A demissão de Luiz Henrique Mandetta no cargo de ministro da Saúde ocorreu nessa quinta-feira (16), como o resultado dos conflitos com relação ao presidente Jair Bolsonaro, por defender medidas diferentes diante da pandemia do coronavírus.
O ex-ministro apresentava o desejo de revigorar o Sistema Único de Saúde (SUS) em busca do combate ao Covid-19 e o evitar da superlotação nos hospitais brasileiros, além de apoiar o isolamento horizontal. Esse tipo de isolamento um dos fatores de discordância com o presidente da República, que defende um outro tipo de distanciamento.
Entenda os tipos de isolamentos:
- Isolamento Horizontal: Consiste no isolamento de todos os cidadãos, sem qualquer restrição de grupos.
- Isolamento Vertical: Apresenta-se como o isolamento de determinados grupos da sociedade, nesse caso, os grupos de risco, como pessoas idosas e com doenças cardiovasculares e diabéticos.
Somado a isso, a ação do presidente, ao se reunir com médicos para o questionamento da “cloroquina” como solução para o novo coronavírus, mas sem a presença do ministro, foi umas das ações das quais inflamou a relação.
Além disso, Bolsonaro também apresentou um posicionamento aparentemente ofendido ao declarar que nenhum dos ministros dos quais trabalham em seu governo são indemissíveis, se referindo basicamente ao Mandetta pelo grande apoio que tinha conquistado.
Diante de tantas contraposições, a demissão de Mandetta já estava sendo prevista no campo político, a afirmação do presidente no pronunciamento, logo após a saída (16), foi definido por um “divórcio consensual” em que a saúde brasileira é a preocupação máxima para ambos.
Ademais, Bolsonaro destacou o desemprego como uma das problemáticas que não devem ser relevadas, principalmente aos mais necessitados economicamente que ele diz “essas [pessoas] não podem ficar em casa muito tempo, então não é aquilo que gostaria de fazer, é aquilo que pode ser feito”, afirmando sua visão vertical nesse momento de pandemia.
Ao final de seu posicionamento, o presidente traz o oncologista, Nelson Teich, como o novo ministro da Saúde que não definiu com clareza a opinião sobre os tipos de isolamento necessários no cenário atual e compreende a importância da pesquisa científica sobre a Covid-19 para o maior conhecimento da problemática calamidade enfrentada mundialmente.
Nessa perspectiva, a fala do médico vai de acordo com a visão do presidente sobre a saúde e a economia, que as áreas não podem trabalhar com paralelismo, e sim, uma integração, além de concluir seu discurso ao afirmar que “existe um alinhamento completo entre mim, o presidente e todo grupo do ministério”, apresentando assim uma transição rápida no Ministério da Saúde.
_____________________________________
Por Amanda Marques – Fala! UFPE