No dia 15 de maio de 2020, o Brasil alcançava a triste marca de 15 mil vidas perdidas para a Covid-19. O vírus não escolhe suas vítimas e, entre tantas, perdemos grandes nomes de nossa cultura. Artistas, atores, compositores. Destacamos, aqui, cinco brasileiros famosos que foram vencidos pela doença.
Famosos brasileiros que morreram devido ao coronavírus
Aldir Blanc
O compositor e escritor, autor de diversas obras primas da música brasileira – como O Bêbado e a Equilibrista e Resposta ao Tempo – morreu no Rio de Janeiro, na madrugada de 04 de maio, aos 73 anos de idade.
Ele estava internado no Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, para o qual foi transferido após uma campanha promovida por amigos e artistas para que conseguisse um leito de UTI na rede pública. Cinco dias antes, tinha dado entrada na CER do Leblon com pneumonia e infecção urinária, que evoluíram para uma infecção generalizada.
Aldir Blanc abandonou a medicina para dedicar a vida à arte. Além de compositor, era cronista. Suas composições ficarão eternizadas na história do Brasil.
Daisy Lúcidi
A atriz e radialista de 90 anos morreu na madrugada de 07 de maio. Desde 25 de abril, estava internada na CTI do Hospital São Lucas, em Copacabana.
Em 1941, foi chamada para compor o elenco infantil da Rádio Tupi. Daisy Lúcidi também compôs o primeiro elenco de atores da Rádio Globo e comandou, durante 46 anos, um programa de rádio nacional chamado Alô Daisy. Sua estreia na televisão, em 1960, foi em uma minissérie exibida na extinta TV Rio.
Na década de 1970, deixou a carreira de atriz e entrou para a política. Foi vereadora e deputada estadual pelo Rio por 18 anos. Em 2007, retornou à Globo, onde atuou na novela Paraíso Tropical. Seu último trabalho na emissora foi em 2014, na novela Geração Brasil.
Daniel Azulay
Em 27 de março, o pintor, desenhista e cartunista morreu no Rio de Janeiro, aos 72 anos. Segundo familiares, ele lutava contra a leucemia e contraiu o novo coronavírus. Estava internado no CTI da Clínica São Vicente, na Gávea, zona sul do Rio.
Desenhista autodidata, se formou em Direito, em 1969, quando passou a publicar seus desenhos em revistas e jornais. Ao longo de sua vida, se envolveu em diversos projetos sociais e de conscientização.
Daniel Azulay conquistou os brasileiros nos anos 70 e 80 por suas participações em programas educativos na TV Educativa e TV Bandeirantes. O artista marcou a infância de uma geração inteira e sua morte repercutiu em diversos setores da sociedade.
Ricardo Brennand
O empresário de 92 anos morreu, no dia 25 de abril, na UTI do Real Hospital Português, no Recife. Além de empresário, era engenheiro, colecionador e incentivador de artes.
Ricardo Brennand criou grandes indústrias de aço, açúcar, cimento e vidro. Criou um instituto cultural, nas terras do antigo Engenho São João, reconhecido mundialmente. O instituto guarda um imenso acervo de história e arte, que ficará como herança para as próximas gerações.
Nêgo Ni
O percussionista de 46 anos, músico do Grupo Terra, morreu em 29 de abril, no Hospital Provisório Recife 1. De acordo com familiares, no dia 25, ele deu entrada na Policlínica e Maternidade Professor Barros Lima, com falta de ar. Um dia depois, foi transferido para o hospital de campanha, onde o quadro se agravou.
Sua vida inteira foi dedicada ao samba. Tocava na Limonil, escola de samba de Afogados, e foi um dos fundadores do Grupo TS, tradicional do samba pernambucano. Era integrante do Grupo Terra há 6 anos, onde tocava reco-reco.
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Por Giulia Lozano Pacini – Fala! Cásper