Há rumores de que o ditador norte-coreano Kim Jong-un esteja gravemente doente após uma cirurgia cardíaca. Dizem que sua irmã Kim Yo Jong seria a sua herdeira aparente. Se os EUA querem acabar com a dinastia norte-coreana, este é o melhor momento.
Até o momento da redação deste artigo, circulam rumores em todo o mundo de que o ditador norte-coreano esteja morto após uma cirurgia cardíaca. Relatórios da inteligência afirmam que ele foi deslocado para a costa, longe de Pyongyang, capital da Coreia do Norte. Não há dúvida de que o Estado norte-coreano está fazendo planos de sucessão, com a irmã mais nova do atual governante, Kim Yo Jong, considerada herdeira do irmão.
E a menos que ela seja muito diferente de Kim, os Estados Unidos já deveriam estudar como podem fazer para afastá-la, inclusive com a ajuda do governo chinês.
Kim Jong-un, o chamado líder supremo da Coreia do Norte , é um monarca hereditário, filho do ditador Kim Jong Il e neto de Kim Il Sung, fundador do atual governo autoritário norte-coreano. A Coreia do Norte , hoje um dos países mais fechados do mundo, estaria melhor sem outra geração de Kims no comando. E aliás, o mundo todo também. Um regime totalitário que pratica culto à personalidade munido de armas nucleares, como acontece hoje na Coreia do Norte, é um perigo único no mundo.
A Coreia do Norte é uma força desestabilizadora no leste da Ásia desde o seu nascimento. É pobre e atrasada, mas dona de armas nucleares, que foram obtidas com a assistência da União Soviética e do Paquistão. Existem poucas regras rígidas na política internacional de hoje, mas uma delas é que todo mundo presta atenção às pessoas que controlam armas nucleares.
Os EUA podem ser protagonistas da abertura da Coreia do Norte
A morte de Kim Jong Un representaria uma rara oportunidade de combater a ditadura norte coreana para os Estados Unidos, seus aliados na Coreia do Sul e Japão, e também uma outra grande parte interessada: a China.
Ninguém quer ver uma crise de refugiados na Coreia do Norte ou um conflito armado dentro do país. Como então enfrentar aquele governo? Se os EUA injetar alguns bilhões de dólares na ajuda de transição, oferecidos já com o pleno conhecimento de que grande parte dela seria desviada pela corrupção em Pyongyang, teria ali um investimento valioso que poderia ser aproveitado para abrir um pouco a Coreia do Norte – o suficiente para empurrar a dinastia dos Kims e substitui-los por algo mais próximo de um governo normal.
Claro que seria uma tremenda vitória humana se a Coreia do Norte surgisse como uma república constitucional democrática moderna. Mas isso provavelmente é uma ilusão, um sonho de ocidentais, como foi no Iraque e no Afeganistão. O que é mais necessário é uma Coreia do Norte que esteja razoavelmente envolvida com o mundo exterior, aberta ao desenvolvimento econômico e que não seja propensa a se envolver em chantagem nuclear contra seus vizinhos.
Aproveitar ao máximo uma oportunidade apresentada pela morte de Kim Jong Un exigiria um esforço conjunto enorme e habilmente gerenciado entre Estados Unidos, Coreia do Sul, Japão e China. Não estamos falando de invasão ou ameaça de invasão, mas de um verdadeiro tour de force, uma imensa amostra de força diplomática e possibilidades econômicas, e tudo muito rápido. Aquele abraço fraterno de Donald Trump com o ditador norte-coreano pode até ser de alguma utilidade, afinal das contas.
Embora Pequim tenha laços mais estreitos com o regime e provavelmente possua mais inteligência sobre o país, os Estados Unidos estão em uma posição melhor para tratar as negociações com liderança genuína e até um certo otimismo, enquanto a China faz o papel de bad cop. Aliás, se o coronavírus derreteu o prestígio internacional da China, exercer um papel importante na abertura da Coreia do Norte pode ser o primeiro passo para recuperar a reputação do governo chinês.
A Coreia do Norte é o lar de 25 milhões de pessoas que hoje passam fome pela ditadura nacionalista-socialista sob a qual o país é governado. Se os Estados Unidos puderem fazer algo para ajudar esses milhões de almas humanas a uma vida melhor e mais decente, deveriam fazê-lo. Quanto ao Brasil… só nos resta assistir e torcer.