“Os manicômios não foram construídos com o objetivo de tratar, mas sim, de excluir aqueles que não se encaixavam no que se pensava em ser um cidadão normal.”- Psiquiatra Marco Aurélio”
Os hospitais psiquiátricos surgiram com o objetivo de tratar as pessoas que sofriam com doenças mentais, esses locais, no entanto, apenas afastaram esses cidadãos de sua sociedade, retirando sua liberdade e seus direitos. Além disso, eram conhecidos por tratamentos cruéis, que muitas vezes levavam os internos à morte. Com o passar dos anos, contudo, a medicina foi avançando, assim como os direitos humanos, e essas instituições foram abandonadas.
A seguir, saiba qual a origem dos manicômios, seu impacto na sociedade e qual foi o fim dessas instituições de saúde mental.
Como surgiram os manicômios?
A humanidade convive com a loucura há séculos e antes de se tornar um tema médico, o louco habitou em diversas formas, sendo alvo de chacotas, sendo chamado de possuído pelo demônio e marginalizado por não se enquadrar nos preceitos morais vigentes. Assim, o louco era tido como um enigma para a sociedade e ameaçava os saberes constituídos pelo homem. Na Grécia Antiga, a loucura era vista como uma manifestação divina e as palavras do louco eram importantes para o saber e podiam até interferir no destino das pessoas.
O filósofo francês Michel Foucault explica a história da loucura em seu livro, dizendo que para estudar a loucura era necessário fazer uma retrospectiva da história e entender como era feito esse processo de exclusão social. Segundo Foucault, a história da loucura na idade clássica tem origem na cultura árabe, datando o primeiro hospício conhecido do século VII.
O termo manicômio surgiu a partir do século XIX, com a função de dar um atendimento médico sistemático e especializado para os doentes mentais e retirá-los do convívio com outras pessoas e assim colocá-los em um lugar específico, dando uma atenção médica e especializada.
Os manicômios eram espécies de depósitos humanos, em que as pessoas ficavam em condições sub-humanas, sem nenhum respeito aos direitos humanos, sem nenhuma liberdade para poder questionar e mudar. Foi por muito tempo a única opção terapêutica e de cuidado com as pessoas que estavam em sofrimento psiquiátrico grave.
No século XVII os manicômios proliferam e abrigam os doentes mentais junto com marginalizados de outras espécies. O tratamento que essas pessoas recebiam nas instituições costumava ser desumano e muito precário.
A reforma psiquiátrica aconteceu em 2001, em que ocorreu o fechamento gradual de manicômios e hospícios que proliferavam país afora. A Lei Antimanicomial, que promoveu a reforma, tem como diretriz principal a internação do paciente somente se o tratamento fora do hospital se mostrar ineficaz.
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Por Lívia Ferreira de Almeida – Fala! Mack