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Quais os riscos da nova variante da COVID-19?

Uma nova variante da Ômicron, uma das variantes da COVID-19, foi descoberta no estado do Amazonas por pesquisadores da Rede Genômica, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A nova variante foi chamada de BE.9 e é uma mutação da subvariante da BA.5.

As informações foram divulgadas neste sábado (12) pela Rede Genômica e pode ser responsável pelo aumento dos números de casos de COVID-19 no Amazonas.

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Veja o que já se sabe sobre a nova variante da COVID-19. | Foto: Montagem/ Unsplash

Estudo da nova variante da COVID-19 no Amazonas

Tiago Gräf, pesquisador da Rede Genômica, explicou que os estudos começaram após um aumento de casos no estado. Segundo o cientista, os casos começaram a subir na metade de outubro e a média móvel, que estava na faixa de 230 casos por dia, subiu para 1 mil.

O estudo foi feito a partir da sequenciação de mais de 200 genomas do vírus causador da COVID-19. Além de ser uma evolução da linhagem BA.5.3.1, uma sublinhagem da BA.5, a nova variante também tem algumas mutações semelhantes a última, a BQ.1.

“O que nos deixou mais intrigados com a nova variante é que ela apresenta as mutações K444T e N460K na Spike, exatamente como a B.Q.1.1. A BE.9 ainda tem uma deleção na Spike, na posição Y144”, explicou Gräf. “A BQ.1.1 descende da BE.1, que descende também da BA.5.3.1. Então, de forma independente e em lugares diferentes do mundo, a BA.5.3.1 gerou linhagens com as mesmas mutações na Spike. Em evolução chamamos isso de convergência”, completou.

Gräf ainda explicou que: “No cenário brasileiro da COVID-19, o estado do Amazonas tem agido como um local de sentinela de monitoramento. O que ocorre no estado (Amazonas) tende a se repetir em outras regiões e pode estar acontecendo novamente”.

O material analisado por Gräf foi descoberto pela equipe do virologista Felipe Navega. O virologista destaca a facilidade de se detectar novas variantes do vírus no estado do Amazonas. “Como fazemos a vigilância em um percentual grande de casos, trabalhando em parceria com a Fundação de Vigilância em Saúde do estado e o Lacen/AM, conseguimos fazer essas identificações de maneira precoce e explicar como se deu o surgimento das variantes”.

Apesar do aumento de casos, o pesquisador explica que as mortes por COVID-19 não parecem estar aumentando significativamente com a nova variante. “A onda causada pela BE.9 é menor que a da BA.5 e muito menor que BA.1. E o mesmo se observa para as hospitalizações por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave). No Amazonas a onda da BE.9 parece já ter atingido seu auge e deve começar a diminuir em breve”, disse Gräf.

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Por Giovana Rodrigues – Redação Fala!

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