentando reemergir no cinema durante o final da década de ouro em Hollywood.

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Por Niara Viana – Fala! PUC
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