Na noite da última sexta, 19, o Governo Federal anunciou o nome do ator e apresentador Mário Frias como novo secretário especial de Cultura, sucedendo oficialmente a atriz Regina Duarte, que assume a Cinemateca de São Paulo, que anda sucateada. Mas a troca de Regina por Frias, literalmente, esfriou de vez a relação entre Jair Bolsonaro e a classe artística.
Atores, escritores, cineastas, diretores, compositores, músicos, entre outros integrantes da classe cultural reprovaram, quase que por unanimidade, a nomeação de Frias para o posto.
“É pra rir ou pra chorar?”, descreve a atriz Patricia Pillar. “Mário Frias? Quem? Não conheço!”, diz o ator Ney Latorraca.
O ator inexperiente na política e aparentando desconhecer totalmente os fundamentos e princípios necessários para assumir o posto à qual foi nomeado, ainda ganhou a polêmica (e, ao meu ver, desnecessária) esnoba do jornal Folha de S. Paulo, ao noticiar a nomeação com o título de “o novo homem do presidente”, com uma foto de Frias nu, de um ensaio feito ao extinto site Paparazzo.
O ator trabalhou em novelas da Rede Globo (com destaque para Malhação) e Rede Record, e apresentou games-shows teens na RedeTV!. Com Frias na Secretaria, o Governo passa a contabilizar cinco secretários de Cultura desde o início da gestão Bolsonaro.
Mário Frias, o novo secretário especial de Cultura
Frias virou chacota antes mesmo de assumir a Secretaria e acabou esfriando de vez a relação do Governo com a classe artística, devido o ator não ser voz ativa para diálogo, por seguir religiosamente o pensamento do presidente Jair Bolsonaro, por sua inexperiência política, por aparentar desconhecer a base necessária para comandar a pasta e por não ser um nome referência na cultura brasileira. Ao dizer que não conhece Mário Frias, Ney Latorraca quis dizer exatamente isso. O que Mário Frias fez para somar na cultura brasileira? Ser galã da novela teen Malhação?
Na política democrática, é preciso que se escolha alguém de representatividade e com responsabilidade para defender as causas de um grupo, e não pessoas que o presidente simplesmente simpatizou e, em forma de gratidão, dá um cargo sem avaliar as técnicas e consequências de sua escolha. Mário Frias representa bem o atual governo, nos quesitos despreparo e iresponsabilidade política.
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Por Álvaro José – Fala! UFPE