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Covid-19: OMS e pesquisadores criticam a imunidade de rebanho

Em uma carta publicada no jornal The Lancet e pela OMS, pesquisadores e médicos protestam contra a ideia de induzir populações a uma imunidade coletiva para lutar contra o Covid-19 e evitar as medidas de restrição como o confinamento

Covid-19
Covid-19: Pesquisadores afirmam que conceito de imunidade coletiva é perigosa. FOTO: Revista Galileu.

De acordo com médicos e pesquisadores, a imunidade de rebanho não é razoavelmente possível. Mais de um milhão de pessoas pelo mundo perderam a vida devido à uma infecção do coronavírus desde metade de dezembro do ano passado. A Europa e diversos países do mundo veem seus números de casos subir para uma segunda onda e tentam, por bem ou por mal, contê-la ao esperar pela primeira vacina daqui a alguns meses.

O conceito de imunidade coletiva, evocada pela primeira vez em meados de março, ganha novamente a atenção do mundo científico e as autoridades de saúde estão desconfiadas.

Esta semana, o New York Times relatou que os Estados Unidos testam abertamente essa ideia. É ideia do governo americano deixar a maioria da população, pessoas consideravelmente vulneráveis, ser infectada a fim de se imunizar, de modo que as medidas de isolamento e distanciamento sejam diminuídas.

No entanto, diversos médicos e pesquisadores assinaram o John Snow Memorandum, publicado na The Lancet, que denuncia o perigo de uma estratégia como essa.

De acordo com os cientistas e sociólogos que assinam a carta, o conceito de imunidade coletiva é uma ilusão perigosa, infundada na visão científica. Eles afirmam que uma estratégia de gestão pandêmica se baseando em uma preferência para a infecção forçada é um erro. Convidar a contaminação entre pessoas mais jovens, julgadas menos frágeis, arrisca o crescimento da mortalidade da população. Além disso, parasitaria os serviços de saúde e prejudicaria gravemente a força de trabalho na qual a economia se baseia.

“Não há evidências de imunidade protetora permanente contra o Covid-19”, completaram. Os fatos encorajam, entre a comunidade científica, apenas uma solução: controlar e conter contaminações até que tratamentos e vacinas eficazes estejam disponíveis nos meses que virão.

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Por Domitilla Mariotti – Redação Fala

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