Os últimos meses foram marcados por uma pandemia singular em nossa história recente e que representou perdas e mortes para muitas famílias. Contudo, para além da dor e do luto, a Covid-19 também interferiu grandemente em nossos hábitos de consumo.
E consequentemente trouxe novas tendências de marketing para as empresas. Esse cenário apresenta novos desafios para as marcas e suas estratégias para alcançar seus públicos-alvo. Pois, mais do que nunca é preciso ficar antenado com o mercado, e os comportamentos dos consumidores que estão mudando.
Neste artigo você conhecerá quais serão as tendências de marketing para o pós-pandemia.
Mas o que são tendências de marketing?
É importante que antes de apresentarmos as principais perspectivas do marketing digital para os próximos anos, esclareçamos o que são as tendências de marketing. Para o dicionário de língua portuguesa Michaelis, uma das definições para a palavra tendência é a de um movimento comum de determinada categoria ou grupo de pessoas.
Dentro da perspectiva do marketing digital, pode-se dizer, que as tendências são hábitos de consumo que abrem novos nichos de mercado e que possuem grande potencial de crescimento em médio ou longo prazo. Esses hábitos de consumo, por sua vez, são fruto de movimentos em comum dos consumidores.
Por que é importante conhecer as tendências de marketing?
As tendências de marketing indicam para onde está caminhando o mercado e como estão se comportando os consumidores. Assim, perceber e reconhecer essas mudanças permite que a empresa se mantenha atualizada, ou seja, não se torne obsoleta ante seus concorrentes.
Ao conseguir identificar os novos anseios do seu público, fica muito mais fácil pensar em maneiras inovadoras e criativas de conversar com ele. Conhecendo as tendências de marketing também é possível encontrar quais os canais mais adequados para atingir sua persona.
Por fim, conhecer as tendências de marketing é crucial para garantir a sustentabilidade do seu negócio. O mercado passa por mudanças de direção de maneira costumeira e constante, a pandemia foi uma delas, e quando a empresa está antenada com as tendências pode se adaptar de maneira menos dolorosa.
Pense, por exemplo, nas lojas e restaurantes que já ofereciam canais de comunicação e compra online, pois já era uma tendência. Obviamente que elas, assim como as demais, sofreram com o coronavírus impactos nos seus rendimentos, mas com certeza se adaptaram de uma forma muito mais tranquila que as marcas que não eram digitais.
Possíveis tendências de marketing e comunicação pós-pandemia
Agora que você já sabe o que são tendências de marketing digital e a sua importância no alcance de resultados de uma empresa, chegou a hora de saber quais são as tendências em alta no mercado para os próximos anos. Veja, a seguir, nossa lista com 5 delas. Anote aí!
Popularização das lives
O isolamento social foi necessário para a contenção do vírus e acarretou em uma mudança drástica na forma em que consumimos entretenimento. Uma dessas tendências foi a popularização das transmissões ao vivo ou lives, que foram, também, parte das estratégias de marketing digital de algumas empresas.
Elas se tornaram um dos ícones da quarentena. Para se ter uma ideia da relevância desse modelo de conteúdo, em 2020 a live mais assistida teve 3,31 milhões de views. Esse número significativo de pessoas assistiram a transmissão #LiveLocalMariliaMendonca, realizada pela intérprete de ‘Infiel’ da sua residência em Goiânia.
A live foi patrocinada por empresas de diversos ramos que colheram os frutos da exposição de seus produtos e serviços na transmissão. Por exemplo, o vestido preto usado pela cantora esgotou ainda durante o show no site da Riachuelo. Já a principal patrocinadora, a Stone, teve um pico de 200 mil acessos no seu site.
Segundo dados de uma pesquisa do MindMiners, empresa especializada em pesquisa digital, essa não é uma tendência passageira. Para 65% dos entrevistados, a publicidade em lives aumenta a sensação de proximidade com a marca; 76% querem a continuidade deste modelo de conteúdo, mesmo quando a pandemia acabar.
Crescimento do TikTok e o surgimento do Reels
Ainda falando sobre novas modalidades de conteúdo no universo digital, 2020 foi o ano de popularização do Tik Tok no Brasil. O aplicativo chinês que é utilizado para compartilhar vídeos curtos, em geral com apelo cômico e sem muita edição, virou febre por aqui.
Neste mesmo ano, o Tik Tok se tornou o app mais baixado no mundo inteiro, ultrapassando o mensageiro Whatsapp. Devido ao enorme sucesso da plataforma oriental, o Instagram decidiu copiar as funcionalidades dele. A rede social lançou, então, o Reels.
As empresas vêm utilizando cada vez mais essas ferramentas, em especial, pelo alto poder de viralização dos vídeos. Para aproveitar essa nova tendência de comunicação no marketing da sua empresa é necessário compreender essas novas formas de publicidade.
O Tik Tok e o Reels possuem uma linguagem própria diferente da utilizada nos outros canais de comunicação da empresa. Portanto, ao utilizar essas plataformas, é importante se atentar para isso. Prefira uma linguagem mais acessível e tente usar do humor. Costuma funcionar.
Humanização das marcas
Essa é uma tendência que já vem aparecendo há algum tempo, porém no último ano ficou ainda mais evidente. As empresas fazem parte da sociedade e portanto devem ser agentes de transformação da mesma. Os consumidores estão exigentes e querem consumir de marcas que tenham comprometimento social.
Dessa forma, aumenta a cobrança por parte do público sobre temas de relevância social. Tópicos como feminismo, direitos humanos, sustentabilidade, representatividade LGBT e racismo estiveram no âmbito do debate entre clientes e empresas. O ato de se posicionar ou não vem sendo levado em conta por eles na hora de comprar.
Contudo, cabe ressaltar, que os posicionamentos feitos por uma marca em determinado tópico devem estar em sintonia com os valores da mesma, bem como com seus processos internos. O público percebe e não gosta quando uma marca rouba uma causa apenas para conquistar novos clientes sem estar realmente comprometida com ela. Não faça isso.
Crescimento dos nanoinfleuncidaores
Essa é uma tendência de marketing que também não é nova, porém vem ganhando cada vez mais força. Para quem não conhece o termo, nanoinfluenciadores são indivíduos que estão mais próximos do público e que tem alto poder de influência sobre outros consumidores, apesar do pequeno alcance que possuem.
Não estamos falando de influenciadores digitais ou famosos com milhões de seguidores, estamos nos referindo aos consumidores que fazem review e publicam sobre o que acabaram de comprar. Isso reflete um novo tipo de conteúdo, o user generated content (UGC). Eles consistem em posts feitos pelos próprios clientes acerca de um produto ou serviço.
Geralmente, surgem espontaneamente, porém podem ser instigados pela marca. Um exemplo comum é o pedido de avaliações de usuários no site da empresa. Mas também podemos citar os desafios no Tik Tok ou em outras redes sociais. Ao fazer uso dessa estratégia, a empresa promove o poder de influência desses usuários e colhe resultados.
Segundo uma pesquisa da Olapic, especialista em marketing digital, os mercados mais afetados pela influência desses nanoinfluenciadores são os de turismo, moda e beleza. E 62% dos entrevistados afirmaram que são mais instigados por fotos de viagem tiradas por outros usuários do que por empresas. Na área de cosméticos, 71% disseram que confiam no review de outros consumidores.
Foco no Slow Content
Nos últimos anos, vivenciamos a popularização da estratégia do Marketing de Conteúdo que foi utilizada por empresas dos mais diversos setores. A partir daí, as redes sociais sofreram uma verdadeira inundação com postagens feitas pelas equipes de marketing das marcas.
Contudo, muito do que é publicado não responde aos anseios dos usuários, trazem informações não verídicas e, por vezes, apenas os irritam. Isso acontece porque o foco de muitas empresas é agradar o algoritmo das redes ao invés do usuário, apostando na quantidade e esquecendo a qualidade.
Cabe fazer a ressalva, que durante a pandemia muitas pessoas se afastaram das redes sociais ou fizeram uma “faxina digital”, deixando de seguir páginas que não eram relevantes nas suas vidas. Nesse sentido, é provável que as marcas que não produzem conteúdos de qualidade tenham sido penalizadas por estes usuários.
Então, nos próximos anos a tendência é de que as empresas devam retomar os esforços na produção de conteúdos que tenham um impacto mais duradouro na experiência do usuário, algo que não seja descartável. Para isso é necessário planejamento do que vai ser postado e conhecimento da buyer persona (perfil fictício do cliente ideal, personalização de conteúdo), bem como de suas queixas.
Ademais, as empresas devem buscar a produção de um conteúdo original e criativo para abastecer seus perfis nas redes sociais. Lembrando sempre de agradar tanto ao algoritmo, com a constância das publicações, como ao usuário, com a relevância dos seus posts.
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Por Jefferson Ricardo – Fala! UFPE