A tradição de escolher mascotes olímpicos está presente desde 1972, na qual os países que recebem os Jogos Olímpicos seguem a tradição de adotar um personagem que simbolize o espírito esportivo e também represente a cultura e história local. O primeiro mascote surgiu nos jogos de Munique, na Alemanha, com o cão “salsicha” Waldi, criado pela equipe do comitê organizador dos jogos durante uma festa de Natal.
A partir daí eles passaram a ser usados para representar o sentimento olímpico e incentivar a prática de esportes entre crianças e jovens. Antes dele, outros grandes eventos esportivos já haviam aderido aos mascotes, como as Copas do Mundo de futebol com o leão Willie, na Inglaterra, em 1966 e o garoto Juanito, no México, em 1970, além dos Jogos Olímpicos de Inverno de Grenoble, em 1968, com o esquiador Schuss. Porém, a mania das mascotes se popularizou com a chegada do simpático ursinho Misha, símbolo das Olimpíadas de Moscou, em 1980. Já nos jogos paraolímpicos, um casal de esquilos foi criado na Holanda e representava os jogos de Arnhem, em 1980, como resultado de um concurso de rádio em que os ouvintes eram convidados a enviar modelos feitos à mão.
Alguns mascotes olímpicos
Waldi – Munique, 1972
Cão multicolorido da raça dachshund, popular na região da Bavária e reconhecido por sua resistência e agilidade. Foi desenvolvido pela equipe do comitê organizador durante sua festa de Natal, em 1969, quando os funcionários receberam giz de cera e massa de modelar para que criassem ideias. Ele era tão importante que até um circuito de maratona foi concebido em sua forma.
Amik – Montreal, 1976
Seu nome significa “castor” em uma língua indígena do país. É um dos maiores símbolos canadenses, presente em selos, moedas e até brasões governamentais. Também é conhecido por sua paciência e trabalho duro, além de ter um lugar cativo na cultura canadense.
Misha (Mikhail Potapych Toptygin) – Moscou, 1980
Sua simpatia e fofura conquistaram o mundo, sendo ele um dos mascotes mais populares da história dos Jogos Olímpicos. Os ursos são animais muito comuns e fazem parte da cultura do país. O animal foi escolhido através de uma pesquisa realizada na TV e em um jornal esportivo, na qual cerca de 45.000 russos escreveram cartas com sugestões para a escolha do mascote. Em 1978, Misha visitou a estação espacial Salyut 6 em um foguete e, depois da cerimônia de encerramento dos Jogos, voltou para a estratosfera, levado por balões.
Sam – Los Angeles, 1984
A águia foi desenvolvida pela Disney e ainda possuía sua própria série de desenhos animados, em que era um detetive que solucionava mistérios usando a magia dos anéis Olímpicos em seu chapéu. Os jogos daquela época foram diretamente afetados pela Guerra Fria. Originalmente, os jogos teriam um urso como mascote (animal presente na bandeira da Califórnia). Porém, a ideia foi descartada pois um urso também foi escolhido para representar os Jogos de Moscou. Dessa forma, foi criada a águia Sam, uma versão animal do Tio Sam, unindo dois símbolos dos EUA.
Cobi – Barcelona, 1992
Um cão pastor da região dos Pirineus com um nariz farejador lateral, projetado no estilo cubista por Javier Mariscal. Como a maioria das obras inovadoras, dividiu opiniões de início, mas conquistou o público, se tornando uma figura popular e protagonista do desenho animado The Cobi Troupe, que teve 26 episódios.
Izzy – Atlanta, 1996
Não era um animal ou um ser humano, mas sim um produto da tecnologia da informação. A figura azul abstrata, de olhos arregalados e pé grande, teve que ser redesenhada após causar um estranhamento no público na cerimônia de abertura dos Jogos Barcelona 1992.
Syd, Olly e Millie – Sydney, 2000
Foi a primeira vez na história que uma edição dos Jogos Olímpicos de Verão teve mais de um mascote. Três animais típicos do país foram escolhidos após pesquisa popular. Dessa forma, surgiram o ornitorrinco Syd (nome que vem de Sydney), a cacatua Olly (de Olimpíadas) e a equidna Millie (da palavra millennium em inglês).
Wenlock – Londres, 2012
Foi criado a partir de duas gotas do aço utilizado na construção do Estádio Olímpico de Londres. Os olhos são uma câmera e a luz em sua cabeça simboliza os famosos táxis londrinos. Seu nome é inspirado em uma cidade inglesa que faz parte da história dos Jogos.
Vinícius – Rio, 2016
Seu processo de criação demorou dois anos. Em novembro de 2014, o público conheceu a figura que simbolizava o evento, descrita como uma mistura de diversos animais da fauna brasileira. O nome foi escolhido em votação popular em homenagem ao compositor Vinícius de Moraes.
Miraitowa – Tóquio, 2020
Após a análise de mais de 2.000 desenhos enviados por moradores do Japão, o comitê organizador dos Jogos apresentou o mascote Miraitowa em 2017. Seu nome une as palavras japonesas mirai (futuro) e towa (eternidade) e o robô humanoide simboliza o velho e o novo, ecoando o conceito de inovação pela harmonia.
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Por Glícia Santos – Fala! Cásper