O fone de ouvido é um aparelho prático, portátil, útil e até mesmo estiloso. Ele revolucionou o jeito que ouvimos música e já se tornou um objeto do dia a dia para muitas pessoas. Por isso, é importante sabermos como limpar o fone de ouvido e como usá-lo corretamente, já que ele pode ser prejudicial para a audição, se não usado do jeito certo.
O fone de ouvido pode ser prejudicial à saúde auditiva?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1,1 bilhão de jovens e adolescentes apresentam um comportamento de risco que pode levar à perda auditiva induzida por ruído, podendo atingir a surdez completa e irreversível em longo prazo. Leia mais sobre o risco de jovens sofrerem a perda de audição pelo uso de fones de ouvido, aqui.
Além disso, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) alerta que até 35% das perdas de audição ocorrem por causa da exposição aos sons intensos, como fones de ouvido e ruídos no ambiente de trabalho. De acordo com a associação, a surdez causada pela exposição aos sons intensos se acumula ao longo dos anos.
Em tempos de pandemia, com o uso constante do computador e telefones para aulas on-line e reuniões de trabalho, o cuidado deve ser redobrado. Se as horas de uso diárias aumentaram, é importante estar atento ao volume dos fones. O uso de fones de ouvido prejudica a saúde se o volume ultrapassa 80dB. Se essa intensidade durar mais de 8 horas por dia, a longo prazo, pode danificar a audição.
E, caso você perceba zumbido no final do dia, cuidado: pode ser sinal de intensidade inadequada. Se o zumbido persistir, agende uma consulta com um otorrinolaringologista e um fonoaudiólogo, sendo este profissional capacitado para realizar a audiometria. Assim, mediante uma avaliação, você consegue saber a situação em que se encontra a sua audição.
Para evitar níveis inseguros de exposição a ruídos ao usar fones de ouvido, é preciso ficar atento à qualidade e à procedência do produto. Além disso, é sabido que smartphones possuem um indicador de intensidade sonora recomendada, mas que em geral, os usuários não o habilitam.
Quem tem problema de audição pode usar fone de ouvido?
Sim, quem tem problemas de audição pode usar fones de ouvido. Mas deve usar com muita cautela, para não correr o risco de prejudicar a audição residual. Assim, antes de usar o fone, consulte um médico otorrino, que indicará um acessório específico para esse tipo de caso.
Para a Dra. Iryna Hirata Prist (CRM 169177), que faz parte do corpo clínico Imong, não há problemas em usar, “se for uma perda neurossensorial leve induzida por ruídos, desde que a pessoa mantenha o ruído auditivo que vem do fone dentre os valores seguros, ou seja, abaixo de 80 decibéis”.
A perda auditiva neurossensorial é quando há problemas na cóclea (também chamada caracol, localiza-se no ouvido interno). Uma das causas mais comuns de perda neurossensorial é a presbiacusia, muito comum em pessoas idosas. No entanto, vale ressaltar que nem toda perda neurossensorial é presbiacusia. Apenas o médico especialista fará o diagnóstico correto.
Se precisar usar o fone junto com o aparelho de audição, tenha cuidado com o volume. Caso ouça um ruído de assobio, significa que o aparelho e o fone não são compatíveis, e o uso deixa de ser recomendado. Aconselha-se sempre usar um aplicativo medidor de volume de som que lhe diz exatamente o quão alto o som está.
Também, recomenda-se que a intensidade do som seja menor do que 85 dB, se estiver ouvindo música por um longo período de tempo.
Fone de condução óssea
Esse fone de condução (vibração) óssea, também chamado de open-ear, transmite o som por meio de sinais de vibração. Cabe ressaltar que o paciente com perda auditiva precisa aumentar o som do fone – o volume -, para conseguir ouvir.
Para a Dra. Iryna, pessoas com deficiência auditiva tipo condutiva podem se beneficiar do fone tipo vibração óssea. “E para pacientes que apresentam problemas na membrana timpânica ou em conduto auditivo, como perfuração timpânico, otites externas eczematosas ou acúmulo de cerume, o fone tipo concha é mais recomendado”, esclarece a profissional.
Qual tipo de fone prejudica menos o ouvido?
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Fone circumaural (concha)
Para uma pessoa com perda de audição causada por perfuração do tímpano, o indicado pelos especialistas, e que menos prejudica a audição, é o fone circumaural (supra auriculares ou abafadores), também conhecido como fone concha. Esses fones são maiores, cobrem toda a orelha e se apoiam ao redor da mesma.
Os fones circumaural são os que possuem a melhor qualidade de som, principalmente de graves. Ao vedarem fisicamente o pavilhão auricular do meio externo, oferecem um bloqueio físico à captura dos ruídos externos pela nossa audição, oferecendo condições para aumentar menos o volume. Há um ruído menos agressivo à cóclea por causa da distância maior entre o som e essa região do ouvido interno.
Estes fones ainda oferecem outra vantagem. “Por serem externos, reduzem as chances de infecção de ouvido, de levar bactérias do meio externo para dentro do ouvido”, explica a Dra. Iryna. Junto a isso, está a diminuição do risco de acúmulo de cerume (cera) local.
Os fones de ouvido do tipo concha também prejudicam menos o canal auditivo pois empurram uma quantidade menor de cera para dentro, quando comparado a fones intracanais. Dessa forma, se a pessoa puder, é interessante escolher o fone do tipo concha.
Fone de ouvido: posso compartilhar o meu?
Não é aconselhável compartilhar fone de ouvido, porque pode causar infecções. O uso de fones, como qualquer acessório frequentemente manuseado, pode carregar bactérias e fungos. Se a pele se encontra sadia e a imunidade do corpo estiver boa, o canal do ouvido consegue se proteger da presença destes micro-organismos.
No entanto, se a pele está ferida, com descamação, espinhas, ou mesmo machucados — como ocorre após cutucar com hastes flexíveis com pontas de algodão ou outros objetos, como grampo ou tampa de caneta — ela pode sofrer pequenos traumas que servem como porta de entrada para os micro-organismos.
Quais cuidados devo ter com o fone de ouvido?
Para evitar essas complicações, temos que ter alguns cuidados básicos:
- Manter a mão limpa: pois é ela que leva os germes ao fone de ouvido;
- Higienizar o fone: passe álcool isoproplico ou comum a 70% em um pano ou algodão e limpe o fone; não exagere para não estragá-lo; seque bem antes de colocar em contato direto com a pele;
- Manter o som abaixo de 80dB;
- Evite compartilhar fones de ouvido e não use o fone se o canal do ouvido ainda estiver úmido.
A OMS indica ainda 85 dB como um som confortável ao ouvido humano. Porém, em grandes metrópoles, este grau sonoro é quase sempre ultrapassado. Somos expostos a ruídos a todo momento, causando estresse, zumbido, perda auditiva e problemas emocionais de toda sorte. Por isso, é muito importante dar folga aos ouvidos. “Caso não tenha como medir, saiba que a maioria dos fones alcança a intensidade de 110dB, então [é importante] aumentar o volume em no máximo 65% da capacidade total do som”, diz a Dra. Iryna.
Dormir com fone de ouvido faz mal?
É essencial fazer intervalos de silêncio ao longo do dia, o que pode ser crucial para garantir a qualidade da sua audição. Desse modo, tente não cultivar o hábito de usar o fone de ouvido na hora de dormir. Dê um descanso para seus ouvidos. Se permanecemos com o fone durante o tempo em que dormimos, podemos desenvolver infecções, visto que o ouvido ficará tapado, sem poder “respirar”.
No mais, dormir de fone pode ser desconfortável e, em alguns casos, se você costuma deitar-se de lado, corre o risco de sentir dor na orelha, pois ela irá ficar pressionada. Além disso, há chance de danificar o fone de ouvido ao dormir com ele. Evitar smartphones na hora de dormir também pode ajudar a melhorar seu sono. A alta luminosidade e o excesso de informações que consumimos através dele, podem deixar nossa mente conectada e ansiosa em um momento sagrado: o sono.
Se ainda assim, você insistir em dormir com o fone de ouvido, deixe o volume bem baixo, para que não cause dano às células do ouvido. Aliado a isso, consulte um médico especialista otorrinolaringologista para te aconselhar melhor. Ele vai saber te dar a melhor resposta compatível à sua rotina.
Clínica Imong
O fone de ouvido é um acessório presente em nosso cotidiano, mas precisamos ter certos cuidados com seu uso, para não termos problemas auditivos, infecções ou perda de audição. Lembre-se de visitar um médico regularmente e fazer um teste de audição.
Localizada na cidade de São Paulo, a Clínica Imong é capacitada para apresentar a melhor solução à sua saúde. A Imong é especializada em Otorrinolaringologia e Fonoaudiologia. Agende já a sua consulta!
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Por Marina Spinola – Fala! USP