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Pressão Alta: Causas e perigos da hipertensão arterial

A hipertensão arterial, mais conhecida como “pressão alta“, é uma doença cardiovascular diagnosticada quando a força que o sangue exerce contra as paredes dos vasos sanguíneos é muito alta. Segundo dados da farmacêutica Pfizer, em torno de 38,1 milhões de brasileiros acima dos 18 anos são acometidos por ela. Siga com a leitura para ficar sabendo de mais detalhes sobre este problema. 

Para falar melhor sobre este assunto, o Fala! realizou uma entrevista com a cardiologista Dra. Maria Carolina da Costa Correia, de 51 anos. Ela é formada em Medicina pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), possui Título de Especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e atua na área há 20 anos.

Saiba tudo sobre a hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta.
Saiba tudo sobre a hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta. | Foto: Reprodução.

Entenda quais as causas e os perigos da hipertensão arterial, a famosa pressão alta

Fala!: O que é a “pressão alta”?

Dra. Maria Carolina: A hipertensão arterial ou “pressão alta” pode ser definida como valores de pressão arterial, medidos ao repouso, acima de 139/89 mmHg (“milímetros de mercúrio” é a unidade de medida utilizada na aferição da pressão sanguínea). Além desse valor, também há a chamada Pré-hipertensão, que é quando a pressão arterial está entre 130/85 mmHg e 139/89 mmHg.

Fala!: Como é feito o diagnóstico da hipertensão? 

Dra. Maria Carolina: “Habitualmente este diagnóstico é confirmado com exames complementares, sendo o mais utilizado a MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial), exame realizado com aferições no período de 24 horas.”

Fala!: O que pode levar uma pessoa a ter hipertensão?

Dra. Maria Carolina: “A causa mais frequente da hipertensão primária é a hereditariedade (bases genéticas). Um descendente de primeiro grau de um familiar hipertenso tem de 3 a 4 vezes mais chances de se tornar hipertenso do que a população geral.

Associado a esta causa, temos fatores externos, como a obesidade, os erros alimentares com excesso de sódio e o sedentarismo. Juntos, estas condições vão tornando maior a possibilidade de ser hipertenso. Há também o envelhecimento que, por si só, já aumenta gradativamente as chances do surgimento da doença. Estima-se que mais de 65% das pessoas acima de 60 anos se tornarem hipertensas). A prevalência também é maior em homens, em negros e em mulheres pós-menopausa.”

Dra. Maria Carolina.
Dra. Maria Carolina. | Foto: Reprodução.

Fala!: Quais são os sintomas da hipertensão?

Dra. Maria Carolina: “Infelizmente a pressão alta costuma ser silenciosa, mesmo em valores muito elevados. Muitas vezes, a primeira manifestação pode ser em um desfecho grave como um acidente vascular cerebral hemorrágico, o “derrame cerebral”, que tem alto índice de óbito. A conhecida “dor na nuca” não costuma ser sintoma de pressão alta como popularmente se acredita.”

Fala!: Quais são os perigos de se ter pressão alta?

Dra. Maria Carolina: “Existem os agudos, quando ocorre um pico hipertensivo, que é definido como valores acima de 180/110 mmHg, podendo levar ao derrame cerebral, o infarto do miocárdio (coração), a dissecção da aorta, entre outros. E os danos a médio e longo prazo, quando o organismo vai sofrendo silenciosamente e “se adaptando” a valores acima do normal, levando à insuficiência cardíaca, insuficiência renal, arritmias, entupimento de artérias etc. Quando acontece a insuficiência renal, é muito comum a necessidade de diálises.”

Fala!: Pessoas com hipertensão devem consultar o cardiologista com qual periodicidade?

Dra. Maria Carolina: “A periodicidade que um paciente hipertenso deve consultar seu cardiologista é, em média, 2 a 3 vezes ao ano após estabelecido o devido controle dos níveis da pressão. Mas isso pode variar de paciente para paciente.”

Fala!: Por fim, como deve ser a dieta de pessoas com pressão alta?

Dra. Maria Carolina: “A alimentação é um dos pilares do tratamento da doença. Deve haver redução de consumo diário de sal, ingerindo menos de 2 g/dia de sódio, retirada ou redução de embutidos, enlatados, conservas e caldos de carne e, além disso, redução do consumo de álcool. Tendo um máximo 28 g álcool ao dia para homens e 14 g para mulheres, mas isto não é um incentivo ao consumo de bebidas alcoólicas.”

Finalizando sua fala, a Dra. Maria Carolina ainda deixa um recado: “Nos tempos em que vivemos, a conscientização com a qualidade de vida é fundamental para um envelhecimento saudável. Deve-se comer com qualidade, exercitar-se com frequência, ao menos 150 minutos de exercícios por semana, controlar o peso, dormir bem e fazer check-ups médicos.”.

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Por Gabriel Arouca Leão – Fala! UFPR

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