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Cadija Mané: Ser Mulher na Guiné-Bissau no século XXI

Cadija Mané é nascida em Guiné-Bissau, mas deixou o país ainda na infância, aos 7 anos. Aos 26, voltou ao lugar de origem e afirma: “ser Mulher na Guiné-Bissau tem sido a mais desafiante aventura da minha vida”.

Durante os anos fora, ela e os irmãos nunca tinham ido ao país de origem nem para passar férias. Por isso, a volta foi um grande desafio. “Era o meu país por causa dos meus pais, dos imensos tios, tias, primos e primas, avó, que ouvíamos história e que às vezes ligavam do telefone fixo para falar com os meus pais, mais a minha mãe. Não tinha amigos de infância”, comentou. “Foi com essa bagagem que decidi voltar para o país que me tem dado o melhor e o pior. Acima de tudo resiliência”, completou.

cadija mané - guiné-bissau
Cadija Mané. | Foto: Montagem/ Danilo Vaz

Quem é Cadija Mané?

Cadija Mané é socióloga de formação e funcionária pública do setor de saúde. Desde 2021, exerce o cargo de Coordenadora do Grupo de Comunicação de Risco e Engajamento Comunitário do Alto Comissariado para a Covid-19.

Sou filha de pais beafadas. Sou guineense, sou beafada. Nascida em Bissau, mas sul a região de Quinara é a minha pertença. Sou Misto do europeu e africano. Sinto ao máximo a dor de outros. Carrego o moderno e o tradicional. Tento todos os dias ser honesta. Gosto da verdade e quero viver da luz e nunca de trevas.

Estou a aprender a ter maior autoestima. Mas paradoxalmente me considero forte. Sou uma pessoa disponível e tento praticar a generosidade.

Adoro o meu nome e o meu apelido. Sonho intensamente. Desejo impactar vidas. Acredito no Amor. Mas ainda não vivi o Amor. Quem sabe um dia?

Sou autônoma e tudo o que tenho é do meu imenso esforço.

Gostava de ser cantora, mas a minha voz não dá nem para um xilin. Amo a escrita e nesse mundo vou navegando.

Gostaria de terminar a minha velhice a pintar, a tocar piano e a escrever!

Sou Mulher. Sou Alma beafada!

Cadija Mané

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Por Benazira Djoco – Fala! UNIESP PB

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