O abandono da política é uma das maiores ameaças à democracia. No segundo turno das eleições presidenciais de 2018, 42 milhões de brasileiros (mais de 30%) não escolheram nenhum candidato. O percentual de votos nulos (7,4%) é o maior desde 1989. Portanto, para ajudar a reverter esse quadro de confusão e apatia, segue alguns conteúdos acessíveis que possibilitarão a compreensão do contexto político atual.
Qual é o primeiro passo para entender esses acontecimentos? É mais fácil do que parece, e a Anitta sabe a resposta. A cantora pop pediu à Gabriela Prioli, sua amiga e comentarista da CNN, que lhe desse aulas sobre política, desde seus fundamentos. Assim, no dia 08/05, foi transmitido ao vivo, no Instagram, o primeiro encontro das duas, que pode ser acessado clicando aqui, divulgado pelo canal Mídia Ninja, no YouTube. A aula, conduzida de forma básica e didática, pode ser de grande ajuda para quem visa começar a entender o assunto.
Outro material de estudo é a série, de dez episódios, Era Uma Vez um Voto…, da youtuber JoutJout, que aborda questões acerca da política na perspectiva micro e macro, ou seja, desde eventos cotidianos, como comprar um celular ou andar de ônibus, até o voto em si.
Além disso, JoutJout também propõe uma retomada histórica acerca do nascimento da democracia e realiza um paralelo em relação à sua situação ao decorrer dos anos no Brasil. A série segue abarcando outros elementos essenciais para o entendimento e para a participação na política brasileira, vale a pena conferir!
Como conhecer melhor a política?
Como já exposto, existem diversos instrumentos para conhecer melhor a política, e são esses mais alguns exemplos: Conselhos municipais (“Nesses espaços, a sociedade civil pode intervir na implementação de políticas públicas, questionar seu funcionamento e propor alterações e melhorias.” – Politize); Coletivos da cidade (O coletivo negro, por exemplo, luta pela causa racial no município); Audiências públicas da cidade (em que se discute o orçamento público do município, por exemplo).
Além disso, pode-se propor uma audiência na câmara dos vereadores, caso o indivíduo queira tratar sobre um tema específico. Sites: Meu Município (apresenta os dados do portal da transparência de forma acessível); usuário rosie, no Twitter (denuncia possíveis casos de corrupção, como desvio de verba por funcionários públicos); site do senado (há uma aba para mandar mensagem para os senadores e discutir políticas); Apps: Meu deputado, criado por alunos da PUC-RS, que revela dados dos deputados, como gastos, presença nas sessões da câmara e votos; Colab (espaço de diálogo com a prefeitura, em que se pode mandar fotos de problemas da cidade, por exemplo); Detector de corrupção – vigie aqui (aponta dados judiciais de cerca de 850 políticos, basta tirar uma foto ou procurar pelo seu nome); Podcasts: Foro de teresina, Café da manhã, Lado B do Rio (visão da periferia em relação a políticas públicas cariocas), Temacast (relata acontecimentos históricos, principalmente brasileiros); Blogs: Politize! (conteúdo acessível e didático); Sites de notícia: revista Piauí, Folha de S. Paulo, El País; Jornais impressos (é comum que existam jornais impressos dos municípios, além de grandes jornais como O Globo, ou Folha de S. Paulo); Jornais da televisão aberta (Globo, SBT, Bandeirantes, entre outros); Manutenção de conversas frequentes acerca de política em diferentes círculos sociais, para entender outras perspectivas e realidades.
Entretanto, vale ressaltar que, embora os veículos de informação sejam muito úteis e práticos, recomenda-se consultar mais de uma fonte para se precaver de materiais tendenciosos e, também, para o exercício do senso crítico na análise das informações. Além disso, assim como o uso da Internet pode ser produtivo, pode ser prejudicial na mesma medida, devido à grande circulação de fakes news. Portanto, é necessário sempre buscar fontes confiáveis e confirmar a veracidade dos dados.
Desse modo, é imprescindível que os cidadãos entendam o que está acontecendo, no Brasil e no mundo, através dos recursos aos quais têm acesso. Isso porque o cenário político atual possui profundas mazelas, que afetam diretamente o cotidiano da população brasileira. Nesse sentido, a única possibilidade de transformação dessa conjuntura é a participação ativa de cidadãos conscientes e politizados na construção dessas políticas.
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Por Sophia Lyrio – Fala! UFRJ