Primeiro dia na Conferência das Partes – o encontro oficial da ONU sobre mudanças climáticas – e já temos uma bela fotografia do que nos espera daqui para frente. Desde a chegada no aeroporto todos os convidados, vindos dos quatro cantos do mundo, podem sentir a energia que toma conta da cidade de Sharm El Sheik.
A cidade de veraneio, cheia de resorts e com jeitinho de Palm Springs, “Sharm”- como é carinhosamente apelidada pelos egípcios – recebe os turistas de braços abertos e com um forte investimento em infraestrutura e segurança, para abrigar esse palco de tantas importantes discussões.
A receptividade e organização são surpreendentes, com quiosques próprios do evento na área de desembarque do aeroporto e uma energia suficiente para inspirar e resgatar a esperança de todos que de alguma maneira representam os quase 8 bilhões de pessoas no planeta, mesmo após mais de 14h em trânsito.
O povo egípcio é muito gentil e, apesar do idioma completamente diferente do nosso, é possível se comunicar. Muitos deles falam inglês, mas ainda assim não é incomum ver pessoas de diversas nacionalidades praticando o famoso “mimiquês”.
No ritmo da COP 27
Após uma boa noite de sono, um banho (de água fria – aqui faz muito calor!) e um agradável almoço em Soho Square, fomos direto para o local onde acontece o evento. Nossa credencial é chancelada por uma acreditação oficial da ONU, concedida apenas para convidados oficiais das delegações de ONGs observadoras. Com isso, temos acesso não somente à Green Zone (área aberta ao público, voltada para inovações da iniciativa privada), mas também à Blue Zone (área exclusiva para as delegações dos países, líderes políticos e demais credenciados da ONU).
Ao entrar na Blue Zone, a energia é de serendipidade. Todas as pessoas que circulam por ali exalam o mesmo senso de curiosidade, engajamento e colaboração. Não é estranho estar na fila da cafeteria e “trombar” um brasileiro que, por acaso, pode ter tudo a ver com seus propósitos e valores. Afinal, todos estão ali por um só motivo: unir-se em busca de soluções (simples e complexas) para garantir um futuro promissor para o clima do nosso planeta. Esse propósito é latente e indiscutível em todas as pessoas com quem conversamos por aqui.
Um dos pontos altos que observamos aqui nesse primeiro dia foi o senso social que esta COP carrega, tendo como principais temas declarados: Clima, Adaptação e Vulnerabilidade. Todos os temas sobre sustentabilidade e preservação ambiental são discutidos com grande foco no desenvolvimento de comunidades e adaptação local. Isso é um grande desafio para todos os países comprometidos com a mitigação dos efeitos gerados por negócios.
Dessa forma, nossa grande conclusão sobre o dia é que nós, do setor privado, temos um papel extremamente importante nessa jornada. Em parceria com o poder público, devemos buscar cada vez mais soluções que sejam sustentáveis não somente em termos de meio ambiente, mas também em termos de comunidade e de senso coletivo.
Seguimos em busca desse caminho conhecendo e aprendendo a cada dia, e sempre abertos à serendipidade verde, fazendo conexões com aqueles que compartilham do nosso propósito de fazer do mundo melhor.
