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Opinião: Bolsonaro mente e ataca a imprensa para justificar suas ações

O presidente Jair Bolsonaro, em frente ao Palácio da Alvorada, na noite da última sexta-feira (05), justificou o atraso da divulgação dos números de infectados e de óbitos causados pelo novo coronavírus, como uma forma de impedir a produção de matéria jornalística para o Jornal Nacional, da TV Globo.

“Acabou matéria para o Jornal Nacional“, disse o presidente que, em seguida, afirmou que o atraso seria para o Ministério da Saúde evitar subnotificações e inconsistências nos números.

presidente contra a Globo
Com guerra particular contra a Globo, o presidente prejudica seu governo direta ou indiretamente. | Foto: Reprodução.

Entretanto, vamos puxar da memória que, durante a gestão de Luiz Henrique Mandetta, os dados da Covid-19 eram divulgados entre às 16h e 17h. Na gestão Nelson Teich, o horário de divulgação oficial foi adiado para às 19h e, agora, é divulgado em meados das 22h.

Para evitar subnotificações e inconsistências é necessário adiar a divulgação dos dados para um horário tardio? Não há muita lógica nisso!

Bolsonaro e a briga com a Globo

É de conhecimento público que o presidente classifica a Rede Globo (emissora que exibe o principal telejornal do país, o Jornal Nacional) como sua inimiga nº 1 e expande este sentimento particular para sua gestão – e ataca frequentemente a emissora e seus jornalistas (se bem que jornalistas de outros veículos também são humilhados pelo presidente, integrantes do governo e correlegionários). Esta demonstração inútil de guerra pessoal é totalmente desnecessária para a população brasileira.

Globo
Guerra pessoal de Bolsonaro contra a Globo. | Foto: Reprodução.

Em tempos de pandemia, o brasileiro, assim como o restante do mundo, precisa obter e se basear em informações verídicas e concretas. Todos da sociedade têm o direito constitucional de ter acesso à informação. Quando o governo protela este direito, configura crime de gestão pública (seja por improbidade administrativa, seja de responsabilidade, entre outros). É de se estranhar que o presidente que prega o direito à liberdade, de maneira verbal, provoque tanta contradição, de maneira prática.

O presidente, que não tem respeito com os infectados e com as memórias e famílias dos óbitos conquistados pelo vírus, devia pelo menos manter a promessa feita em relação à liberdade de expressão e ao direito à informação para a população brasileira. O ato de adiar a divulgação dos dados da Covid não é preservar estes direitos, mas sim, o contrário.

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Por Álvaro José – Fala! UFPE

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