No cenário atual em que reinam caos e pandemia juntos, o presidente da República, Jair Bolsonaro, fez um pronunciamento se referindo ao vírus, que já matou milhares no mundo todo, como uma “gripezinha”. Porém, não é apenas esse o obstáculo.
O presidente afirma que o Brasil não pode parar pois a economia está sofrendo com a paralisação geral, apoiando manifestações contra o Congresso e até mesmo participando de uma, contrariando todas as recomendações do Ministério da Saúde, que pede para que todos fiquem em casa.
Bolsonaro, que chegou a fazer testes para o Covid-19, todos negativos, tem sido muito criticado por profissionais da área da saúde, jornalistas e cidadãos por não seguir a quarentena e se posicionar contrariamente. Já chegou a se referir aos coronavírus como “fantasia”, “histeria” e “superdimensionado”, culpando os meios de comunicação e acusando-os de um alarde desnecessário, dando pouca importância ao assunto.
O presidente defende um isolamento vertical, ou seja, isolar apenas as pessoas em área de risco e, assim, voltar o comércio ao normal. Em um país onde a desigualdade é evidente, mas sempre ignorada por todos, o tema começou a se fazer presente e o governo decidiu ajudar os trabalhadores informais e microempreendedores individuais com um auxílio emergencial para que ninguém passasse fome durante essa pandemia.
Muitos governadores continuam pedindo aos seus estados que permaneçam em casa em quarentena, como João Dória, governador do Estado de São Paulo, em pronunciamento no dia 6 de abril, que prorrogou a quarentena por mais 15 dias, mantendo o comércio fechado até dia 22 de abril.
Com uma visão diferente, o Ministério da Saúde continua recomendando para que a quarentena seja respeitada e para que todos fiquem em casa. Os planos de contingência nacional surgiram assim que o número de casos do Covid-19 começou a subir rapidamente no país, com o intuito de achatar a curva do gráfico, o que muitos países também vêm tentando fazer.
Por contrariar as vontades do presidente da República, o ministro Luiz Henrique Mandetta tem sido ameaçado de ser demitido. No entanto, o ministro afirma não ter medo porque sabe que essa situação é só uma questão de tempo para ser concretizada, mas continua trabalhando em prol da população brasileira, agindo como um verdadeiro profissional da área da saúde.
A quarentena possui muitos benefícios, entre eles evitar a super lotação do Sistema Único de Saúde (SUS), que não possui estruturas suficientes para isso, possibilitando que as pessoas com os sintomas mais graves recebam o tratamento adequado e possam sobreviver.
Além disso, os resultados dos testes para o coronavírus ainda demoram para sair e não conseguem atender a alta demanda. Recentemente, o governo comprou 500 mil kits de testes rápidos de Covid-19, os quais dão o resultado em 20 minutos, para distribuir entre os estados. Os kits têm como objetivo auxiliar os médicos em um diagnóstico instantâneo, ajudando-os a adotarem as medidas mais adequadas de tratamento.
A preocupação com a economia do Brasil que está em crise não deixa de ser discutida diariamente pelos especialistas dessa área e continua sendo cobrada por Bolsonaro.
De acordo com o G1, “A crise provocada pelo coronavírus deve deixar um rastro de aumento de pobreza e desigualdade no Brasil”. Porém, o jornal defende a posição do Ministério da Saúde e afirma que o governo deve tomar as providências para ajudar aqueles em situação de pobreza e dificuldade.
Com essa polarização de opiniões dentro das entidades do governo, fica difícil para a população escolher em quem elas devem acreditar e qual é a melhor solução para todos.
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Por Rafaela Thomaz Leite – Fala! PUC