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Opinião – Coronavírus: Economia afetada pelo descaso de Bolsonaro

Diante de uma pandemia que o Brasil passa no momento, o presidente Jair Bolsonaro vem apresentando uma postura bastante controversa em relação à Covid-19.

Com declarações polêmicas, minimização do problema (muitas vezes se referindo ao novo coronavírus como uma “gripezinha”) e atitudes e falas que incentivam a quebra do isolamento social, Bolsonaro trata com descaso a calamidade que a população passa, sua postura afeta prejudicialmente diversos pilares do país, como a economia.

Postura controversa

Em relação ao novo coronavírus, Jair Bolsonaro vem apresentando uma postura bastante controversa, com atitudes polêmicas e desnecessárias, presenciando manifestações a seu favor, organizando comemorações (como o churrasco que o presidente disse que faria no Palácio da Alvorada), saídas desnecessárias (como o passeio de jet ski, no qual o presidente estava com o filho), cumprimentando apoiadores, todas contrariando as recomendações da OMS sobre o isolamento social e os cuidados para evitar o contágio. 

bolsonaro manifestações
Presidente Jair Bolsonaro cumprimenta apoiadores em manifestação. | Foto: Sergio Lima/ AFP.

Influência

Com as atitudes do presidente, diversos seguidores do próprio decidiram ignorar todas as medidas de isolamento social e o real caos causado pela Covid-19.

Com essas pessoas fora de suas casas, o aumento do número infectados deve subir drasticamente, piorando ainda mais a situação do brasil. Sem o controle de infectados e o caos presente nos hospitais sem leitos suficientes, o isolamento social deve prosseguir, com cidades entrando em lockdown (realidade já presente em alguns estados) e a reabertura do comércio fora de cogitação, causando um grande declínio econômico no país.  

Impacto da Covid-19 na economia

Com o contágio em larga escala, as medidas tomadas a priori foram o fechamento dos estabelecimentos comerciais e a diminuição na jornada de trabalho nas indústrias. Segundo especialistas, a crise provocada pelo coronavírus deve se assemelhar à crise financeira de 2008.

Grande parte dos afetados são as grandes empresas, com grande estoque de produtos e lojas fechadas, e sobrevivendo a partir de vendas on-line, nas quais, apesar de grande demanda, boa parte da população ainda não tem o costume de fazer compras através da internet.

Além das grandes multinacionais da indústria, as micro e pequenas empresas também são prejudicadas sem a reabertura do comércio, com as demissões em massa, com a taxa de desemprego subindo para 12,2% no primeiro trimestre e a falência de diversos micro-empresários devido à obrigatoriedade de pagamento aos seus funcionários e o gasto mensal para manter o estabelecimento, causadas pela falta de público, ou seja, há a continuidade do investimento, porém, sem o lucro.

Apesar do caos, os tempos de pandemia serviram para diversas empresas se reinventarem, o atendimento domiciliar e o delivery são dois setores que cresceram, com os aplicativos de delivery apresentando um crescimento de cerca de 30% no aumento de pedidos no mês de março.

A bolsa de valores também se estremece com a crise, com os investimentos, gerados por especulação, alimentados por baixas expectativas; diminuindo a entrada de capital nas empresas, já afetadas pelo desuso durante a pandemia, causando o que se chama “efeito cascata”, no qual um setor prejudicado pode amontoar diversos outros. Então, o crescimento do país é reduzido e o PIB sofre perdas, com uma retração de 4%.

Declarações finais

Com as máquinas paradas/reduzidas  para a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, a economia será afetada negativamente com o aumento das importações e a diminuição das exportações, prejudicando diversas empresas e diminuindo o interesse dos investidores, isto é, tornando o país ainda mais pobre e a situação deve piorar caso os números de casos e vítimas não sejam contidos.

Por essas e outras, o descaso de Bolsonaro com o novo coronavírus, retratado anteriormente, afeta negativamente não só a saúde da população mas como também a  reabertura da economia, tornando os empresários e trabalhadores ainda mais prejudicados pela crise.

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Por João Pedro da Costa – Fala! UFPE

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