Devido a uma forte chuva e muitos acidentes, o GP do Canadá de 2011 se tornou a corrida mais longa história da categoria
O Autódromo Gilles Villeneuve, localizado em Montreal, no Canadá, é conhecido por proporcionar boas corridas na Fórmula 1, e as expectativas eram boas para aquele 12 de junho de 2011. Porém, com inúmeros Safety Cars e bandeiras vermelhas, a corrida parecia que não teria fim. Foram 4 horas e 4 minutos de prova até que o líder cruzasse a linha de chegada e terminasse uma corrida que entraria para a história da Fórmula 1.
Pole de Vettel e o Grid de Largada
O ano de 2011 era o terceiro da dinastia da Red Bull e de Sebastian Vettel na categoria, e o piloto alemão cravou mais uma pole position naquela temporada, colocando-se de “frente para a o vento” na largada que aconteceria no dia seguinte, para o Grande Prêmio do Canadá.
Fernando Alonso se classificou na segunda posição, Felipe Massa foi o terceiro colocado, Mark Webber o quarto, Lewis Hamilton o quinto, Nico Rosberg o sexto, Jenson Button o sétimo, Michael Schumacher o oitavo, Nick Heidfeld o nono e Vitaly Petrov fechou o TOP 10. O brasileiro Rubens Barrichello se classificou na 16ª posição para a corrida em Montreal.
Muita chuva, acidentes e um final espetacular: o GP do Canadá 2011
O dia amanheceu chuvoso naquele 11 de junho nas redondezas do Autódromo Gilles Villenueve, e a expectativa de uma corrida ainda mais emocionante por conta das condições climáticas, era grande entre os fãs. Por conta da chuva, que nem era tão intensa no início da corrida, a largada foi feita de forma lançada. Fernando Alonso conseguiu começar muito bem, pressionando Vettel em busca da primeira posição, mas o alemão e sua Red Bull se mantiveram na liderança.
Um pouco atrás, o inglês Lewis Hamilton, da McLaren e o australiano Mark Webber, da Red Bull, estavam lado a lado na Curva 2, disputando a quarta colocação. Ambos acabaram se chocando, mas quem levou a pior foi o australiano, que acabou rodando e caindo para o fundo do Grid.
Na oitava volta, Hamilton se aproximava de seu companheiro de equipe, Jenson Button, e partiu para a ultrapassagem na reta dos boxes. Porém, por conta da baixa visibilidade gerada pelo Spray que os carros produzem, Button não conseguiu ver seu companheiro logo atrás, e acabou fechando-o contra a parede de proteção. Lewis Hamilton teve sua suspensão traseira esquerda quebrada, e abandonou a prova logo nas primeiras voltas. Jenson Button foi punido com um Drive Through (teria que passar por dentro dos boxes em uma volta), e caiu para a 14ª posição.
Cerca de dez voltas depois desse choque entre os companheiros da McLaren, a chuva aumentou muito sua intensidade, chegando em um ponto que seria perigoso seguir com a corrida. Portanto, a bandeira vermelha foi acionada e os pilotos pararam nos colchetes de largada, com 25 voltas já realizadas no Grande Prêmio.
O que ninguém poderia imaginar era o fato de que a chuva demoraria mais de duas horas para passar, tornando já naquele momento, um dos GPs mais longos da história da Fórmula 1. A corrida seria finalmente retomada, e os líderes da prova eram: Sebastian Vettel em primeiro, Kamui Kobayashi em segundo e Felipe Massa em terceiro.
Na relargada, os carros da frente mantiveram suas posições, e mais para trás no Grid, Jenson Button começava a escalar o pelotão. O inglês se aproximou de Fernando Alonso e sua Ferrari, e após disputarem algumas curvas, acabaram se chocando.
O espanhol da Ferrari rodou e de maneira inusitada, ficou preso em cima da zebra e não conseguiu sair mais, abandonando a prova. Jenson Button, em seu segundo choque do dia, teve sua roda dianteira direita furada e foi obrigado a ir novamente para os boxes. Inevitavelmente, acabou perdendo muitas posições novamente.
Na 43ª volta, o heptacampeão Michael Schumacher realizava uma grande corrida de recuperação e já ocupava a quinta colocação. Sete voltas depois, restando 20 para o final, Jenson Button escalava novamente as posições à sua frente, e já era o décimo colocado, entrando na zona de pontuação. Felipe Massa e Kamui Kobayashi disputavam lado a lado a segunda posição. Porém, Michael Schumacher se aproveitou muito bem da disputa entre o brasileiro e o japonês, e ultrapassou os dois carros, assumindo a vice-colocação do Grande Prêmio do Canadá.
Na 53ª volta, o brasileiro Felipe Massa, que já usava pneus de pista seca, aquaplanou e atingiu o muro, quebrando sua asa dianteira e perdendo muitas posições. Nick Heidfeld, da Lotus, atingiu a traseira da Force India de Paul di Resta e quebrou sua asa dianteira. A batida deixou muitos detritos na pista e o Safety Car foi mais uma vez acionado, restando 10 voltas para a acabar a corrida.
Na relargada, uma disputa impressionante entre Schumacher, Webber e Button, mesmo depois de tantos problemas na corrida, pela segunda posição. Quem levou a melhor nesta batalha foi justamente a McLaren de Button, que assumiu a segunda posição e teria ritmo para buscar a liderança de Sebastian Vettel. Na última volta, a tranquilidade que o alemão da Red Bull teve ao longo de toda a corrida se esvaiu, e via o inglês da McLaren crescer a cada curva do circuito canadense. Sebastian Vettel perdeu o controle do carro em uma curva e acabou derrapando, sendo o suficiente para perder a posição e a corrida para o heroico Jenson Button.
Foram duas batidas, seis paradas nos boxes e uma punição. Porém, o campeão do mundo em 2009 realizou uma das maiores corridas de recuperação da história da Fórmula 1, em uma corrida caótica do começo ao fim, e que seria eternizada na história da maior categoria do automobilismo mundial. Sebastian Vettel acabou a prova na segunda posição e Mark Webber completou o pódio daquele Grande Prêmio do Canadá.
Felipe Massa terminou em sexto, com uma ultrapassagem nos últimos metros da prova sobre Kamui Kobayashi. Rubens Barrichello cruzou a linha de chegada na nona posição, naqueles que seriam os seus últimos pontos conquistados na Fórmula 1.
Ao final daquele ano, Sebastian Vettel e a Red Bull se sagraram bicampeões consecutivos, e continuaram sua dominância na categoria por mais um ano. Porém, aquele Grande Prêmio do Canadá de 2011 ficou e ficará por muito tempo marcado na memória dos fãs da Fórmula 1, que seguem torcendo por nuvens carregadas nos arredores do circuito Gilles Villenueve, em dias de corrida nas terras canadense.
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Por Filipe Saochuk – Fala! PUC-SP