Líderes ao longo da temporada, Gabriel e Carissa confirmaram o seu favoritismo no surfe
Nesta última terça-feira (14), a World Surf League conheceu seus campeões mundiais da temporada de 2021. Com uma última etapa diferente do habitual, realizada em Lower Trestles, na Califórnia, Gabriel Medina e Carissa Moore saíram vitoriosos, derrotando os brasileiros Filipe Toledo e Tatiana Weston-Webb, respectivamente. Confira mais detalhes do torneio e da temporada dos melhores surfistas do mundo.
Gabriel Medina e Carissa Moore são os novos campeões do tornei de surfe mundial
Masculino
Neste ano, a última etapa da WSL foi chamada de Rip Curl WSL Finals e teve um formato alternativo. Os cinco melhores surfistas ao longo das 7 etapas da temporada disputaram um sistema de mata-a-mata, onde o 5º enfrentava o 4º, depois partia para disputar contra o 3º, e assim por diante. O primeiro duelo foi entre o americano Conner Coffin e o australiano Morgan Cibilic, com vitória para o californiano por 15.00 a 9.84. Em seguida, Coffin surfou com Filipe Toledo, natural de Ubatuba, que deu show e venceu de 16.57 a 14.33.
Agora apenas com brasileiros na disputa do campeonato de surfe, Filipe enfrentou Ítalo Ferreira, 2º melhor na temporada, campeão mundial em 2019 e ouro olímpico nas Olimpíadas em Tóquio. O potiguar não foi páreo para as manobras do paulista, que estava competindo em casa, já que mora em San Clemente, na Califórnia, desde 2015. Vitória de Toledo por 15.97 a 12.44, que se garantiu na final para enfrentar Gabriel Medina.
Campeão das etapas de Rip Curl Narrabeen Classic e Rip Curl Rottnest Search, na Austrália, e 2º lugar na Billabong Pipeline Masters (Havaí), na Rip Curl Newcastle Cup (Austrália) e na Jeep Surf Ranch Pro (Estados Unidos), Medina, natural de São Sebastião, chegou como favorito para a Rip Curl WSL Finals, sendo o líder da classificação total com uma ampla vantagem. A decisão foi em uma melhor de três baterias. Na primeira, uma vitória apertada de 16.30 a 15.70 para Gabriel, com direito a uma nota 9, graças a um bom aéreo. Na segunda disputa, os paulistas estavam bem equilibrados até por volta de 14 minutos restantes para o término, quando Medina acertou um lindo backflip e tirou 9.03, levando o título para casa com o resultado final de 17.53 a 16.36. Essa foi a terceira conquista da WSL em sua carreira (já havia vencido em 2014 e 2018), empatando com nomes históricos como Andy Irons e Mick Fanning. Será que Gabriel Medina chegará aos 11 títulos do lendário Kelly Slater?
Feminino
A decisão feminina seguiu o mesmo formato do masculino. A primeira disputa de surfe foi entre a australiana Stephanie Gilmore, pentacampeã mundial (2007, 2008, 2009, 2010, 2012, 2014 e 2018) e a francesa Johanne Defay, com vitória da Defay por 12.17 a 6.70. Depois, ela enfrentou a também australiana Sally Fitzgibbons, que a derrotou com as parciais 11.33 e 6.66. Sally se classificou para surfar contra a brasileira Tatiana Weston-Webb, natural de Porto Alegre e que venceu a etapa de Boost Mobile Margaret River Pro em maio. Nas águas, Tatiana foi superior e venceu por 13.17 a 11.73. Em seguida, ela enfrentaria a havaiana e multicampeã Carissa Moore na final.
Assim como Medina, Carissa chegou na Rip Curl WSL Finals como grande favorita, após vencer a etapa de Rip Curl Newcastle Cup (Austrália) e ser vice-campeã em outras duas: Billabong Pipeline Masters (Havaí) e Jeep Surf Ranch Pro (Estados Unidos). Na primeira bateria, Tatiana manteve o embalo da vitória sobre Sally Fitzgibbons e venceu a havaiana por 15.20 a 14.06. Em seguida, Carissa Moore voltou disposta a reverter a sua situação e conseguiu logo uma nota 8.93 em sua primeira onda, que praticamente garantiu a sua vitória naquela bateria.
Na última disputa, ambas as surfistas estavam fazendo o confronto mais equilibrado da final. Após uma onda nota 8.63 de Carissa, Tatiana precisaria de uma onda nota próxima ao 9 para conquistar o título. E, faltando menos de dois minutos, ela vinha com chances de virar, após dois backhands certeiros e muito bem realizados. Porém, no momento de finalizar a onda, Tati se descolou da prancha e caiu direto na água, o que prejudicou muito a sua nota final. Resultado: pentacampeonato de Carissa Moore, que já havia vencido em 2011, 2013, 2015 e 2019, além de ter conquistado o ouro em Tóquio, com as parciais de 16.60 a 14.20. Com o vice-campeonato, Tatiana se igualou à catarinense Jacqueline Silva (2002) e à cearense Silvana Lima (2008 e 2009), porém ela mostrou que tem muito potencial para, em breve, se tornar a primeira mulher brasileira a ser campeã mundial no surfe.
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Por Victor Fardin – Fala! PUC-SP