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Mary Shelley: conheça 3 fatos que tornaram a autora um ícone gótico

Mary Wollstonecraft Shelley ou, simplesmente, Mary Shelley é mais conhecida pela sua obra Frankenstein: ou o Prometeu Moderno, de 1818, um famoso romance de terror gótico que é considerada a primeira obra de ficção científica da história. Mas a vida gótica de Mary Shelley é mais do que só a sua obra, e sua história traz várias curiosidades muito interessantes que ajudam a entender quem foi essa autora famosíssima e por que ela é considerada um ícone na cultura gótica.

3 Fatos que tornaram Mary Shalley um ícone gótico

1- Mary Shelley aprendeu a escrever no túmulo de sua mãe

Ela aprendeu a escrever no túmulo de sua mãe
Ela aprendeu a escrever no túmulo de sua mãe

Mary Shelley nasceu em Londres, em 1797, filha do filósofo William Godwin, conhecido por ser considerado um dos criadores do movimento anarquista e de Mary Wollstonecraft, mais conhecida pela sua luta pelos direitos das mulheres. Mary inclusive possui uma obra famosa chamada Uma Reivindicação pelos Direitos da Mulher, de 1972. Ou seja, podemos dizer que Mary não tinha um sangue muito “tradicional” correndo em suas veias.

A mãe de Mary faleceu dez dias depois de seu nascimento, então ela foi criada pelo pai, que mais tarde casou-se com Mary Jane Clairmont, com a qual Mary nunca se deu muito bem. Por isso, visitava constantemente o túmulo da mãe. Assim, como as duas tinham o mesmo nome, ao traçar diversas vezes com os dedos as letras do túmulo de sua mãe, Mary aprendeu a escrever.

Anos mais tarde, o túmulo de sua mãe foi o lugar em que conheceu o seu grande amor Percy Shelley, um dos mais importantes poetas românticos ingleses.

2- Ela escreveu Frankenstein em uma competição de contos com seus amigos

Livro Frankenstein
Livro Frankenstein

Mary teve uma filha em 1815 com o namorado, mas a filha morreu com menos de um mês de idade. Tal fato fez Mary mergulhar em uma profunda depressão. Pouco tempo depois, casou-se com Percy Shelley. No entanto, isto só ocorreu quando a ex-esposa do poeta cometeu suicídio.

Devido as condições em que tal casamento foi estabelecido, a família de Mary reprovava a relação, junto com a sociedade em que eles viviam. Aos 18 anos, após fugir para Paris, Mary e seu marido passaram o verão de 1816 em Genebra. Lá, junto de seus amigos Claire Clairmont e Lorde Byron, grande e famoso poeta com influências góticas, e John William Polidori, foi onde Mary começou a escrever Frankenstein: ou o Prometeu Moderno.

De acordo com os registros deixados pela escritora, o verão de 1816 foi extremamente chuvoso. Por isso, tinham que passar a maior parte do tempo dentro de casa. Assim, em uma noite, na qual estavam lendo contos de terror, decidem fazer uma espécie de competição de contos assustadores, no qual cada um dos escritores deveria mostrar um conto.

Mary conta que Frankenstein, lhe apareceu em um sonho. Mas a história completa só veio a ser publicada em 1818, após Percy incentiva-la a escrever mais sobre o conto criado no verão.

3- Mary Shelley guardou o coração de Percy Shelley em seu escritório

Pintura de Mary Shelley por Richard Rothwell
Pintura de Mary Shelley por Richard Rothwell

Por volta de 1822, Mary já tinha uma próxima relação com a morte, pois teve que lidar com isso desde muito nova, e durante toda sua vida, uma vez que seus filhos morreram quando ainda era muito pequenos. Em tal ano, Mary tem que lidar com a morte mais uma vez, quando seu marido morre afogado após o barco em que estavam ser atingido por uma forte tempestade.

Assim, Mary solicitou que o corpo de seu marido fosse cremado. No entanto, Mary conservou o coração de Percy, guardando-o consigo até a sua morte.

Tal fato foi descoberto pois, após a morte de Mary, seu único filho que chegou a idade adulta encontra em sua mesa de trabalho o coração de Percy envolto em um papel de seda, nele escrito um de seus poemas, além de parte das cinzas do marido, e cabelo de seus falecidos filhos.

Mary morreu relativamente jovem, aos 54 anos, vítima de um possível tumor cerebral. A escritora teve uma vida que pode ser considerada, por muitos, triste, pois lidou com a morte, com a traição e com problemas financeiros, sociais e familiares durante toda a vida. Mas isso fez com que Mary Shelley desenvolvesse um relacionamento estranho, um afeto com temas “góticos” como a morte, cemitérios e afins – o que levou Mary a viver de um jeito totalmente diferente do que era o considerado tradicional em sua época.

Mary Shelley, uma grande escritora, e um ícone gótico.

‘O SILÊNCIO DO PÂNTANO’: FILME ESTRELADO POR PEDRO ALONSO NA NETFLIX

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