O doping consiste no uso de substâncias que aumentam a performance dos atletas, consequentemente aumentando as suas chances de vitórias. Esta já foi uma prática muito comum entre atletas e muitas vezes respaldada por governos e instituições de promoção ao esporte.
Ao longo dos anos vários foram os casos de uso indevido de medicamentos e hormônios em competidores olímpicos. Para manter o “jogo limpo” nas competições, o Comitê Internacional Olímpico mantém atualizada uma lista com todas as substâncias proibidas.
Cabe lembrar que a restrição ao uso dessas drogas e hormônios não é apenas uma tentativa de manter a igualdade nas competições esportivas, pois as substâncias também colocam em risco a saúde dos atletas. Então, conheça alguns dos casos mais famosos de doping nas Olimpíadas:
Escândalos mais famosos de doping nas Olimpíadas
O doping na Alemanha Oriental
Esse foi um dos maiores escândalos de doping nos Jogos Olímpicos. A Alemanha Oriental, parte do país que estava sob influência soviética durante a Guerra Fria foi acusada de fazer uso sistemático de substâncias ilegais para aumentar o desempenho de seus atletas.
A grande questão, nesse caso, é a de que muitos atletas não sabiam que estavam fazendo uso de substâncias proibidas, que eram injetadas inclusive em crianças. Segundo atletas que competiram pela RDA, todos recebiam esses hormônios e não eram alertados sobre os possíveis riscos à saúde.
Atualmente, muitos destes atletas enfrentam problemas de saúde, como infertilidade, câncer e outras patologias oriundas do uso constante de hormônios. Alguns deles continuam lutando para que o governo da atual Alemanha ofereça apoio sanitário e econômico para eles.
O caso Ben Johnson (1988)
Este foi outro emblemático caso de escândalo envolvendo uso de substâncias proibidas. Ben Johnson, atleta da federação esportiva canadense, despontou como um dos destaques nas provas de atletismo dos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988. Seu auge foi conseguir quebrar o recorde mundial ao terminar a prova dos 100m rasos em apenas 9s79.
Contudo, por trás do resultado estonteante, estava o anabolizante Stanozolol. Seus dias de glória duraram pouco, os exames antidoping confirmaram o uso da substância. A admiração que ele havia ganhado ante o público tornou-se indignação. Big Ben, como ficou conhecido, assumiu depois de um ano das acusações que fazia doping desde 1981.
O caso tornou-se famoso, pois foi a primeira vez que um atleta foi flagrado usando substâncias ilegais e foi desqualificado. Ben também ficou impedido de participar de outras competições nacionais e internacionais no esporte durante alguns anos. Quando voltou a atuar, seu desempenho já não era o mesmo e, em 1993, foi flagrado novamente, o que levou à suspensão completa.
O caso Marion Jones (2007)
Marion Jones foi um dos destaques na edição dos Jogos Olímpicos de 2000, ocorridos em Sydney, na Austrália. A desportista ganhou medalhas de ouro e bronze nas provas de atletismo, seus feitos foram tão impressionantes que chegou a ser considerada a atleta do ano.
Contudo, anos depois foi alvo de acusações de doping e teve que responder judicialmente. Inicialmente, a atleta norte-americana negou o ocorrido, até que em 2007 ela confirmou o uso de esteroides anabolizantes durante as competições.
Como punição, Marion Jones teve que devolver todas as medalhas que ganhou nos Jogos Olímpicos de 2000. Além disso, foi proibida de concorrer na edição de 2008, em Beijing. Ainda em 2007, um tribunal do estado de Nova York decretou seis meses de prisão a ela.
O governo russo e o doping (2012, 2014 e 2016)
Este foi um dos maiores escândalos de doping nas Olimpíadas e também um dos mais recentes. Durante quatro anos, a Rússia operou um grande esquema de uso de substâncias proibidas que foi patrocinado pelo próprio Estado russo.
Diversos atletas russos fizeram uso de doping nos Jogos Olímpicos de Verão de Londres (2012), nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi (2014) e nos Jogos Olímpicos de Verão do Rio de Janeiro (2016). Com o agravante que, em 2014, ocorreu a adulteração dos testes dos atletas russos.
Por conta de todo este histórico do doping da Rússia, a delegação de atletas deste país vem sofrendo diversas sanções nas Olimpíadas. Na edição de Tóquio, que ocorreu em 2021, os atletas russos competiram sob o nome do Comitê Olímpico Russo (ROC).
Ademais, os atletas russos que ganharam medalhas não puderam balançar a bandeira da Rússia no pódio e o hino nacional russo foi substituído por uma música do Tchaikovsky. Ainda assim, outros países criticaram a decisão, pois a Rússia devia ser impedida de competir por conta dos escândalos de doping.
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Por Jefferson Ricardo – Fala! UFPE