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O que é o movimento Antifa? Conheça mais sobre ele e suas origens

O movimento Antifa ganhou forças com a onda de protestos nos Estados Unidos e pessoas que têm ido às ruas ao redor do mundo. No início do mês de junho, uma grande parcela da população publicou fotos e textos nas redes sociais se denominando antifascistas. Porém, muitos desses posts não têm a fundamentação real do que é o movimento Antifa, mesmo que o usuário que se diz antifascista tenha boas intenções e se posicione contra preconceitos. Por isso, é importante saber do que se trata.

A seguir, saiba o que é o movimento Antifa, onde surgiu e qual seu papel na atualidade.

Movimento Antifa
Movimento Antifa. | Foto: Reprodução.

O que é o movimento Antifa?

A palavra “Antifa” vem do alemão antifaschistisch, que significa antifascista, e do nome Antifaschistische Aktion, movimento alemão. É evidente, portanto, que esse tem como ideal expor e combater movimentos racistas, xenófobos e supremacistas brancos.

A Antifa é uma junção de grupos de esquerda que atuam por militâncias em diversos protestos, visando manifestar-se contra identidades de extrema-direita. Com tendência a ser anticapitalista, o movimento costuma englobar anarquistas, comunistas e socialistas.

Na América, o movimento se popularizou a partir de ideologias e pensadores da cidade alemã Weimer. O primeiro grupo considerado como “antifa” foi o Antifaschistische Aktion, formado em 1932, com participação do Partido Comunista Alemão. 

Atualmente, o movimento é composto por grupos autônomos e não possui organização formal. Os ativistas, geralmente, preparam protestos através das mídias sociais, websites e listas de e-mails, alguns militantes tendo construído, ainda, redes pessoais ou usado serviços de mensagens criptografadas. 

O movimento cresceu desde a Eleição presidencial de 2016, nos Estados Unidos, e, apesar de não haver precisão em seus números, estima-se englobar aproximadamente 200 grupos, de tamanhos e níveis de atuação distintos. Os ativistas possuem uma variedade de ideologias, tipicamente esquerdistas que incluem anarquistas, socialistas e comunistas, além de contar com alguns liberais e socialdemocratas. 

Manifestações do movimento Antifa

A ideia de ação direta é central para o movimento antifa, tendo como foco perseguir os antidemocráticos.

Aquele discurso de ódio não é liberdade de expressão. E se você está deixando as pessoas em perigo com o que você diz e as ações que estão por trás disso, então você não tem o direito de dizer o que diz

afirma Scott Crow, organizador da Antifa nos Estados Unidos

O manual presente no site It’s Going Down, observa que lutar fisicamente contra os fascistas é necessário, mas não a parte mais importante. 

Porém, existe, no histórico do movimento, um grande número de protestos que contaram com extrema violência. Juntamente com ativistas Black Blocs, a Antifa protestou contra a eleição de Donald Trump em 2016, e tomaram parte nos protestos de Berkeley, em fevereiro de 2017, contra Milo Yiannopoulos, onde tiveram destaque na mídia por terem jogado coquetéis molotov e quebrado janelas, causando danos de 100 mil dólares.

No começo do mês de junho, o presidente Donald Trump alegou que os culpados pelas manifestações em prol dos direitos das vidas negras, após o assassinato de George Floyd por policiais brancos, teriam sido uma rede de ativistas antifascistas. Trump categorizou, então, o movimento como terrorista, pois esse estaria causando tumultos entre as manifestações. Porém, tal classificação pode vir a causar ainda mais violência por parte desses militantes, por desencadear sentimentos de ofensa e ameaça contra o movimento. 

Por fim, é importante se informar sobre os ideais e ações do movimento Antifa, já que, como visto, esses podem vir a ser violentos e extremos. Por outro lado, dado o cenário atual de luta e manifestação, vemos diversos grupos pacíficos que se posicionam dentro dos ideais considerados antifascistas, o que é um direito contraposto com as alegações de Donald Trump. Portanto, vemos uma discordância na posição do presidente norte-americano e é necessário que haja um questionamento ao que seria “terrorista” e o que luta contra o que Trump não concorda.

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Por Maria de Toledo Leite – Fala! Cásper

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