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Revelada uma das causas da extinção da vida há 66 milhões de anos

Os geólogos confirmam que a forte acidificação do oceano resultou em parte na perda de 75% da vida na Terra no início da era dos dinossauros. Uma descoberta que levanta questões por causa da acidificação atual de nossos oceanos.

Os dinossauros não são os únicos a desaparecerem 66 milhões de anos atrás. Dos 75% dos seres vivos na Terra reduzidos a poeira no final da era dos répteis gigantes, também existem ecossistemas inteiros, especialmente ecossistemas marinhos. A causa? Uma acidificação maciça dos oceanos, como confirmado por uma equipe de pesquisadores americanos em um artigo científico publicado na revista Proceedings da National Academy of Sciences.

O artigo analisou as taxas isotópicas de boro de fósseis de plâncton que datam do final do Cretáceo. A forma desse elemento químico – cuja longa vida útil é útil para datação paleontológica – pode de fato ser correlacionada com a acidez do ambiente marinho em que o animal morreu. Pincelli Hull, geólogo da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, e seus colegas descobriram uma queda dramática no pH marinho de cerca de 0,3, logo após o mais famoso. de um meteorito gigante no sul do México naquela época.

O impacto do meteorito teria gerado megatoneladas de poeira nitrada e sulfurosa na atmosfera. Este último teria resultado não apenas na formação de uma cobertura planetária de nuvens capaz de obscurecer o céu, mas também na produção de chuva extremamente ácida. No espaço de alguns séculos, essa acidificação oceânica (evidenciada pelo pH reduzido) “provavelmente é suficiente para matar ecossistemas inteiros“, diz Pincelli Hull no The Atlantic.

Essa descoberta confirma o poder destrutivo da acidificação dos oceanos, que a comunidade científica já acredita ter contribuído para outras extinções em massa – como a ainda mais mortífera da fronteira Permiano-Triássica, mesmo antes aparência de dinossauros. Além de sua participação na validação da famosa hipótese de meteorito, as conclusões deste estudo preocupam-se com a atual situação ecológica.

De fato, em seu último grande relatório, o Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCC) informou que o pH global dos oceanos caiu em média 0,02 pontos por década desde o final da década de 1980. Nesse caso, o responsável não é um asteróide com várias dezenas de quilômetros de diâmetro, mas nossa própria espécie.

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