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Alfred Hitchcock: Conheça o grande mestre da sétima arte

Neste ano, completamos 40 anos da morte de um dos maiores diretores de cinema do mundo, o verdadeiro mestre do suspense. Alfred Joseph Hitchcock deixou um legado na história do cinema revolucionando a maneira de produzir o gênero suspense. Nasceu na Inglaterra, em 1899,  mas viveu boa parte da sua vida nos Estado Unidos, onde conseguiria maior infraestrutura e reconhecimento na indústria cinematográfica. Recebeu o título de Sir da Rainha Elizabeth, em 1979.

São alguns exemplos de suas inovações: técnicas de filmagem até então novas para a época como o posicionamento de câmera, o acompanhamento das cenas de forma a fazer o espectador ficar angustiado e tenso mesmo se a cena não traz um elemento de tensão. Outras características marcantes são as elaboradas e surpreendentes trilhas sonoras que contracenam perfeitamente com o contexto do filme. A trilha sonora é quase um personagem nos filmes de Hitchcock, o clima de tensão fica acentuado com as músicas fortes, quase que um aviso para quem está vendo de que algo importante na história está para acontecer.

Desenvolveu, também, o conceito MacGuffin: consiste basicamente em focalizar a atenção em um objeto no início do filme, dando a entender que o conflito da história vai girar em torno dele, quando, na verdade, ao longo do filme o objetivo fica irrelevante e, às vezes, até é esquecido. Em um de seus filmes mais renomadas ele usa essa técnica, não vou falar qual é porque você pode não ter visto e saber isso previamente estraga um pouco a experiência completa que o diretor quer proporcionar a nós.

Mais uma peculiaridade do nosso mestre da sétima arte é a técnica do Camafeu, que, traduzido para o português, significa participação especial. No caso, a participação especial era do próprio diretor. Em diversos filmes, Hitchcock aparece brevemente de maneira figurante. Isso passou a ser quase uma brincadeiras entre os fãs: achar o Hitchcock.

Para não desvirtuar a atenção do enredo, o diretor optou por aparecer sempre no início, normalmente em situações como atravessando a rua, em pé no ponto de ônibus, caminhando na calçada. Já em Disque M para matar, por exemplo, ele aparece num porta retrato na sala de estar do protagonista do filme. Confesso que, nesse caso, não consegui perceber ao assistir pela primeira vez.

Hitchcock em Os Pássaros
Hitchcock no filme Os Pássaros. | Foto: Reprodução.

Tim Burton com a dupla – Johnny Depp e Helena Bonham Carter, Werner Herzog com Klaus Kinski ,ou Paul Thomas Anderson com Philip Seymour. Esse são alguns exemplos de diretores que possuem seus ”queridinhos” – atores que quase sempre são chamados para papéis relevantes. Com Hitchcock não é diferente, James Stewart, Cary Grant, Grace Kelly, Kim Novak são os principais exemplos de atores e atrizes que marcaram presença nos seus principais filmes.

A parceria de James Stewart com o diretor surgiu a partir de um ”quebra galho”: estava tudo combinado para Cary Grant atuar em Festim Diabólico (1948), quando, em cima da hora, o ator precisou se ausentar, disponibilizando, assim, a vaga para James. Após o sucesso no filme, a parceria dos dois agregou em mais 3 filmes (Um Corpo que Cai, O Homem que Sabia Demais e Janela Indiscreta), sendo todos eles durante o período de mais sucesso de Hitchcock, segunda metade da década de 50. 

Hitchcock e James Stewart no set de Festim Diabólico
Hitchcock e James Stewart no set de Festim Diabólico. | Foto: Reprodução.

Vou listar agora os três maiores filmes do diretor, se você não conhece muito sobre o trabalho desse incrível cineasta, por esses três já dá pra ter uma boa noção de sua importância no mundo do suspense.

Os 3 maiores filmes de Hitchcock

O primeiro é Psicose: indicado para quatro categorias do Oscar, incluindo Melhor Atriz e Melhor Direção, e possui talvez a cena de assassinato mais famosa da história do cinema, a noção de trilha sonora como personagem nos filmes dele é muito perceptível aqui, influencia diretamente nas emoções dos espectadores ao longo do filme.

Está disponível na Netflix

Filme Psicose
Filme Psicose. | Foto: Reprodução.

O próximo é Um Corpo que Cai: é talvez o único filme colorido do diretor que consegue manter o charme dos filmes em preto e branco. O visual do filme é muito interessante, o contraste das cores traz um ar teatral. Para muitos, é o filme mais bonito de Hitchcock.

Filme Um Corpo que Cai
Filme Um Corpo que Cai. | Foto: Reprodução.

Fechando com Janela Indiscreta: o mais antigo dos três, lançado 1954. Fazendo um paralelo com nosso momento pandemia, o protagonista do filme, Jeff (James Stewart), se encontra de quarentena em sua casa por conta da perna quebrada, e sua distração passa a ser observar a vida dos moradores dos apartamentos ao redor. O jogo de câmeras e o plano sequência desse filme são impressionantes.

Janela Indiscreta
Filme Janela Indiscreta. | Foto: Reprodução.

O último filme que dirigiu foi Trama Macabra, em 1976, 4 anos antes de sua morte. Curiosamente, agora, no dia 3/6, ele vai passar no Telecine Cult, uma boa oportunidade para acompanhar o último filme da carreira brilhante de Sir Alfred Hitchcock.

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Por Pedro Tavares – Fala! UFRJ

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