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Olimpíadas: os surfistas que irão representar o Brasil em Tóquio

A modalidade estreia nas Olimpíadas pela primeira vez na história

Olimpíadas
Ítalo Ferreira (à esquerda) e Gabriel Medina (à direita): os representantes brasileiros no surfe masculino. | Foto: Kelly Cestari/WSL.

Há poucos dias do início dos Jogos Olímpicos de Tóquio, os principais atletas do mundo já estão em fase final de preparação para o torneio tão aguardado pelo planeta. Um dos esportes que fará estreia nesta edição é o surfe. A modalidade será disputada na praia de Shidashita, na cidade de Chiba, e terá o seguinte formato: 20 surfistas de cada gênero (masculino e feminino) serão divididos em cinco baterias com quatro atletas em cada. Os dois primeiros de cada bateria avançam direto para o Round 3, enquanto os 3º e 4º colocados disputam uma repescagem no Round 2.

Lá, serão duas baterias com cinco surfistas em cada, onde os três primeiros se juntam aos classificados anteriormente no Round 3. Agora, serão quatro baterias com quatro atletas em cada, avançando os dois primeiros para a fase de quartas de final. Dali para frente, a disputa vira um mano a mano competidor contra competidor, até definir os primeiros medalhistas olímpicos do esporte. Confira quais são os representantes do Brasil nas Olimpíadas:

Surfe nas Olimpíadas

Gabriel Medina (maior destaque das Olimpíadas)

Gabriel Medina
O paulista Gabriel Medina, talvez o melhor surfista brasileiro da história. | Foto: Reprodução/Hardcore.

Natural de São Sebastião, litoral do estado de São Paulo, Gabriel Medina começou no surfe ainda criança, quando tinha oito anos. Seu padrasto, Charles Rodrigues, era um surfista amador e introduziu o garoto no esporte, dando a ele sua primeira prancha para surfar nas praias de Maresias. O paulista foi evoluindo com o tempo, conquistando o seu primeiro torneio nacional em Búzios, no Rio de Janeiro (o tradicional Rip Curl Grom Search categoria sub-12)Em 2009, aos 15 anos, Medina assinou um contrato milionário com a Rip Curl e se tornou, de forma definitiva, um surfista profissional.

Dali para frente, a carreira de Gabriel só decolou. Estreou na elite do surfe profissional aos 17 anos, já vencendo etapas na França e nos Estados Unidos. Em 2014, o paulista teve uma temporada muito consistente e, ao ser vice na última disputa (o Billabong Pipe Masters), se sagrou campeão mundial de surfe, sendo o primeiro brasileiro a conseguir esse feito na história.

Além disso, em 2018, Medina foi bicampeão mundial, agora vencendo a última etapa em cima do australiano Julian Wilson. Recentemente, ele se envolveu em uma polêmica, quando foi proibido pelo Comitê Olímpico Brasileira a levar sua esposa, a modelo Yasmin Brunet, como parte do seu staff para Tóquio. No lugar dela, o seu treinador Andy King deve ir para a competição.

Ítalo Ferreira

Ítalo Ferreira
O potiguar Ítalo Ferreira, atual campeão mundial de surfe masculino. | Foto: Kelly Cestari/WSL.

De Baía Formosa, litoral sul do Rio Grande do Norte, Ítalo Ferreira começou sua carreira no surfe atuando em campeonatos juniores, sendo campeão do Quiksilver Pro Rio Junior e do Mormaii Pro Junior em 2011, aos 17 anos. Sua estreia na elite mundial aconteceu em 2015, onde o potiguar terminou na 7ª colocação ao final da temporada, o que rendeu a ele o prêmio de melhor novato do ano, já que superou outros estreantes como o brasileiro Wiggolly Dantas, o havaiano Keanu Asing, o neozelandês Ricardo Christie e o australiano Matt Banting.

Ítalo foi se afirmando no cenário conforme os anos passavam, chegando até o 4º lugar em 2018. Porém, foi no ano seguinte que ele se destacou de vez na competição. O potiguar venceu três etapas (Quiksilver Pro Gold CoastMEO Rip Curl Pro Portugal Billabong Pipe Masters) e se sagrou campeão mundial pela primeira vez na carreira, em cima do compatriota Gabriel Medina. Atualmente, Medina e Ítalo estão na primeira e segunda colocação no circuito mundial, respectivamente. Seus principais adversários serão o havaiano John John Florence e o japonês Kanoa Igarashi.

Tatiana Weston-Webb

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A gaúcha Tatiana Weston-Webb, maior esperança do Brasil no surfe feminino. | Foto: Reprodução/Livre Surf.

Nascida em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, Tatiana Weston-Webb se mudou para o Havaí com apenas duas semanas de vida. Ela começou a surfar com apenas oito anos ao lado de seu irmão mais velho, Troy Weston-Webb. Sua estreia na elite do surfe mundial ocorreu em 2015, quando a gaúcha foi eleita a melhor novata do ano. Sua primeira vitória em uma etapa aconteceu no ano seguinte, quando venceu a Vans US Open of Surfing nos Estados Unidos, derrotando a havaiana Malia Manuel.

A partir de 2018, Tatiana resolveu representar o Brasil nas competições internacionais, deixando para trás o Havaí, onde cresceu e se tornou profissional. Nesta temporada, a gaúcha venceu a 4ª etapa do circuito mundial, a Boost Mobile Margaret River Pro, na Austrália, em cima da surfista Stephanie Gilmore.

Silvana Lima

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A cearense Silvana Lima, a surfista mais experiente da delegação brasileira. | Foto: Reprodução/Inner Sport.

Aos 36 anos, Silvana Lima chega como a surfista mais experiente do Time Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Nascido em Paracuru, no estado do Ceará, ela começou surfando apenas com pedaços de madeira e pranchas emprestadas, até ganhar a sua primeira própria aos 13 anos. Mudou-se para o Rio de Janeiro quatro anos depois, buscando mais oportunidades e competições para se tornar surfista profissional. Sua estreia na elite do surfe aconteceu em 2006, quando a cearense terminou na 9ª colocação.

Silvana foi vice-campeã mundial em 2008 e 2009, sendo derrotada pela australiana Stephanie Gilmore em ambas as vezes. Depois, ela ainda foi 4º lugar em 2010 e 5º em 2011, porém não conseguiu ter o mesmo destaque internacionalmente nos anos seguintes. Em 2019, a cearense acabou a temporada na 12ª colocação, classificando-se para as Olimpíadas de Tóquio. Atualmente, ela está fora do circuito mundial, enquanto Tatiana Weston-Webb se encontra no 4º lugar. As principais adversárias das brasileiras são a própria australiana Stephanie Gilmore e a havaiana Carissa Moore.


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Por Victor Fardin – Fala! PUC-SP

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