Por Giulia Fantinato – Fala!MACK
Apesar dos impactos à economia brasileira, greve traz camaradagem e esperança em união do povo brasileiro
Com a ânsia causada pela greve dos caminhoneiros e sua recente – e diríamos até abrupta – finalização, muitas questões ficaram inconclusas. “Sempre que a mídia mostrava que já estava feito o acordo com o representante da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), o verdadeiro cabeça do movimento enviava uma mensagem via Whatsapp instantâneo para todos os pontos da greve”, conta Renato Momesso, caminhoneiro não-autônomo de 49 anos, com 24 anos de profissão.
Fila de carros em Brasília. Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília
O que para muitos foi sinônimo de falta de gasolina e produtos disponíveis nos mercados, para outros significou a luta por uma questão que era do interesse comum da população brasileira: diminuição do preço dos combustíveis e impostos.
Renato ainda conta que, ao contrário do que muitos especularam, o movimento, à princípio era uma greve de autônomos que depois se tornou um locaute por força e interesse. “Então as empresas se aproveitaram da situação e aliaram-se ao protesto”.
“Sim, acredito na existência de pressões externas”. A greve que acabou por tornar-se locaute teve impactos econômicos em nível nacional: aumento de 3% no dólar e queda de 8,8% do índice Bovespa. “Muitos aproveitaram, mas não colaboraram. Acredito que há uma necessidade de coagir o povo a ajudar pois do contrário não haveria adesão”. E o governo já anistiou muitas das multas causadas devido ao segundo momento, de locaute.
E em meio a toda essa movimentação nacional, muitas histórias, por exemplo, de solidariedade entre os participantes, podem ser encontradas. “Estávamos em três caminhoneiros da mesma empresa em um ponto razoável. Fomos chamados por 5 pessoas esquisitas para fora de um restaurante. Saímos esperando o pior, mas na realidade fomos convidados para um ponto ótimo, porém mais tenso, com polícia e exército. Foi uma aventura”.