Sabemos que o machismo causa um grande impacto negativo na vida das mulheres. Mas é pouco discutido que a vida dos homens também são muito afetadas. Crianças e adolescentes, devido à nossa sociedade patriarcal, são divididos em determinados papéis sociais, o feminino e o masculino, que são impregnados em suas vidas, interferindo na formação de sua individualidade.
Desde o início, os homens são alocados pelo patriarcado num lugar de domínio e força. E essa construção da masculinidade impede que reconheçam seu lugar de vítima em casos de abuso sexual, porque são obrigados a sempre gostarem e estarem prontos para relações sexuais e, se estiverem numa posição de fragilidade em relação a um homem ou principalmente a uma mulher, recebem comentários homofóbicos. O abuso contra homens é tabu. Portanto, se calam.
Abuso de crianças e adolescentes
Boa parte das vítimas são crianças, que ainda estão numa fase com pouco conhecimento. Sofrem vários traumas e não podem demonstrar emoção por medo de como serão tratados depois. Levando um bom tempo para reconhecerem a gravidade do caso e, enfim, denunciarem. E muitos acabam crescendo com uma outra visão sobre o abuso, apenas contribuindo para uma sociedade mais misógina.
Para ficar mais claro essas ideias, separei alguns dados: segundo a OMS, uma em cada cinco meninas e um em cada 13 meninos são vítimas de abuso sexual. Estima-se que 27% dos meninos até os 12 anos de idade sofreram ou sofrerão algum tipo de abuso sexual.
O Instituto de Pesquisa Econômica aplicada (2014) diz que a violência contra crianças pode se repetir em 48,3% e, contra adolescentes, em 47,6%, quando praticada por pessoas conhecidas.
Por fim, é preciso que se discuta mais sobre esse assunto. Que a mídia faça campanhas de prevenção e conscientização para trazer ao público novos conceitos, assim como maior investimento na educação sexual tanto nas escolas quanto em casa, a fim de quebrar a mentalidade cheia de estereótipos e mitos. Se todos tiverem um maior conhecimento sobre esses casos, será mais fácil acolher as vítimas com mais sensibilidade, dando mais suporte e acesso para essas procurarem ajuda.
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Por Bárbara Évellin – Fala! Cásper