Na última sexta-feira (26), a Organização Mundial da Saúde (OMS) falou sobre a nova variante da Covid-19, que caracterizou como “variante de preocupação”. O primeiro caso da cepa B 1.1. 529 foi identificado em Botsuana, país vizinho à África do Sul, no mês de novembro.
A variante recebeu o nome de Ômicron, que representa a letra “o” do alfabeto. A OMS utiliza as letras do alfabeto grego para nomear as variantes do coronavírus. Ainda existem poucas informações comprovadas sobre seu perigo, mas especialistas unem esforços para decodificar o genoma da variante o mais rápido possível. Entenda tudo o que já se sabe sobre a Ômicron.
Lugares em que a variante da Covid-19 já foi identificada
A nova variante do novo coronavírus, até onde se sabe, já foi identificada em países vizinhos à Botsuana, são eles: África do Sul, Lesoto, Namíbia, Zimbábue e Eswatini. Além disso, casos já foram detectados na China, Israel, Bélgica, Alemanha, Austrália, Itália, Reino Unido e República Tcheca. Por enquanto, os países localizados fora do continente africano registraram casos isolados.
Aqui no Brasil, um brasileiro que chegou de uma viagem da África do Sul testou positivo para a Covid-19. A Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – anunciou o ocorrido na tarde de ontem, domingo (28), mas não se sabe se o passageiro foi contaminado pela variante Ômicron.
A Ômicron é uma variante mais perigosa?
A OMS alertou que ainda não há estudos suficientes para afirmar com propriedade sobre as características da nova variante. No entanto, já existem esforços científicos acelerados para estudar as amostras e, nos casos analisados, descobriu-se que a Ômicron é portadora de dezenas de mutações genéticas que podem representar um perigo para as taxas de contágio e letalidade da doença.
Um grupo de estudantes da África do Sul está se empenhando em decodificar o genoma desta e de outras variantes do coronavírus. Apesar de ser uma descoberta recente, esta já é considerada a variante com maior número de mutações, por enquanto, com 50 mutações.
Em entrevista de imprensa, o professor Túlio de Oliveira, diretor do Centro para Resposta Epidêmica e Inovação, na África do Sul, afirmou que a variante possui “uma constelação incomum de mutações”, uma vez que já foram detectadas 50 mutações, sendo mais de 30 na proteína spike, meio pelo qual o vírus usa para entrar nas células dos indivíduos. “Esta variante nos surpreendeu, ela deu um grande salto na evolução e (traz) muito mais mutações do que esperávamos”, revelou Túlio de Oliveira.
A OMS incluiu a nova variante na categoria VOC (Variante de Preocupação), assim como foram enquadradas as variantes Delta e Gama. Além da capacidade de mutação da Ômicron, especialistas se preocupam com a incidência da variante em países mais vulneráveis. Vale lembrar que países do continente africano, onde surgiu a variante, possuem baixos índices de vacinação contra a Covid-19. Além disso, ainda não se sabe se as vacinas são capazes de promover uma imunização eficaz contra o Ômicron. Assim, a variante é uma preocupação global.
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Por Giovana Rodrigues – Redação Fala!