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Como funciona o Tarot? Entenda tudo sobre essa prática

O tarot é uma espécie de enciclopédia de experiências humanas composta por 78 cartas repletas de símbolos, que nos ajudam no processo de autoconhecimento e apontam alguns caminhos. Há pessoas que veem o tarot como crença ou ciência, outras, como forma de conexão espiritual ou um meio de ver o futuro. Às vezes, é também usado para se conhecer melhor.

Neste artigo, vamos entender de maneira mais profunda a prática do tarot. Explicaremos sua origem, como funciona, como é o baralho e outras particularidades. Além disso, vamos dar dicas de como se preparar para uma consulta de tarot. Confira. 

Tarot
Entenda como funciona o Tarot. | Foto: Reprodução

Qual a origem do Tarot?

O surgimento oficial do tarot ainda é desconhecido. O que existem são opiniões de estudiosos e inúmeras possibilidades de origem. 

Estudiosos afirmam que as cartas apareceram pela primeira vez no final do século XIV, na Itália, e eram usadas apenas para uso lúdico. Por serem pintadas com tinta de ouro, a nobreza as tinha como obras de arte, entretenimento e até as ofereciam como presente de casamento para membros da realeza.

Apenas em meados do século XVIII, é que surgiram alguns relatos do uso do baralho para estudos de astrologia e adivinhação em escolas ocultistas da Europa. O tarot passou a ser usado como fonte de conhecimento e a população percebeu que era muito mais do que apenas um jogo.

O primeiro cartomante foi o francês “Etteilla”. Ele ficou conhecido por fazer leituras com o tarot depois de mudar a estrutura das cartas e colocar alguns atributos astrológicos e místicos. Não existem registros que mostrem que as mulheres liam cartas naquela época. No entanto, hoje em dia, a prática é muito mais feminina do que masculina.

Como funciona o Tarot?

As cartas são indicadores de caminhos possíveis para as diversas situações de nossas vidas. E por se pautarem em possibilidades, elas estão bem longe de serem fatalistas. Isto é, não significa dizer que o destino de cada um estivesse gravado em pedra desde o começo dos tempos.

O tarot não tem mestres. Quando se faz uma consulta ou quando se aprende tarot, uma boa lição é não se curvar diante de nenhuma figura que se considera dona de uma, alguma ou toda a verdade. A pessoa pode te ensinar, mas você não deve nada a ela. 

Em vez disso, o mais prudente é se inspirar naquilo que ouvimos ou lemos e seguir firmes e fortes, construindo nosso próprio entendimento aos poucos, sem pretensões apressadas.

O que importa mesmo na prática do tarot é a forma como lidamos com os símbolos e como as mensagens deles nos transformam ao longo do tempo. Assim como a Astrologia, que incentiva o estudo do Mapa Astral e da Revolução Solar, por exemplo, o tarot exige trabalho contínuo: anotar as cartas que saem e ler e reler as análises são imprescindíveis para um melhor aproveitamento do oráculo.

Como é o baralho?

O baralho de tarot é composto por 78 cartas. Cada uma delas é um arcano, que representa um conhecimento que está oculto. O termo vem do latim “arcanus”, que significa “segredo”, “mistério”.

Os arcanos maiores são cartas mais profundas, poderosas, reflexivas e que representam qualidades arquetípicas e os caminhos pelos quais todos nós percorremos durante nossas vidas. São numerados de 0 a 21. A numeração aponta a ordem cronológica, uma vez que conta uma história que se relaciona com a trajetória humana. São eles:

  • O Mago;
  • A Sacerdotisa;
  • A Imperatriz;
  • O Imperador;
  • O Papa ou Grão-Sacerdote;
  • Os Enamorados;
  • O Carro ou A Carruagem;
  • A Força;
  • O Eremita;
  • A Roda da Fortuna;
  • A Justiça;
  • O Enforcado;
  • A Morte;
  • A Temperança;
  • O Diabo;
  • A Torre;
  • A Estrela;
  • A Lua;
  • O Sol;
  • O Julgamento ou O Juízo Final;
  • O Mundo;
  • O Louco.

As outras 56 cartas são chamadas de arcanos menores. Mais simples e diretas, representam questões práticas do dia a dia, aspectos que podem ser resolvidos de forma rápida. Elas são divididas em quatro naipes (copas, paus, ouro e espadas), numerados de Ás a 10, que estão ligados à elementos da natureza:

  • Espadas = Ar
  • Paus = Fogo
  • Ouros = Terra
  • Copas = Água

Tipos de baralho

Baralho de Tarot
Diferentes tipos de baralhos de tarot. | Foto: Reprodução

O jogo tem algumas formas tradicionais, como de Marselha e Rider-Waite, e a partir daí se originaram outros tipos de baralho, direcionados a temas específicos, feitos de acordo com interpretações de cada autor.  Conheça alguns dos tipos de baralhos existentes atualmente.

  • Tarot de Marselha: foi o primeiro baralho criado na França e é considerado o mais tradicional do mundo.
  • Tarot de Rider Waite Smith: o baralho mais vendido em todo planeta foi ilustrado e reestruturado pela inglesa Pamela Colman Smith.
  • Tarot Mitológico: as cartas foram desenvolvidas pela americana Liz Greene, que substituiu os desenhos tradicionais por ilustrações com personagens da mitologia grega.
  • Tarot de Thoth: neste jogo, as cartas são ligadas à astrologia e figuras da mitologia egípcia, e os arcanos possuem nomenclaturas diferentes dos demais tarôs.
  • Tarot Cigano: neste baralho, criado pela francesa Anne Marie Adelaide Lenormand, as cartas mesclam símbolos tradicionais com imagens modernas do estilo art nouveau.

Como se lê?

Cada lâmina vem com uma ilustração que possui um significado oculto e simbólico. Cada uma delas, junto com outras, formam um panorama da vida do consulente – modo como a pessoa que está se consultando é chamada. 

O tarot não indica o caminho que você deve seguir, mas opções e reflexões sobre esse caminhar. Na consulta, você pode ter uma pergunta pronta, ou então, pedir uma visão geral da sua vida.

O tarólogo vai falar do seu passado, mas que continua influenciando sua vida. Falará sobre seu presente, e a situação em que você se encontra, e também sobre seu futuro, explicando quais caminhos você vai encontrar e acender uma luz para suas decisões. É importante destacar que detalhar pormenores da sua vida não é objetivo do jogo, mas pode acontecer.

Como é o tarot no Brasil?

No Brasil, o tarot chegou no século XX, aproximadamente em 1920. Porém, essa prática só ficou conhecida pelo público a partir de uma publicação da Revista Planeta da década de 70 já com temática esotérica, ausente de referências culturais para os brasileiros.

Hoje em dia, a facilidade de acesso aos baralhos por meio da internet ampliou o estudo e também o entendimento das referências simbólicas neles contidas. A análise se expandiu com a ampliação de acesso às informações sobre o tarot, uma vez que as ilustrações e expressões visuais adaptadas a histórias e tempos diferentes permitiram um diálogo ainda maior com a realidade atual contemporânea.

O tarot funciona mesmo?

Mesmo depois de ler todas as informações acima, pode ser que você ainda esteja se perguntando se o tarot funciona. A resposta para essa dúvida é sim. O tarot funciona, abre os olhos do consulente e faz previsões para o futuro. 

Contudo, tome cuidado, procure alguém que realmente estudou e se dedicou ao tarot antes de fechar com alguém. Apenas tome cuidado com preços exorbitantes e profissionais que você não recebeu recomendações. 

Outra coisa que influencia é a sua própria energia. Atualmente, com a pandemia, é comum as consultas de tarot serem on-line. Mesmo assim, o tarot funciona, contudo, é necessário se conectar, não adianta fazer perguntas enquanto mexe no Instagram ou realiza outras tarefas, é preciso se concentrar.

A prática tem ligação com alguma religião?

Quando alguém participa de um bingo e os números são sorteados, existe algo de espiritual ali? Ou quando a loteria sorteia os números do seu bilhete? Ou ainda quando o seu cupom de shopping é selecionado entre milhares e você ganha um carro, há algo de espiritual ali?

Essas questões devem ser colocadas quando alguém pressupõe motivos transcendentais à arte de consultar as cartas. Alguns dirão que sim, outros refutarão. De forma geral, o consenso é que o tarot proporciona, a quem o consulta, uma experiência até mesmo estratégica de obtenção de informação e de orientação para haver o melhor de uma situação.

Uma simples carta que você sorteia tem símbolo e força suficientes para responder a uma questão e oferecer informações que levam você ao sucesso pessoal, profissional ou mesmo emocional. Isso não tem a ver com questões espirituais.

O tarot não se vale de nenhuma crença para funcionar, ou seja, não está ligado a nenhuma religião. Mesmo havendo símbolos religiosos em algumas cartas, toda e qualquer crença é de responsabilidade de quem as interpreta, nunca das cartas em si.

Dicas para se preparar para uma consulta de tarot

Consulta
Saiba mais sobre as consultas de tarot. | Foto: Reprodução

Respeito com o profissional

Em primeiro lugar, é preciso respeitar o tarólogo como um profissional. Por isso, busque referências e marque a consulta, lembrando que ela é paga, por ser um estudo e precisar de tempo e energia para fazer a consulta.

Crença e estudo

Não adianta procurar um tarólogo para ver no que dá. Se você tiver alguma curiosidade sobre a prática e quiser entender melhor, tudo bem. Porém, não procure um profissional se você não acredita naquilo ou não o ouvirá.

Tempo

O tarot funciona de uma forma diferente, ele enxerga a energia que te rodeia agora, no passado e no futuro, então tenha calma e saiba que algumas coisas reveladas já podem ter acontecido.

Livre-arbítrio

Saiba que muitas coisas que são reveladas no tarot para você podem mudar a partir do momento que você usa o seu livre-arbítrio.

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Por Maria Eduarda Vieira – Fala Universidade Federal Fluminense!

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