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Confira quais são as 5 doenças mais mortais da história

Diante da pandemia do novo coronavírus, o mundo vive hoje um período de incertezas e de isolamento. A doença se espalhou rapidamente e os números de contaminados aumentam a cada dia. Porém, uma coisa é certa: não é a primeira vez que uma doença de tal proporção atinge a humanidade.

Existem diversos registros históricos que comprovam a existência de outras doenças em muitas épocas anteriores. Assim, muitos dos surtos foram controlados ou até mesmo superados através de medidas para conter a contaminação das pessoas e por conta das descobertas de tratamentos e vacinas. 

peste negra
A peste negra foi uma doença que matou mais de 50 milhões de pessoas. | Foto: Reprodução.

5 doenças mais mortais da história:

Peste negra

Também conhecida como peste bubônica, a doença assolou a Europa e a Ásia durante o século XIV, matando mais de 50 milhões de pessoas, e ainda contribuiu para a crise da Baixa Idade Média.

Teve origem no continente asiático e chegou à Europa através das caravanas de comércio. Por conta das precárias condições de higiene e habitação, a doença propagou-se rapidamente. 

É associada à bactéria Yersinia pestis, comum em roedores, transmitida para os seres humanos pela pulga dos animais contaminados. Em um estágio mais avançado, começou a se propagar por via aérea.

A peste foi denominada “negra” por conta das manchas escuras na pele da pessoa contaminada, seguidas de inchaços – também conhecidos como “bubões” – em regiões de gânglios do sistema linfático, como virilha e axilas.

A morte era dolorosa e terrível, além de rápida, pois variava de dois a cinco dias após a infecção. Ela foi sendo combatida à medida que melhorou a higiene e o saneamento das cidades, diminuindo a população de ratos urbanos. 

Cólera

No século XIX, matou centenas de milhares em sua primeira epidemia global. A 7ª pandemia de cólera teve início na Indonésia, em 1961, e atingiu o Brasil, em 1991, pela fronteira do Amazonas com o Peru. Desde então, o agente sofre mutações e ainda causa vítimas no mundo. No Iêmen, em 2019, mais de 40 mil pessoas morreram devido à enfermidade.

Causada pela bactéria Vibrio cholerae, o chamado vibrião colérico, a doença é caraterizada como infecciosa intestinal aguda. É transmitida por meio de água ou alimentos contaminados, pelos quais a bactéria é ingerida e se multiplica no intestino, eliminando uma toxina que provoca vômito e diarreias intensas, levando, inclusive, à desidratação. 

Quando não tratada rapidamente e da forma correta, pode evoluir para quadros mais graves e causar a morte. Por isso, o tratamento deve ser iniciado o mais breve possível e é feito à base de antibióticos e da reidratação dos contaminados.

Segundo o Ministério da Saúde, a vacina que existe, atualmente, é indicada apenas para populações de áreas com cólera endêmica, populações em situação de crise humanitária com alto risco para cólera ou durante surtos.

Gripe espanhola

Esta pandemia aconteceu entre 1918 e 1919, matando cerca de 50 milhões de pessoas. Não se sabe o local de origem, mas os primeiros casos foram registrados nos Estados Unidos, espalhando-se, principalmente, por conta da Primeira Guerra Mundial. No Brasil, chegou em 1918 e matou cerca de 35 mil brasileiros, dentre estes o presidente Rodrigues Alves.

Associada a uma mutação do vírus influenza, a doença tinha sintomas como dores de cabeça e no corpo, calafrios e acometia o sistema respiratório, inchando os pulmões. A contaminação era pelo ar, com grande capacidade de contágio. O uso de máscaras foi comum em alguns locais dos Estados Unidos, como forma de diminuir o contágio. 

Assim como o que vem ocorrendo com a Covid-19, a doença se alastrou rapidamente e muitos sistemas de saúde entraram em colapso, forçando medidas emergenciais, como hospitais improvisados e isolamento social. Os médicos ainda não tinham um tratamento eficaz e muitos buscavam formas de aliviar o sofrimento dos doentes.  

Atualmente, sabe-se que o vírus está em constate mutação e já são desenvolvidas vacinas antigripais que previnem as formas já conhecidas da doença. 

Varíola

A doença assolou a humanidade por mais de 3 mil anos e matou cerca de 300 milhões de pessoas. Até mesmo grandes nomes da história foram infectados, como o faraó egípcio Ramsés II, a rainha Maria II, da Inglaterra, e o rei Luís XV, da França.

O vírus Orthopoxvírus variolae era transmitido por meio das vias respiratórias, portanto, com alta taxa de contágio. Os sintomas eram febre, seguida de erupções na garganta, na boca e no rosto. 

A vacina foi descoberta em 1796 e, felizmente, a doença foi erradicada do planeta em 1980, após campanha de vacinação em massa.

Tuberculose

O surto da doença durou 100 anos, de 1850 a 1950, e matou cerca de um bilhão de pessoas. O combate em massa ocorreu em 1882, depois da identificação do agente causador da tuberculose. 

É causada por uma bactéria (Mycobacterium tuberculosis), o Bacilo de Koch. Considerada altamente contagiosa, pois transmite-se facilmente através das vias respiratórias. Atacando os pulmões, a doença tem sintomas como crises de tosse aguda, com sangue e pus. O tratamento eficaz só se deu após a descoberta da penicilina em 1928, por Alexander Fleming. 

Apesar da doença ser considerada controlada, ainda afeta as regiões mais pobres do planeta, inclusive, como doença oportunista em pacientes com Aids. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é a doença infecciosa que mais mata no mundo.  

Bônus

Gripe suína (H1N1)

Identificada pela primeira vez em porcos, no México, em 2009. Espalhou-se rapidamente, matando cerca de 18 mil pessoas pelo mundo. A Organização Mundial da Saúde a considerou como uma pandemia de julho de 2009 a agosto de 2010. 

É causada pelo vírus H1N1, um subtipo do vírus Influenza do tipo A. Sua transmissão se dá pelo contato direto com os animais ou com objetos contaminados e através do contato com pessoas doentes, por via aérea, como secreções das vias respiratórias e saliva. Os sintomas são muito parecidos com o vírus da gripe comum, sendo febre, tosse, dor de garganta, calafrio e dores no corpo. 

A doença perdeu força por conta do uso de medicamentos e com o uso da vacina descoberta no tratamento. Recentemente,o novo coronavírus superou, em dois meses, o número de mortes por H1N1 em 2009, no Brasil.

Aids

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, ou simplesmente Aids, foi identificada em 1981, nos Estados Unidos. Desde então, foi considerada uma epidemia pela Organização Mundial de Saúde. Estima-seque mais de 20 milhões de pessoas morreram por complicações da doença, incluindo grandes ídolos mundiais como os cantores Renato Russo, Cazuza e Freddie Mercury e a atriz Cláudia Magno.

É causada pelo vírus HIV, transmitido através do sangue, do esperma, da secreção vaginal e do leite materno. A condição destrói o sistema imunológico, deixando o organismo frágil e vulnerável a doenças oportunistas causadas por outros vírus, bactérias, parasitas e células cancerígenas. 

Sabe-se que a prevenção da doença é feita através do uso da camisinha nas relações sexuais. Até hoje, nenhuma cura para a doença foi encontrada, mas os portadores são tratados com substâncias para inibir a multiplicação do vírus no organismo. 

Além das epidemias aqui citadas, muitas outras doenças marcaram a história, desde a Praga de Atenas, ocorrida pela primeira vez em 430 a.C, e passando por variadas mutações do vírus da gripe. Ainda podem ser citadas outras doenças mais recentes e existentes até hoje como sarampo, febre amarela e Ebola.

De certa forma, todas as pandemias alteraram sociedades e, ao final, foram controladas. Por isso, é necessário seguir as recomendações dadas pelas autoridades da saúde e evitar que o novo coronavírus se propague cada vez mais, possibilitando que uma forma eficaz de conter a doença seja encontrada.  

Fontes: Revistas Superinteressante, Saúde Abril e Galileu, site História do Mundo, portal oficial do Ministério da Saúde, Jornal O Estadão e site do Dr. Drauzio Varella.

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Por Karina Almeida – Fala! Cásper

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