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Marte: Confira cinco curiosidades sobre o planeta

O planeta Marte é algo fascinante e desde sempre tem seu prestígio dentro das rodas de discussões intelectuais sobre os mistérios do universo. Marte é um deus para a Mitologia Romana, filho de Júpiter e Juno, é aquele que se equivale a Ares na Mitologia Grega; ou seja, não é contemporâneo o interesse humano no nosso planeta vizinho.

Por ser o planeta mais próximo em características físicas e por ser um dos possíveis planetas que poderíamos fazer o processo de “terraformação”, Marte hoje tem papel de destaque em núcleos de estudos para a exploração espacial – inúmeras missões de exploração são esperadas para os próximos anos, entre elas, a mais esperada é a chegada da missão Perseverance, que foi lançada no dia 30 de julho de 2020, no cabo Canaveral, na Flórida.

O envio dessa missão não tripulada contará com o veículo ‘Perseverance’, da Nasa, e será a missão com o maior número de câmeras da história – caso tudo ocorra conforme o previsto, será possível verificar todo o processo de chegada do veículo em Marte, no dia 18 de fevereiro (data esperada para a chegada da missão), contando com a possibilidade de escutar tudo no processo de chegada.

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Planeta Marte. | Foto: Reprodução/NASA/Sonda Curiosity.

Marte: a esfera vermelha

O planeta vermelho tem uma distância de 1,5 U.A. do Sol, é o quarto planeta mais distante do Astro Rei e está situado entre o planeta Terra e o cinturão de asteroides, que separa os planetas Gasosos (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) e os planetas rochosos (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte).

A sua coloração mais próxima do vermelho é causada pela presença de óxido de ferro em sua superfície; por causa da sua posição no céu terrestre, o mesmo é possível de ser localizado mesmo com a vista desarmada em diversos locais ao redor do globo.

Viver em Marte

Para aqueles mais ambiciosos que esperam habitar o planeta vermelho, podem preparar os casacos, afinal, Marte é um planeta extremamente frio; a média de temperatura é na casa dos -60ºC, a máxima fica em, aproximadamente, 27ºC, podendo chegar em até -140ºC durante os períodos noturnos.

Os dias em Marte duram em média de 24 horas e 37 minutos e o ano tem duração de 687 dias terrestres. Marte conta com dois satélites naturais, são eles: Fobos e Deimos.

Atmosfera marciana

A atmosfera do nosso planeta vizinho é composta essencialmente de dióxido de carbono (95%), Azoto (2,7%), Árgon (1,6%), Oxigênio (0,13%) e outros compostos. O ar de Marte contém apenas 1/1000 da água que contém em nosso ar, mas, independentemente da quantidade, as porções de água podem tranquilamente condensar e formar grandes nuvens que flutuam em uma grande altitude.

A ideia que temos, baseada nos estudos dos dados do satélite MAVEN (Atmosfera e Evolução Volátil de Marte), foi de que a atmosfera marciana foi varrida de maneira quase que completa por ventos solares; esses ventos solares são partículas que o sol emite o tempo todo e são carregadas por prótons e elétrons, são capazes de dizimar a atmosfera de um planeta.

Temos por base dos estudos publicados pela NASA, de que a atmosfera de Marte era como a da Terra há cerca de 3,8 bilhões de anos; era densa e continha água liquida, em forma de lagos, rios e oceanos, como na Terra; isso poderia até mesmo permitir a proliferação de vida marciana. Mas como já foi explicado sobre a situação dos raios solares, quando começou a diminuir sua pressão atmosférica, logo, obteve a diminuição do ponto de ebulição no planeta, com a água evaporando na casa dos 10C.

Marte consegue água praticamente apenas no estado sólido ou gasoso, por causa das baixas temperaturas do planeta; como a atmosfera não é densa, não há como o planeta manter a temperatura equilibrada e, por consequência, sofre com o frio extremo.

Terraformação de Marte

Desde o primeiro voo tripulado pela humanidade em um balão de ar quente, em 1783, até o primeiro homem pisar na lua, em 1969, passaram-se pouco mais de 180 anos. Logo, para que a humanidade chegue em Marte, pouco tempo custará.

Desde que se descobriu a possibilidade de irmos para outro planeta, os estudiosos não cansam de buscar alternativas para a chegada no planeta irmão. Marte é o que os humanos necessitam ao fim dos recursos terrestres ou até mesmo para segunda opção, para casos mais extremos. Então, como já foi apresentado no texto acima, Marte não é o ambiente mais hospitaleiro para a vida humana como se passam nos filmes de ficção – logo, temos um grande trabalho para fazer com que lá se torne uma extensão daquilo que chamamos de casa.

As mudanças mais necessárias vão sempre se falar em questões relacionadas à água e temperatura. Alternativas como a colocação de espelhos ao redor do planeta para ter, assim, maior recebimento dos raios solares e o aumento da temperatura do planeta, são hipóteses cogitadas. Outra hipótese é a do derretimento dos gelos em solo marciano, isso resultaria na liberação de maiores gases de dióxido de carbono na atmosfera, que é algo que Marte necessita.

Aos mais antenados, pode-se até ter escutado ou lido sobre a ideia de Elon Musk, que seria a de explodir bombas nucleares no planeta para derreter a água presente nas calotas polares e aumentar a emissão de CO2 na atmosfera – essa ideia é um tanto quanto perigosa. Mas não é só porque algo é complexo, que não dará para ser realizado, afinal, desde sempre, os humanos conseguem realizar atividades que, para seus antepassados, eram consideradas algo “impossível”.

A terraformação de Marte deverá ter início nas próximas décadas, viagens tripuladas devem ser feitas pelas agências espaciais para que possamos, ao primeiro passo, estabelecer colônias no planeta vermelho e, por seguinte, conseguir mudar o habitat para que seja sustentável para nós, seres humanos.

Campo magnético

A Terra é o terceiro planeta na linha de distância do Sol, via de regra, sofre com maior incidência com os raios solares, por estar uma distância mais curta em relação a Marte; mas o porquê a Terra não tem a sua atmosfera dizimada com os raios solares? A resposta está no campo magnético. O campo magnético terrestre está de maneira ativa e presente em quase todas as estâncias que proporcionam a vida na Terra; afinal, como já foi visto, sem uma atmosfera densa, a vida biológica ficaria inviável no planeta.

Diferente da Terra, Marte não tem um campo magnético global que possa defendê-lo dos raios emitentes do Astro Rei. Novamente, baseando-se nos estudos da sonda MAVEN, a equipe que trabalha com os dados recebidos, conseguiu estipular um formato do campo magnético marciano. Esse campo magnético se resume em alguns pontos de magnetismo induzidos localmente, porém, esses campos são ineficazes quando se diz na formação de uma atmosfera densa e útil para manter uma possibilidade de vida no planeta.

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O planeta não tem um campo magnético global que possa defendê-lo dos raios solares. | Foto: NASA/MAVEN.

Tendo como base, podemos voltar um pouco acima no assunto de terraformação do planeta vermelho. Caso fosse possível a criação de um campo eletromagnético ao entorno de Marte, haveria, assim, a possibilidade do redirecionamento dos ventos solares recebidos e, por fim, uma melhor manutenção da atmosfera marciana.

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Por Luiz Eduardo Alcântara de Paula Souza – Fala! UFPR

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