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Como a inteligência artificial influencia na educação

Para algumas pessoas, falar sobre a inteligência artificial (IA) parece coisa do cinema ou das obras literárias. O que elas não sabem é que a tecnologia já tornou isso realidade em diversos setores, desde a indústria até a educação.

A inteligência artificial é, a princípio, um tipo de raciocínio 100% realizado por computação, automatizando ações que humanos levariam meses ou anos para concluir. Dois exemplos práticos sobre como a inteligência artificial atua, hoje, na vida das pessoas e elas não percebem são:

  • Estudos realizados por computadores conseguiram constatar e diagnosticar, a partir de milhares de imagens, pacientes que estariam no estágio inicial de câncer de pele;
  • Inteligência artificial atua para identificar padrão de comportamento de candidatos e encaminhá-los para vagas de acordo com a necessidade de uma empresa.

Estes acima são dois exemplos, mas a IA está muito mais presente em nossa vida e de milhares de estudantes. Vamos aprofundar o assunto!

inteligência artificial
A inteligência artificial pode auxiliar em vários aspectos, inclusive na educação. | Foto: Pexels.

Como a inteligência artificial é aplicada na educação?

Um professor, em uma turma de 30 alunos, dificilmente conseguirá dar a atenção devida para cada estudante, de forma individual, apoiando aqueles que têm maior dificuldade em um determinado tema. Seja durante as aulas ou mesmo após a realização de provas.

A inteligência artificial, após diagnosticar um padrão de comportamento, cruzando informações de outras turmas, pode propor pequenas mudanças no plano de ensino para que todos os estudantes alcancem o mesmo nível. Seja por reposição de aula, reforço ou mesmo orientação para que o aluno estude determinado tema com mais atenção.

Mais ainda, a IA pode elaborar milhares de provas, com temas e ordens alternados, em questão de segundos, o que é impensável para um humano. Não apenas a produção, mas a correção e possíveis diagnósticos sobre o nível de compreensão de determinados estudantes para cada assunto trabalhado.

Por meio de softwares, é possível contar uma mesma história sobre diversas linguagens, adaptando o conteúdo para cada estudante, levando o conhecimento a todos. Além disso, dúvidas que acontecem em aula e que, em algumas situações, os professores não conseguem responder, podem ser checadas e informadas em questão de minutos, tornando o aprendizado muito mais dinâmico.

Outro ganho da tecnologia, atrelada à inteligência artificial, é a adaptação por meio de realidade aumentada para que estudantes possam ver acontecimentos históricos, fórmulas e elementos de forma clara, vivenciando tudo aquilo que aprendem. Dentro de todo este contexto de informação que é levada ao aluno, o professor hoje não tem capacidade de avaliar quanto aquilo foi absorvido, de forma prática e eficiente. A máquina pode e faz isso muito bem.

Ou seja, após a introdução de um determinado tema ou conclusão de uma aula, o sistema pode fazer uma breve avaliação do aluno para entender como aquilo foi compreendido, pontos de melhoria e até a possibilidade de aprofundar mais o conteúdo. Tudo isso permitirá, ao final de cada bimestre ou semestre, a realização de exames mais completos e dinâmicos, eliminando a possibilidade de cola, já que cada prova é aplicada de forma individual.

A inteligência artificial no ensino superior

Tudo parte do estudo comportamental e levantamento de dados para que a máquina passe a pensar para apresentar suas próprias conclusões. Com base neste contexto, a IA é muito útil para preparar estudantes para o mercado de trabalho e para exames, como é o caso da Ordem dos Advogados.

A gente já consegue verificar, por exemplo, para conjuntos de milhares de alunos, abordagens de ensino que têm maior potencial de auxiliar a aprendizagem e, assim, apoiar o professor na tomada de decisão pedagógica.

Explica o professor Seiji Isotani, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP/São Carlos.

No tradicional modelo educacional, um mesmo conteúdo é passado para milhares de estudantes, sem levar em conta aspectos individuais. Cada um reage e aprende melhor por um determinado suporte. Alguns preferem as aulas práticas, outros adoram livros, alguns conseguem captar o conteúdo de forma mais rápida, outros dependem de uma segunda revisão.

Logo, a inteligência artificial apoia o professor para que ele consiga extrair o máximo da sua turma, respeitando as necessidades individuais. Além de apoiar os alunos, a inteligência artificial ajuda educadores e instituições a avaliar padrões, a diagnosticar necessidades de forma antecipada e a receber feedbacks sobre tudo aquilo que é transmitido.

Pode ainda, por meio de uma parceria que envolva atuais e ex-alunos, buscar informações profissionais para entender possíveis áreas e carreiras que foram melhor sucedidas, apoiando os novos estudantes em suas futuras escolhas profissionais. E, por meio desta análise, propor novos cursos e treinamentos para aproximar as universidades e o mercado de trabalho.

Vale sempre reforçar que a inteligência artificial é a base que ajudará professores em suas atividades e os estudantes no aprendizado, mas não poderá, jamais, substituir a figura humana e nem as interações sociais que são tão importantes quanto o conhecimento cognitivo na educação.

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Por Mayk Souza – Fala! Anhembi

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