Na última quarta-feira (9), a Anvisa liberou os testes clínicos da vacina ButanVac em humanos. O imunizante do Instituto Butantan será o primeiro a ser produzido totalmente no Brasil. Em nota, a Anvisa pontuou que o Instituto Butantan ainda precisará apresentar informações complementares sobre os testes que já estão em andamento contra a Covid-19, para que enfim possa iniciar a aplicação experimental.
Assim como os testes clínicos de outras vacinas, a ButanVac passará por três fases antes de chegar à população. A pesquisa da fase 1 está dividida em 3 etapas: A, B e C. No momento, apenas a Fase A foi autorizada e contará com a participação de 400 voluntários. As fases clínicas 1 e 2 têm previsão de seis mil voluntários. Os primeiros testes servirão para verificar as reações adversas e a segurança da fórmula aplicada. A imunização acontecerá em duas doses, em que a segunda aplicação acontecerá 28 dias depois da primeira.
Segundo confirmou Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan, em seu depoimento à CPI da Covid, cerca de 7 milhões de doses do imunizante já estão prontas. Isso porque o governador de São Paulo, João Doria, autorizou a produção das vacinas sem autorização da Anvisa. Em entrevista ao UOL, Doria apontou que a liberação ocorreu pelo senso de urgência diante da gravidade do quadro da pandemia no Brasil.
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No 26 de março deste ano, Dimas Covas, junto ao governador João Doria, anunciou, em coletiva de imprensa, a nova vacina ButanVac. Diferentemente de outros imunizantes, a ButanVac será produzida totalmente em território nacional e não precisará de insumos de outros países. Isso facilita a produção visto que, dessa forma, a produção ocorre em independência do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA).
A tecnologia da vacina se assemelha à que é utilizada na vacina contra a gripe. Dessa maneira, mais de 20 milhões de ovos de galinhas serão usados, visto que neles são injetados os vírus para a produção das vacinas. O diretor do Butantan acredita que as fases de testes poderão ser mais rápida do que as que foram realizadas em outras vacinas. Em entrevista à imprensa, ele afirmou que o Instituto aprendeu com as vacinas anteriores e já sabe o que funciona contra a Covid-19.
O Instituto espera entregar até o final de julho mais de 40 milhões de doses da ButanVac e, após a aprovação nas três fases, o imunizante poderá ajudar no combate ao novo coronavírus.
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Por Lucas Kelly – Redação Fala!