O cantor de pagode, Belo, se filiou ao partido de Bolsonaro, Partido Liberal (PL) e tentará carreira política, a notícia foi divulgada na quarta-feira (6).
Marcel Pires Vieira, Belo, pretende concorrer ao cargo de deputado federal pelo partido, Nas últimas semanas, o cantor se apresentou para convidados por conta dos aniversários do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e do ex-secretário de governo Rodrigo Bacellar (PL).
O cantor de sucesso, chegou a se preparar para concorrer às eleições em 2014 filiado ao PCdoB, no entanto, a candidatura não se concretizou. A ironia está no fato do PCdoB fazer oposição ao partido do presidente Bolsonaro.
O fenômeno eleitoral dos ‘Outsiders’
As eleições daqueles com pouca ou nenhuma experiência política e partidária são chamadas de “outsiders”. Candidatos que se declaram não-políticos devem ser numerosos em 2022. Diversos ‘outsiders’ conquistaram vitórias nas urnas por conta da popularidade no meio artístico. Assim como outros famosos que se meteram na política: Netinho de Paula, Tiririca, Thammy Miranda, Jeans Wyllys, Romário, Sérgio Reis.
Para muitos eleitores, os outsiders representam inovação política e ruptura com a política tradicional que está imersa em escândalos de corrupção
Nas eleições de 2018, Jair Bolsonaro representou esse político antissistema como porta-voz dos eleitores que estavam cansados dessa antiga política, mesmo Bolsonaro já sendo um político de quase trinta anos como deputado federal, através de diferentes partidos ao longo da sua carreira.
O novo fenômeno eleitoral claramente estimula a representação política e torna as instituições políticas mais abertas às demandas dos eleitores. Seja fora da política tradicional ou na realidade, como Tiririca, um comediante e nunca envolvido na política, ou apenas um outsider em discursos como Bolsonaro.
Entretanto, observando os candidatos outsiders, fica claro que eleger políticos que se dizem contra o sistema não é suficiente para mudar o status quo ou fortalecer a democracia. Promessas mágicas se transformam em decepção quando essas personalidades assumem o poder político e não conseguem corresponder às expectativas dessas equações mágicas.
O fenômeno eleitoral dos outsiders e a campanha política de Bolsonaro
Jair Bolsonaro faz parte dos outsiders do sistema político, isto é, seus partidos não compunham uma base eleitoral conservadora com forte expressão no Congresso. O sucesso de suas eleições derivou de relações mais diretas com parcelas expressivas do eleitorado, formas em torno de questões como o combate à corrupção. Bolsonaro também teve uma forte base construída nas redes sociais e alguns elementos complementares previsíveis, com a forte presença militar no governo.
Os analistas políticos não se surpreendem com o surgimento de uma figura como Bolsonaro em um contexto político polarizado como o que vivia nas eleições de 2018. Bolsonaro é o candidato de uma direita caricata, que odeia gays e adora armas, foi chamado de “Mito! Mito!’’. Sua imagem foi construída nas redes sociais como ícone positivo e salvador da Pátria, aliada figura onipresente do juiz Sergio Moro, colocado, tantas vezes, como justiceiro.
Bolsonaro conquistou o cargo com ajuda de quatro grupos: redes sociais compostas por uma mobilização relacionada à operação Lava Jato, um forte apoio do mercado, baseado em uma agenda liberal na economia , uma base evangélica radicalizada com interesses na área da educação, e por fim um grupo militar que foi aderido aos poucos e que se torna cada vez mais relevante no governo.
Famosos que entraram na política
1) Belo
2) Tiririca
3) Regina Duarte
4) Romário
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Por Ana Lívia Menezes – Fala! UNESP