Não é novidade que a cultura brasileira, assim como a mundial, sempre esteve entrelaçada com diversas outras. Contudo, o que talvez não seja relembrado por todos é a extrema importância do Antigo Egito, na formação cultural, política e social dos brasileiros.
Dessa forma, faz-se necessário entender o porquê de tal importância, bem como os principais aspectos a serem influenciados por esse encontro cultural.
Apesar da Sociologia definir a cultura como um aspecto próprio de um grupo social, nada impede que haja interações entre os indivíduos, gerando, assim, a diversidade cultural.
Com isso, é possível perceber as inúmeras influências egípcias no cotidiano da população brasileira como, por exemplo, o uso de cosméticos e hábitos que fazem parte dos padrões estéticos até os dias de hoje.
O uso de cosméticos
No Antigo Egito, o uso da maquiagem não era apenas destinado à estética, mas também a higiene diária e proteção. Nessa época, todos os cidadãos, do faraó aos camponeses, faziam uso de cosméticos.
Entretanto – assim como o já afirmado por Pierre Bourdieu em seu livro A distinção, publicado em 1979, a classe social dos indivíduos tem o poder de modificar suas práticas culturais – a qualidade e a quantidade utilizada dependia do status social de cada cidadão ali presente, fazendo da cultura um método de distinção social, a qual perdura até a modernidade.
Conhecimento anatômico
Ademais, na antiguidade egípcia, por causa da crença de que existiria uma vida após a morte e, consequentemente, com o processo de mumificação, foi possível estabelecer novos avanços medicinais, os quais se fazem presentes até hoje.
Exemplo disso é que houve o surgimento das cirurgias, as quais só puderam ser concretizadas pelo amplo conhecimento anatômico, presentes nos atos da mumificação egípcia.
Endeusamento político
Pelo fato de não haver distinções que demarcassem o que de fato era tido como política do que era religião, acreditava-se que o faraó era a representação dos deuses na terra e, dessa maneira, era a pessoa mais importante, respeitada e até mesmo, completamente, endeusada pelos outros cidadãos. Tudo que era da vontade do faraó seus súditos realizavam.
Hoje, no Brasil, apesar de haver vários representantes (prefeitos, governadores, deputados e o presidente) que sejam eleitos democraticamente pelo povo, a esperança de mudança depositada por cada um dos brasileiros está diretamente interligada com a imagem, a qual cada político representa.
Logo, o que fica em evidência não é o plano de governo, ou sequer a competência atribuída a esse indivíduo, mas sim o que tal representante é capaz de fazer para se distanciar do que foi concretizado no governo anterior, uma vez que há um certo tempo a democracia brasileira clama por socorro, por não ser plenamente respeitada.
Com isso, fica claro que existe um endeusamento político, assim como na cultura egípcia, o qual visa a alienação dos cidadãos, pondo o radicalismo acima das incoerências individuais de cada um.
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Por Anna Beatriz Peixoto – Fala! UFPE