Com início em 1950, a Fórmula 1 é a principal categoria do automobilismo mundial e tem fãs por todo o mundo. Com 71 anos de existência, muitos foram os que pilotaram os monopostos, mas alguns se destacaram mais e são considerados lendas do esporte, inspirando gerações, dentro e fora das pistas. A seguir, 5 dos melhores pilotos de todos os tempos.
Melhores pilotos da Fórmula 1
Lewis Hamilton (um dos maiores destaque da Fórmula 1 atualmente)
Sir Lewis Carl Davidson Hamilton, nascido em Stevenage, Inglaterra, em 7 de janeiro de 1985, iniciou sua caminhada na F1 pela equipe McLaren e, hoje, corre pela Mercedes. Ele vem dominando a categoria nos últimos anos. São 7 campeonatos (2008, 2014, 2015, 2017, 2018, 2019, 2020), muitos recordes e marcas que pareciam inalcançáveis, como 100 poles, 98 vitórias, mais voltas na liderança, mais pontos na carreira. A cada final de semana, o britânico volta às pistas para colocar ainda mais o seu nome na história do esporte.
Muito além de um piloto completo, Hamilton é uma pessoa muito influente e luta pelos direitos da comunidade negra. O britânico é o único negro no grid e, na temporada de 2020, ele, diversas vezes, fez protestos, usando camisetas pedindo justiça, clamando pelo fim do racismo. E, inclusive, foi um dos responsáveis pela mudança da cor dos carros da Mercedes, deixando de lado a tradicional pintura prata, e dando lugar ao preto.
Após o sétimo título, conquistado em 2020, e pela luta pelos direitos humanos, o piloto foi reconhecido com o título de Cavaleiro do Império Britânico, a maior honraria do país.
Ayrton Senna
Ayrton Senna da Silva, paulistano nascido no dia 21 de março de 1960, é, sem dúvidas, o maior piloto brasileiro e um dos maiores de todos na Fórmula 1. Senna ganhou 3 títulos mundiais, em 1988, 1990 e 1991. O brasileiro quase foi campeão na temporada de 1989, mas uma decisão polêmica do presidente da Fisa (atual FIA), Jean-Marie Balestre, eliminou o piloto após um choque com o companheiro de equipe, Alain Prost. Na colisão, Prost abandonou e Ayrton Senna teve o carro empurrado pelos fiscais de prova para retornar à corrida e vencer, o que lhe dava o título. Mas após a prova, Balestre eliminou Senna, dando o título a Prost.
Senna é dono da considerada melhor volta em uma corrida de F1. No GP de Donington Park, na Inglaterra, em 1993, Senna largou em quarto lugar, caiu para quinto lugar, mas antes de terminar a primeira volta, o brasileiro foi passando por todos os adversários e ficou em primeiro lugar, posição em que terminou a corrida. Ayrton é o maior vencedor do tradicional GP do Principado de Mônaco, com 6 vitórias, sendo 5 em sequência, o verdadeiro rei do circuito.
O piloto correu pelas seguintes escuderias: Toleman, Lotus, McLaren e Williams. E correndo pela Williams foi que o brasileiro tragicamente morreu no GP de San Marino, em Ímola, em 1º de maio de 1994. Após esse acidente, a Fórmula 1 repensou a segurança das corridas, fazendo com que menos acidentes fatais acontecessem. E o legado do brasileiro segue até hoje, com fãs em todo o mundo, um dos mais famosos é Lewis Hamilton, que nunca escondeu a admiração por Ayrton Senna, publicamente o considerando o maior de todos.
Michael Schumacher
O alemão Michael Schumacher é visto por muitos como o maior piloto de todos os tempos, com 7 campeonatos conquistados, várias marcas tidas como imbatíveis (até Hamilton ter superado). Schumi nasceu em 3 de janeiro de 1969, na cidade de Hürth, e desde criança, corria de kart, apesar de ter o sonho de ser jogador de futebol. Mas por destino, ele seguiu os caminhos do automobilismo.
Schumacher marcou época correndo pela escuderia mais famosa de todas, a Ferrari. Foram 10 temporadas em que o alemão pilotou o carro vermelho, de 1996 a 2006. Foram 5 títulos (2000, 2001, 2002, 2003 e 2004), além de 6 títulos mundiais de construtores. Pela escuderia italiana, Schumi correu com dois brasileiros, Rubens Barrichello e Felipe Massa. O alemão ficou fora das pistas de 2006 até 2010, quando voltou para correr pela também alemã Mercedes, mas sem o mesmo brilho de antes e teve como melhor resultado um terceiro lugar.
O piloto sofreu um grave acidente enquanto esquiava, nos Alpes Franceses, em 29 de dezembro de 2013. Na ocasião, ele bateu a cabeça em uma pedra e devido a isso ficou em coma até junho de 2014. Pouco é noticiado a respeito da saúde do heptacampeão, mas a última notícia conta que ele não respira mais com ajuda de aparelhos.
Juan Manuel Fangio
Nascido próximo a Buenos Aires, em 24 de junho de 1911, o argentino dominou o início da F1, nos anos 50. Eram tempos completamente diferentes, quando Fangio corria, não existiam os recursos tecnológicos que hoje existem, como a telemetria, rádios, asa móvel, na época, o talento do piloto era o grande diferencial. E ele é visto como um dos melhores de todos os tempos justamente pelo talento que demonstrou nas corridas.
Foram 5 títulos conquistados (1951, 1954, 1955, 1956 e 1957) correndo por 4 escuderias diferentes (Alfa Romeo, Maserati, Ferrari e Mercedes), uma marca única até os dias atuais. A primeira vitória veio em Mônaco em 1950, a segunda corrida da história da competição.
Nas 7 temporadas em que correu até final, Fangio ou foi campeão ou vice, foram dois segundos lugares apenas, um aproveitamento impecável do argentino. Quando Hamilton igualou os 5 títulos de Fangio, o britânico chamou o argentino de padrinho do esporte. Uma classificação mais do que justa à primeira lenda do automobilismo. Juan Manuel Fangio faleceu em 1995, aos 84 anos.
Niki Lauda
Andreas Nikolaus Lauda nasceu em Viena, Áustria, em 22 de fevereiro de 1949, e desde jovem mostrava talento nas pistas. Aos 22 anos estreou na F1, correndo pela pequena March, para conseguir a vaga, Lauda usou recursos financeiros próprios. Mas a habilidade era inegável e lhe rendeu 3 títulos (1975, 1977 e 1984), sendo os dois primeiros pela Ferrari e o último pela McLaren.
Além do talento no volante, um terrível acidente marcou a trajetória de Niki pelas pistas. O GP de Nürburgring, Alemanha, em 1976, quase custou a vida do piloto. O traçado do circuito passava no meio de uma floresta e tinha a extensão total de 22 km e foi responsável pela morte de alguns pilotos. No acidente de Lauda, ele perdeu o controle do carro e bateu no guard rail, a Ferrari que pilotava começou a pegar fogo e ele não conseguia sair do cockpit.
Na época, os padrões de segurança eram muito diferentes dos atuais, não havia fiscais de pistas no local e coube aos pilotos do grid tentar apagar o incêndio com extintores. O italiano Arturo Merzario foi um dos responsáveis por retirar Lauda do carro em chamas e salvar a vida do piloto. Após esse evento, Niki ficou fora de duas corridas, mas voltou a ponto de competir pelo título mundial, ficando com o vice, atrás de James Hunt.
Niki teve sérias queimaduras, ficando quase desfigurado, e o cirurgião brasileiro Ivo Pitanguy, na época considerado o melhor cirurgião plástico do mundo, conseguiu melhorar o rosto do piloto. Para ver mais detalhes deste acidente e a temporada de 1976, assista ao filme Rush: No Limite da Emoção, que retrata todos os acontecimentos da disputa entre Lauda e Hunt pelo título mundial. Niki Lauda morreu em 2019, aos 70 anos, às vésperas do GP de Mônaco. Desde então, a equipe Mercedes traz um detalhe vermelho no carro fazendo alusão ao boné que o austríaco usava.
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Por Raul Galetti – Fala! Anhembi