Há crimes que marcaram a memória do país. Como não se lembrar de Suzane Richthofen, paulista que assassinou os próprios pais em outubro de 2002? Como esquecer a morte da Isabella Nardoni, criança de cinco anos arremessada do sexto andar do Edifício London? Tamanha brutalidade provoca perguntas. Buscamos respostas para compreender o horror noticiado. Assim, com o objetivo de responder questões sobre o crime de Elize Matsunaga, a Netflix lançou, nesta quinta-feira (8), uma minissérie documental em seu catálogo.
Intitulado Elize Matsunaga: Era uma vez um crime, o documentário propõe dar detalhes, a partir do depoimento de Elize, sobre como ocorreu o homicídio e os motivos por trás do “Caso Yoki”, como ficou conhecido o episódio. “Eu ainda não sei dizer que tipo de emoção me fez apertar aquele gatilho”, conta a mulher no trailer da produção.
A série documental da Netflix traz a primeira entrevista de Elize Matsunaga desde a sua prisão. A proposta da trama é unir diversos especialistas para analisar o crime e mostrar ao público relatos da paraense. Eliza Capai (Tão Longe é Aqui) é a responsável pela direção da minissérie, que foi produzida pela Boutique Filmes. O roteiro foi escrito por Diana Golts (Na rota do dinheiro sujo).
Relembre o crime de Elize Matsunaga
Em maio de 2012, Elize Matsunaga assassinou seu marido Marcos Matsunaga, diretor-executivo da Yoki. O casal estava no apartamento quando aconteceu o homicídio. Elize deu um tiro na cabeça do esposo e esquartejou o corpo, dividindo-o em seis partes. Durante o interrogatório em dezembro de 2016, ela relatou que desconfiava que Marcos tinha uma relação com outra mulher.
Por essa razão, contratou um detetive para investigar o marido. Assim, antes do assassinato, o casal teve uma séria discussão e Elize perdeu o controle, pegou a arma e matou o empresário. “Eu não estava normal naquela hora, eu estava sem dormir há dois [dias], eu não sei explicar, eu me arrependo. Queria que ele calasse, que aquilo tudo acabasse. Eu não optei pelo tiro, aconteceu”, contou em lágrimas no julgamento.
Primeiras impressões sobre a nova minissérie da Netflix
Segundo Felipe Pinheiro, do UOL, Elize Matsunaga: Era Uma Vez um Crime tem problemas ao romantizar o assassinato e busca trazer explicações plausíveis sobre o “Caso Yoki”.
É praticamente impossível não se emocionar com Elize. Ao mesmo tempo em que é impossível se esquecer de que não se trata de uma obra de ficção. Marcos Matsunaga era um homem terrível? Possivelmente. Mas a criminosa é Elize e ele, neste caso, a vítima. A série prende a atenção do início ao fim, mas é sempre bom frisar que não se trata de novela ou romance. Muito pelo contrário. A realidade é assustadora.
Para Luiz Prisco do Metrópoles, o documentário da Netflix consegue reconstituir o caso e trazer novas perspectivas sobre o que houve, mas não é suficiente para mudar o que as pessoas pensam sobre o crime.
“Era Uma Vez um Crime falha em impactar ou mesmo mudar uma visão da sociedade sobre o fato. Aqui cabe um esclarecimento: mudar o olhar não é dizer que Elize Matsunaga é “inocente”, pois ela não é, mas é talvez desmontar a tese de que se trata de uma assassina a sangue frio”, explicou. “Era uma pessoa, que tomou uma atitude errada e paga por isso.”
Sinopse e trailer oficiais
Em um crime que chocou o Brasil, Elize Matsunaga mata e esquarteja o marido. Agora ela dá sua primeira entrevista nesta série documental que explora o caso.
Netflix.
Ficha técnica de Elize Matsunaga: Era Uma Vez um Crime (Netflix, 2021)
Título original: Elize Matsunaga: Era Uma Vez um Crime
Lançamento: 8 de julho de 2021
Duração: 4 episódios
Direção: Eliza Capai
Gênero: Documentário
Classificação: 14 anos
Origem: Brasil
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Por Lucas Kelly – Redação Fala!